A pausa de quinze minutos da partida entre Flamengo e Minas, na noite da última quarta-feira (29), teve um 'mestre de cerimônia' bastante conhecido no meio do basquetebol brasileiro. Wanderson Geremias, ou somente WG de Rua, comandou as ações com a tradicional bola girando na caneta e alguns participantes do Cultura na Cesta, projeto social que fica no Cesarão, em Santa Cruz. As brincadeiras levantaram a torcida e trouxeram à quadra várias crianças, como o filho do dominicano Ronald Ramon, ala-armador do time da Gávea.

Em papo com o Garrafão Rubro-Negro, o ex-atleta da modalidade explicou o intuito da sua presença no ginásio e apresentou sua visão geral:

"Em 2017, o projeto completa doze anos de luta e muita garra. A mensagem do show do intervalo é a seguinte: mostrar que crianças e adolescentes são as sementes de amanhã, o futuro. Temos que investir nisso para o basquete crescer no Brasil e ter mais amantes e praticantes. Esses convites ficam marcados na nossa cabeça e a gente acredita que as coisas vão melhorar. Precisamos educar os jovens através da perspectiva do esporte. O nosso recado é esse. Todo sonho pode virar realidade. Basta acreditar."

Emocionado, o Coordenador demonstrou gratidão e não conseguiu se segurar quando falou de um caso especial:

"O Zé Alex, que faz locução de quadra, me chamou. Perguntou se eu não poderia ir. Como já tinha ido em outras ocasiões, topei na hora. Mas essa porta foi aberta lá atrás, com Coloneze, hoje aposentado, e Fred, armador do Caxias. Esses caras fizeram muito por mim, e terão minha gratidão eterna. Unir arte, esporte e educação é algo que agrega para a sociedade. Precisamos mostrar que o basquete não tem que ficar restrito às quatro linhas. Podemos envolver uma galera, induzir ao trabalho mesmo. Mostramos a nossa poesia, colocamos todo mundo para fazer barulho. Eu sou Flamenguista de coração e fiquei satisfeito de vivenciar tudo. Não posso esquecer da Dentistas Express, empresa que pagou o transporte da garotada. Saí do trabalho correndo e consegui chegar junto, entretanto, sem esse apoio não seria possível. Pude levar o Juninho, que é um menino da comunidade que nunca tinha pisado nesse palco, foi a primeira vez. É uma visibilidade que mexe com o coração. Não tenho mais palavras para falar, estou com lágrimas nos olhos... Passou um filme da nossa trajetória."

Na conclusão da conversa, WG citou a importância de estar presente em um jogo do NBB:

"A oportunidade de participar de um jogo do Flamengo é fantástica. A história do clube dentro do basquete, principalmente pelo investimento feito, nos inspira. É um dos poucos times do Rio que consegue manter uma equipe adulta em todas as competições. É importante demais, para o Cultura na Cesta, estar inserido neste meio. Isso fortifica o nosso dever de trabalhar com esporte e educação. A gente criou uma cultura de direcionamento. O Marcelinho é um amigo antigo, desde os tempos de Coloneze. Ganhamos força por conta de duas pessoas especiais: André Guimarães e Paulo Chupeta. Criamos um vínculo bacana, mas novos estão chegando, como Ramon e o filho. Já estive com o pequeno em outro evento, e sabia que ele daria um show. O pai ficou feliz, nós sempre trocamos uma ideia na internet. É mágico, para os nossos meninos, essa chance de vivenciar um momento tão legal."