Até o meio da tarde da última quinta-feira, a nova camisa do Flamengo era um mistério total para torcida, imprensa e até alguns integrantes do clube. O vazamento da peça produzida pela Adidas através de um site especializado, porém, acabou diminuindo a expectativa. Mas o fato não chegou a incomodar o clube, que minimizou a situação.

Para Flamengo e Adidas, o mais importante era que imagens do novo uniforme não vazassem dias antes, aumentando as chances de pirataria. "Vazar duas, três horas antes não atrapalhou em nada. Quebrou um pouco o mistério, mas nada que preocupasse", comentou um integrante do marketing rubro-negro.

E para evitar que a camisa se tornasse pública antes do tempo e, consequentemente, disponibilisasse "armas" para os ambulantes que costumam piratear os uniformes, Flamengo e Adidas abusaram da cautela, chegando a bloquear caminhões com remessas de uniforme em todas as distribuidoras do Brasil.

"O sigilo tinha que ser total até hoje [quinta]. E os lojistas não costumam contribuir nesse processo. Assim que a camisa chega, eles divulgam antes mesmo de colocarem nas vitrines. Para isso, ordenamos que todos os caminhões só pudessem deixar as transportadoras na manhã desta quinta", explicou um funcionário responsável pela logística entre Flamengo, Adidas e lojistas.

Mais do que a tática ousada do bloqueio de caminhões em transportadoras, Adidas e Flamengo definiram estratégias internas para evitar o vazamento. No clube e na empresa, todas as pessoas que visualizavam a camisa antes do lançamento eram cadastradas e avisadas de possíveis punições por divulgações de imagens.

Essa postura, porém, não chega a ser novidade no Flamengo. Em 2010, por conta do vazamento de imagens de uma terceira camisa - azul e amarela - um funcionário de uma das fábricas da Olympikus, antiga fornecedora, foi demitido.