Landim: Acima de tudo, falta liderança no Flamengo

27/11/2018 12:31

Landim: Acima de tudo, falta liderança no Flamengo

Landim: Acima de tudo, falta liderança no Flamengo
Rodolfo Landim é um engenheiro de 61 anos que manda no próprio nariz, como ele mesmo diz. Controlador de empresas, ele fez parte da primeira versão do grupo político que atualmente comanda o Flamengo, mas se rebelou. A diferença de pensamentos o impulsionou a fazer parte da oposição na eleição passada, quando foi vice de Wallin Vasconcellos na chapa derrotada por Eduardo Bandeira de Mello. Três anos depois, é Landim o cabeça do projeto que visa à mudança na gestão rubro-negra.



EXTRA: O que te motiva a ser candidato a presidente do Flamengo?

É o fato de eu conhecer bastante o clube. Estou preparado na vida pessoal e profissional para ser presidente. Tenho hoje um conhecimento profundo, o que eu acho que é importante. Essas são as principais razões. Participei da primeira gestão. Hoje, os principais responsáveis pelo processo de transformação estão na mesma chapa que eu. Nesses últimos três anos ficamos fora na torcida para que o clube pudesse evoluir. Isso não aconteceu. Vimos uma série de problemas de planejamento, execução, falta de cobrança. Isso nos motivou a voltar para tentar colocar o Flamengo no lugar que a gente quer. Queremos transformar o Flamengo em um ambiente unido, onde as pessoas possam participar. Vimos um processo de segregação de um grupo dentro do Flamengo, que tomou conta do processo de gestão e separou as pessoas. Queremos, com a chapa UniFla, trazer todas essas pessoas. Entendemos que o Flamengo unido é imbatível.

Mas ter o Claudio Pracownik, ex-vice de finanças, não mostra que a gestão atual acertou em alguma coisa?
A lógica é diferente. O Claudio representa a continuidade do processo que fizemos quando estávamos lá na primeira gestão. Fizemos a parte de recuperação e nessa segunda gestão quem ficou à frente dessa continuidade foi o Claudio. Ao saber que estávamos voltando, pediu para sair e se juntar a nós. Entendemos que ele traz o continuísmo da única coisa boa que essa gestão teve. O resto dela teve muita coisa ruim. Tivemos algumas iniciativas boas. Por exemplo, o patrimônio histórico. Mas o que era essencial do clube, o social, esportes olímpicos, remo, futebol, tudo isso não entendemos que foi bem feito. Fazemos enormes críticas. O que estamos trazendo de continuidade é o que nós mesmos começamos. Então, que fique claro, nem isso a chapa de lá tem. O que é resgatável dos últimos anos não está lá. Está conosco.

Uma crítica da situação é que pessoas que já fizeram parte de um passado não tão bom do Flamengo estão no seu bloco de apoio...
É uma chapa de união. Essas pessoas vieram nos apoiar, todas elas foram cortejadas antes pelo outro lado, o SóFla. Ao avaliar os dois projetos, resolveram se juntar a nós, sem promessas da nossa parte. Existem muitas críticas da atual gestão em relação às pessoas do passado. Mas me pergunto qual seria o comportamento que a situação teria se gestões passadas pedissem R$ 20 milhões para um estádio, gastasse e devolvesse um ano depois (Ilha do Urubu). E também se um jogador motivado, cuja multa rescisória é de 50 milhões de euros, recebesse uma proposta e fosse vendido por 35 milhões de euros. O que essa atual administração diria se isso tivesse ocorrido no passado?

Mas a gestão financeira é boa...
A gestão financeira é boa? Como assim? Administrar é fazer o uso dos recursos e aplicá-los da melhor forma. Tinha R$ 510 milhões para receber ao longo do ano, você recebeu R$ 600 milhões, conseguiu detonar tudo. E está pedindo mais? A gestão é a forma com a qual aplico meu recurso e obtenho resultado.



Hoje, enxerga alguma chance de composição política com o SóFla? Vocês conversaram com eles antes do lançamento da candidatura...
Nossa chapa foi de união. Era um projeto que estávamos fazendo. Tínhamos que conversar com todos. E fomos falar com o SóFla também. Não teve espaço porque o SóFla não negocia, é um grupo que está isolado e não cede espaço para ninguém. Eles têm um projeto peculiar deles de poder. Está muito claro. Todo mundo vê isso e é a razão pela qual todos os grupos estão nos apoiando. Eles me atacam de um lado, mas por outro dizem que vêm fazer um acordo. Eles não estão pensando no Flamengo, estão pensando no poder deles. Depois que certas coisas aconteceram, qualquer conversa inicial neste momento não tem espaço. Não tem credibilidade.

Como define o presidente Eduardo Bandeira?
Há três anos, eu classificaria como "decepção". O termo hoje é "pequeno para o tamanho do Flamengo". Decepção eu já tive há três anos.

O que entende por cobranças, um item que muitos dizem ter faltado ao Flamengo atual?
Eu sou um engenheiro, funciono por processos. Cobrança é planejamento, execução, avalio resultado e da avaliação eu modifico. O que eu vejo é falta de planejamento no futebol do Flamengo porque quando chegou o Lomba, em outubro, não conseguiu colocar um técnico. Quando chegou abril, não fomos para a final do Carioca. Aí colocamos um rapaz promissor, mas que não tem a experiência para ser técnico do clube, que para mim é o maior do Brasil. O técnico não teve a dimensão do Flamengo. Espero que tenha uma carreira brilhante no futuro, mas não era para agora. Todo mundo vai ganhando experiência. Quando os resultados não estavam vindo, era claro que não viriam mais. Aceitou-se essa percepção de mediocridade. Em tudo. Ter protegidos não é cobrança. Esse é um discurso que vale para todo mundo. Todo mundo fala a mesma coisa. Quando reclamávamos, éramos "falsos rubro-negros". Qualquer sujeito que pense diferente é falso rubro-negro? Não fomos para a final do Carioca, fomos eliminados da Libertadores, Copa do Brasil na semifinal, fomos melhor no Brasileiro na edição mais fácil de se ganhar. O campeão ganhou 11 jogos com time reserva e ficamos cinco pontos atrás dele. Começa a se achar desculpa em várias coisas. As coisas acontecem pelos inúmeros pequenos detalhes que deixa de cuidar. Não teve planejamento. Óbvio que inclui montagem de elenco.



E como proceder com a reformulação desse elenco?

É um senhor desafio que já vamos receber. Em muitos dos casos eles deixaram contratos longos, com salários altos. Sabemos valores, temos informação. Mas só teremos a noção mais precisa quando assumirmos.

O que você entende que falta ao elenco atual?
Liderança na vida é importante. Qualquer elenco sem a correta liderança não chega a lugar algum. Eu acho que falta no Flamengo é, acima de tudo, é liderança. Cobrança é só uma parte do processo. Isso percorre do presidente até o campo. Jamais acredite que em qualquer companhia o problema não é do presidente. O presidente do Flamengo hoje não exerce a liderança dele. E quando o faz, é de forma ruim. E vejo o meu adversário como uma continuidade dele. Acho uma pessoa ótima, um cara correto, simpático. Mas para sentar naquela cadeira o cara tem que ter experiência de liderar.

Como pretende gerir o tempo para se dedicar à presidência do Flamengo? Bem ou mal, Bandeira está sempre no clube, vai a reuniões nas entidades...
Eu tenho uma diferença grande. Eu sou dono do meu nariz, sou controlador das empresas que eu trabalho. Não sei se todo mundo tem a mesma situação que eu. Dito isso, a função de um presidente não é botar camisa do clube e ir para dentro do vestiário e assistir ao treino. Vocês não vão me ver assim. Vou ter metas e cobrar metas. Isso eu faço a vida inteira. Não vou dizer que não vou no Ninho, mas é bom se preocuparem se eu aparecer lá.

E como conduziria o caso Diego Alves?
Esse é um problema local, que os jornalistas cobriram. Não vivi esse problema. Sei que o goleiro tem as versões dele sobre isso. É difícil. Não seria eu que me envolveria nisso. Teríamos um comitê de futebol também. Acho que é uma coisa que precisava ser olhada lá dentro. O Diego Alves é um bom jogador, de alto nível. Agora, eu tenho que entender o que aconteceu. Não estou lá.

O que pensa em relação ao departamento de futebol, como um todo? E o Centro de Excelência e Performance (CEP)?
Vamos fazer uma reavaliação de todo mundo que está lá. É uma coisa que as pessoas falam pouco. As pessoas reclamam do plantel e do técnico, mas não discutem a qualidade de quem trabalha no departamento de futebol. Entendo que o CEP é necessário. Não é só badalação. E entendo que precisa ter independência em relação a quem escolhe quem contratar.

O Maracanã é sua prioridade de estádio?
Em 2012, eu estive envolvido nisso, naquele processo em que estavam tentando empurrar um contrato de 15 anos para o Flamengo, em condições horríveis. O pleito do Flamengo era participar da operação do Maracanã. Se não como a entidade operadora, ao menos participar do consórcio. Isso não foi dado pelo poder concedente. E isso reflete nas mazelas do contrato atual do Flamengo. Temos um contrato de dois anos. Não vou fazer factoide sobre estádio. Não vou pegar um terreno maluco e dizer que é do Flamengo. Não vou queimar dinheiro como fizeram na Ilha do Urubu. Mas isso não significa que não vai ter estádio. O Maracanã é a prioridade. Se não tiver, vamos buscar alternativa com parceiros. Não é uma equação simples. Temos que estar preocupados em preservar a saúde financeira do Flamengo. Ninguém vai fazer loucura.

Qual será sua política junto às entidades de administração e clubes? E o que pensa sobre os Estaduais?
O Flamengo se isolou ao longo dos últimos anos. Todas as vezes que vamos conversar com representantes de entidades, não só de futebol, a imagem que o Flamengo tem hoje é de um clube mesquinho, que só olha os próprios interesses, que não pensa grande, pensa pequeno. Então, é algo que a gente precisa resolver. Toda vez que vamos lá é para reclamar de juiz. Na primeira semana já terei visitado Ferj, CBF, todo mundo. Vou pegar avião, vou à Conmebol. Acho que o Flamengo tem que se apresentar, disposto a discutir, participar. Temos que valorizar os campeonatos que entramos.

]

O Flamengo diz que não priorizou competição alguma e, talvez por isso não tenha vencido nenhuma...
É claro que priorizou e deixou isso claro, mas está com discurso público que não priorizou. O Flamengo tem que entrar para ganhar tudo. Até cuspe à distância. Você pode montar estratégias. Isso que eu não vi. Quando diz que poupa jogador, é uma mensagem horrorosa. Isso é coisa de gente que não entende de gestão de pessoas. Jogador não é otário. Olha o que aconteceu depois daquele empate em 1 a 1 com o Grêmio. A sinalização é "que esse troço não é importante". Ninguém nunca cobrou de ninguém.


708 visitas - Fonte: Extra


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Edson Alves     

ATÉ QUE FIM VAMOS TER UM PRESIDENTE COM CARA DE FLAMENGO CHEGA DE BANANAS QUE NÃO COBRAM RESULTADO QUE 2019 SEJAM TÍTULOS E NÃO PORRA DE CHEIRINHO SHOW DE BOLA VAI FLAMENGO

Sérgio Soares     

Só gostaria saber quem são aqueles quem estão apoiando essa chapa, será que aqueles ex-presidentes que quase quebrarão o clube.

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