17 elencos da Série A do Campeonato Brasileiro já sofreram com protestos de torcedores fora dos estádios em algum momento da atual temporada. Por enquanto, apenas Santos, Chapecoense e Figueirense foram poupados e escaparam de manifestações mais acintosas em 2016. Muitos dos protestos contra os times foram marcados por violência e cenas de truculência. Qual será o próximo?

Relembre abaixo:

América-MG: Lanterna do Campeonato Brasileiro, com apenas oito pontos, o América-MG ainda não sofreu com fortes protestos da torcida na competição. No entanto, a situação foi diferente durante a disputa do Campeonato Estadual. Em março, torcedores do América-MG protestaram de 'forma consciente' contra o time, sem pichações. Cartazes foram colados na porta do CT do clube, com dizeres como "G-4 é obrigação" e "Cadê os jogadores 'Série A'?". Naquele momento da temporada, o América-MG tinha sido eliminado na Primeira Liga e estava em péssima fase no Campeonato Mineiro.

Atlético-MG: O time de Marcelo Oliveira vive grande fase no Campeonato Brasileiro, com quatro vitórias consecutivas. Mas a situação era bem diferente pouco tempo atrás. Antes da partida contra o Internacional, em meados de junho, membros de torcidas organizadas foram até o Aeroporto de Confins protestar e pedir ‘raça' ao elenco atleticano. Na ocasião, a equipe ainda não havia vencido sob o comando de Marcelo Oliveira.

Atlético-PR: Torcedores organizados do Atlético-PR prepararam uma emboscada para o time antes da partida contra o Flamengo, válida pela semifinal da Primeira Liga. Torcedores ameaçaram jogadores e seguiram o ônibus da equipe no trajeto entre o CT do Caju e o aeroporto de Curitiba. Os membros das organizadas teriam jogado paus, pedras e pipocas no ônibus da delegação. Vidros também foram quebrados na ocasião. A derrota para o rival Coritiba no Campeonato Paranaense motivou a atitude violenta da torcida.

Botafogo: No dia 7 de junho, torcedores invadiram o treino do Botafogo ao pular a catraca da entrada principal do clube. Membros de organizadas tiveram uma conversa nada amistosa com dirigentes e seguranças do Botafogo. Posteriormente, os torcedores ainda se encontraram com alguns jogadores do elenco. A polícia militar foi chamada e chegou ao local.

Corinthians: As eliminações no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores geraram protestos de torcedores do Corinthians antes da estreia da equipe no Campeonato Brasileiro. Integrantes de uma organizada do clube foram até o CT Joaquim Grava, exibiram faixas, soltaram fogos de artifício e criticaram o elenco. Nem mesmo o técnico Tite foi poupado da ira dos torcedores na ocasião. Antes disso, após a eliminação na Libertadores diante do Nacional-URU, alguns torcedores invadiram uma área próxima ao vestiário do time na Arena Corinthians para xingar os atletas. Ainda nesta temporada, as conversas de membros de organizadas com jogadores do elenco durante treinamentos incomodaram bastante o técnico Tite.

Coritiba: Mês passado, o elenco do Coritiba teve que dar satisfação a alguns torcedores diante da má campanha da equipe no Campeonato Brasileiro. Organizados se reuniram com o presidente Rogério Bacellar, o CEO Maurício Andrade, além de atletas como Wilson, Ceará, João Paulo e Kléber. O mandatário, porém, apoiou o encontro com a torcida. "Esse tipo de torcedor responsável, que vem aqui conversar com a gente, é o que queremos", disse após o episódio.

Cruzeiro: O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, vem sendo o principal alvo dos protestos da torcida nesta temporada. No último mês, por exemplo, torcedores estiveram na sede administrativa do clube e pediram a saída do mandatário. A formação do atual elenco também foi questionada, com faixas como "queremos jogador competente", "acorda diretoria" e "chama eu pra jogar". No início da campanha da equipe no Brasileirão, os jogadores também não foram poupados após a goleada por 4 a 1 diante do Santa Cruz. O desembarque no aeroporto de Confins teve confusão.

Flamengo: O desembarque do Flamengo depois da eliminação no Campeonato Carioca diante do Vasco foi bastante tenso. O ônibus da delegação rubro-negra foi recebido com socos e pontapés. Seguranças do clube chegaram a ser cercados por torcedores, e a polícia militar precisou intervir. Até um tiro de bala de borracha foi disparado na confusão. Durante o Campeonato Brasileiro, após o empate contra a Chapecoense, torcedores protestaram em frente à sede na Gávea, criticando a equipe e a diretoria, enfatizando nomes como Paolo Guerrero e Rodrigo Caetano.

Fluminense: A última sexta-feira foi bastante agitada no Fluminense. Torcedores organizados tentaram invadir a sede do clube, causando muito tumulto e confusão. O presidente Peter Siemsen não foi poupado, os jogadores foram criticados e os seguranças do clube xingados. Parte da torcida ameaçou ‘quebrar tudo na quarta'.

Grêmio: A queda na Libertadores para o Rosario Central tumultuou o ambiente no Grêmio. O desembarque do time após a derrota na Argentina foi sob muita tensão, com a segurança reforçada. Gritos de ‘time pipoqueiro' foram entoados por torcedores. A insatisfação continuou nos dias seguintes. Protestos marcaram um treino da equipe antes da estreia no Campeonato Brasileiro. O período tenso no clube gerou mudanças no departamento de futebol.

Internacional: O desempenho no início do Campeonato Gaúcho não foi perdoado pela torcida do Internacional. A eliminação na Primeira Liga acentuou o descontentamento. Torcedores levaram faixas, bandeiras e tambores em treino fechado da equipe em março. Anderson foi muito hostilizado na ocasião.

Palmeiras: O Palmeiras vive ótima fase atualmente, tem jogado um bom futebol e lidera o Campeonato Brasileiro. No entanto, o clima era bem diferente meses atrás. Em meio ao Campeonato Paulista, durante retiro em Atibaia, o elenco palmeirense foi surpreendido por protestos da torcida. Torcedores chegaram a furar o bloqueio do hotel onde a equipe estava hospedada. Antes disso, o ônibus da delegação já havia sido apedrejado após derrota no Estadual, e torcedores tinham invadido a Academia de Futebol diante de um momento de irregularidade do time.

Torcedores em treino do Palmeiras em Atibaia

Ponte Preta: Jogadores da Ponte Preta passaram por apuros durante a participação da equipe no Campeonato Paulista. No dia 26 de março, torcedores munidos com pedaços de pau invadiram o treinamento do time e ameaçaram agredir os jogadores. Os atletas, contudo, conseguiram escapar a tempo, entrando no vestiário. Não houve agressão física, mas portas e vidros do estádio Moisés Lucarelli foram danificados.

Santa Cruz: Após um início promissor de temporada, o Santa Cruz caiu bastante de produção no Campeonato Brasileiro. E os reflexos do desempenho do time já são vistos no comportamento de alguns torcedores. Na última sexta-feira, no momento do embarque para Minas Gerais, onde a equipe enfrenta o Botafogo no domingo, um grupo de torcedores avistou o elenco e começou a protestar com gritos de cobrança e insatisfação com a postura do time. Um dos torcedores chegou a gritar: "Raça! Respeita a torcida, car... Passa pela frente".

São Paulo: O início de ano irregular também gerou protestos da torcida do São Paulo. Antes da partida contra o Rio Claro, pelo Estadual, torcedores do clube condenaram a diretoria e o meio-campista Michel Bastos. Um torcedor, caracterizado como o meia, com a camisa 7, chegou a segurar uma garrafa de cerveja e fazia o gesto de ‘cala a boca', feito pelo atleta numa partida do Brasileiro do ano passado.

Sport: Após a oitava rodada do Campeonato Brasileiro, o elenco do Sport teve que enfrentar a fúria de parte da torcida. O desembarque em Recife, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, apresentou um clima carregado. Torcedores protestaram contra o desempenho da equipe e criticaram ferozmente o presidente João Humberto Martorelli.

Vitória: Dez dias atrás, torcedores do Vitória estiveram no Barradão para reclamar do desempenho da equipe em campo. Organizados detonaram a diretoria e exigiram a contratação de reforços para o restante da temporada. Cânticos como "Não é mole não, diretoria de Segunda Divisão", "Vamos correr, vamos suar, senão o bicho vai pegar" e "Êêê se não jogar, a porrada vai comer", foram entoados.