2/8/2013 18:04
Concessão do Maracanã fica ameaçada após Cabral desistir de demolições
A administração do Maracanã pelo consórcio privado formado por Odebrecht, IMX, do empresário Eike Batista, e a americana AEG está ameaçada, depois de mudanças anunciadas nesta semana pelo governo do Rio de Janeiro.
O governador Sérgio Cabral (PMDB) desistiu de demolir o Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros, que fazem parte do complexo do Maracanã. Com a mudança, o Consórcio Maracanã terá um prazo de 20 dias para analisar a situação e a viabilidade do plano de negócios do complexo esportivo.
"Ficou mais complicado porque se abre uma brecha jurídica importante", disse uma fonte do governo do Estado nesta sexta-feira. Outra fonte do município acrescentou: "esta ameaça (de rompimento) realmente existe".
Pelo edital de licitação, o consórcio vencedor deveria derrubar os dois parques esportivos, mas teria que fazer investimentos para reativá-los em um outro ponto da cidade. No caso do parque aquático, o investimento para um novo equipamento estava orçado em cerca de R$ 30 milhões.
No local, onde estão o parque aquático e o estádio de atletismo, o consórcio vencedor pretendia construir centros comerciais e estacionamento, que fariam parte da arrecadação do grupo. Pela decisão desta semana, o governo do Estado assumiria a administração dos dois centros esportivos.
"O consórcio não esperava não contar com essas áreas que estavam destinadas a lojas e estacionamento", disse à Reuters um porta voz do consórcio.
João Borba, responsável pelo Consórcio Maracanã, declarou: "vamos refazer os estudos técnicos e financeiros para avaliar a nova situação. Precisamos de tempo para dar uma resposta."
O consórcio assumiu o compromisso de pagar um total de R$ 181,5 milhões em 33 parcelas pela concessão e teria de realizar obras de quase R$ 600 milhões no complexo do Maracanã.
Sem briga
Em entrevista nesta sexta-feira para anunciar a manutenção do estádio Célio de Barros, Cabral admitiu que a concessão está ameaçada. "Vou aguardar resposta do consórcio Maracanã. Se não for viável (eles ficarem), não tenho o que fazer. Não posso brigar", disse.
"Recebemos manifestações da Justiça do Estado e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) solicitando a paralisação da demolição do Estádio Célio de Barros. Além disso, atletas, federações esportivas e a sociedade civil apelaram pela permanência do equipamento", acrescentou.
Os recuos do governador acontecem em meio a uma crise de impopularidade. Pesquisa CNI/Ibope da semana passada apontou que o governador do Rio tem a menor avaliação positiva (12%) entre 11 governadores que administram os Estados que representam 90% do Produto Interno Bruto industrial do país.
Manifestações populares ocorrem na cidade desde junho e têm Cabral como principal alvo. Vários protestos terminaram na porta da residência particular do governador, no bairro do Leblon, e frequentemente há grupos acampados no local.
A licitação do Maracanã foi alvo de protestos de movimentos contra a concessão e ações do Ministério Público. A desapropriação do Museu do Índio, ao lado do Maracanã, também foi confusa e marcada por confrontos entre manifestantes e policiais.
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