O apelido já indica: gol é com Gabriel Barbosa Almeida, o Gabigol. No folclore do futebol brasileiro, essa espécie de "sufixo" nem sempre representa realmente a qualidade de um jogador, servindo em muitos casos apenas para a construção de um personagem carismático. No caso do camisa 9 do Flamengo, desde seu período na base do Santos, é evidente que mostra o talento do centroavante.



Só no ano de 2019 são 13 gols em 23 jogos. Contextualizados, os números ratificam a excelente temporada do atacante. Gabigol passou por um jejum inicial onde ficou seus cinco primeiros jogos como rubro-negro sem marcar. Quando carimbou sua assinatura artilheira pela primeira vez, no dia 24 de fevereiro, contra o Americano, deslanchou definitivamente. Taticamente, é válido mencionar que por mais de uma vez saiu da posição de origem para atuar como ponta direita, com Abel Braga, tendo que a obrigatoriedade de recompor defensivamente.

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No Campeonato Brasileiro, o script é um pouco semelhante. Gabriel marcou logo na estreia contra o Cruzeiro, mas passou em branco nas duas partidas seguintes (no mesmo período, também não marcou contra Peñarol, pela Libertadores, e Corinthians, pela Copa do Brasil). Voltar à lua de mel com as redes contra o Athletico-PR serviu para recuperar a confiança. No último sábado, os dois gols que deram a vitória contra o Fortaleza por 2 a 0 vieram juntos de um arsenal: dribles, toques, arrancadas, ajuda na marcação. O esforço foi recompensado com aplausos constantes dos torcedores.

A evolução de Gabriel é comprovada nas estatísticas. De acordo com dados do "FootStats", ele saiu de uma média de somente uma finalização certa até a terceira rodada para quatro, atualmente. Os quatro gols o colocam como artilheiro do Brasileirão ao lado do companheiro Bruno Henrique. As perdas de bola também caíram gradativamente: de seis caíram para três.

Fora de campo, Gabigol constrói a cada dia uma identificação positiva com a torcida rubro-negra. Sua tradicional comemoração de gols, com os dois braços na linha do ombro, mostrando o "muque", virou moda entre os aficionados em dia de jogo do Flamengo. Nas redes sociais, ações de marketing e uma relação recíproca de carinho.

Aos 22 anos, o atacante tem empréstimo até o fim da temporada. Até lá, ainda tem um caminho considerável a correr: a sequência do Brasileirão e as fases agudas de Copa do Brasil e Libertadores da América. Em toda entrevista, deixa claro a vontade de ganhar títulos importantes. A depender do feedback vindo da arquibancada, já dá para cravar que Gabigol deixará saudades.




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