A saída de Flávio Godinho de maneira oficial da diretoria rubro-negra, anunciada nesta terça-feira, não causou tanto espanto nos corredores da Gávea. Um dos nomes fortes da chamada Chapa Azul, que venceu a eleição em dezembro e comanda atualmente o clube, Godinho acabou em falta de sintonia em alguns momentos. Integrante do Conselho Gestor do clube, ele se acostumou a dar opiniões influentes no destino rubro-negro.

Entusiasta de um nome de experiência para comandar o futebol do clube desde o fim de 2012, o agora ex-dirigente encontrou certo desgaste nas relações com o departamento, principalmente com o diretor-executivo de futebol, Paulo Pelaipe, de quem era crítico. Antes da paralisação da Copa das Confederações, o cargo do diretor-executivo esteve a perigo por influência de Godinho. A vitória diante do Criciúma, no entanto, acalmou os ânimos.

Empresário ligado ao grupo EBX, do empresário Eike Batista, Flávio Godinho já havia admitido a alguns integrantes da diretoria a intenção de se desligar do cargo para dar maior atenção aos negócios seus negócios no exterior, pela difícil conciliação de agenda. Nos últimos dias, o ex-vice de relações externas foi um dos que não aprovaram a viagem de férias do vice de futebol, Wallim Vasconcellos, na reta final da janela de transferências internacionais.

Com a fase difícil em campo, a pressão sobre Paulo Pelaipe voltou a aumentar. Mas Wallim e grande parte do Conselho Gestor vetou a saída e isentou o dirigente de mau desempenho, principalmente devido às limitações financeiras. A postura aumentou um pouco mais o desgaste, mas foram mesmo os negócios no exterior que acabaram como decisivos para a saída de Flávio Godinho, que constância estavam em viagem aos Estados Unidos. Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello negou que houvesse qualquer má relação de Godinho com parte do futebol e que isto teria sido ponto-chave para sua saída.

"Já sabíamos há algum tempo que a intenção dele era sair por questões particulares no exterior. Não teve nada relacionado ao futebol", afirmou Bandeira de Mello.

A reportagem tentou contato com Flávio Godinho, sem sucesso. Vice-presidente jurídico, Flávio Willeman acumulará também a pasta de relações externas. Também nesta semana, o Flamengo anunciou a chegada de Pedro Almeida, vice-presidente de vendas da IBM Brasil, para a vice-presidência de Tecnologia da Informação, antes acumulada por Cláudio Pracownik, vice-presidente de Fla-Gávea e de Admnistração.