Colegas do Rio noticiaram que Chicão assinará com o Flamengo somente até o fim de 2014. Por isso, acho que explicações precisam ser dadas…

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No dia 1º de abril deste ano, Chicão falou a verdade mentindo. Usou o Twitter para comentar uma publicação do Diário de S. Paulo, que dizia que o camisa 3 não renovaria seu contrato com o Corinthians.

“Realmente, como um jornalista publicou, meu contrato não será renovado. Uma pena, mas paciência, vida que segue…”

Minutos depois, com a repercussão do fato, tentou voltar atrás e disse que tudo não havia passado de uma brincadeira.

“Eu e a diretoria nem conversamos ainda, até porque vocês sabem: minha vontade é de me aposentar no clube. Desculpa pela brincadeira, mas não podia deixar de passar hoje por ser 1º de abril…”

Chicão não tinha mentindo. Nem feito previsão. Ele sentia que isso aconteceria, experiente que é, pelo que ouvia no CT, pelo fato de o clube estar procurando rejuvenescer a zaga (Gil chegou, Dedé foi tentado, Cleber foi a última solução). Ele tentou alertar o que acontecia, ver como a torcida reagiria. Foi um sinal de despedida a contragosto.

As negociações foram se arrastando ao longo dos meses, sem solução. O Corinthians sempre disse que ofereceu um ano a mais de contrato (que acabaria no fim deste ano), mas que Chicão queria mais tempo. O zagueiro nunca deu detalhes. Mas amigos diziam que não agradavam o novo tempo de contrato e o novo salário.

O que me espanta é ler que, ao acertar com o Flamengo, ele assinará até o fim de 2014. Ou seja, seria o mesmo que renovar com o Corinthians por mais um ano, como o clube queria e o jogador não. Por que então o acordo não saiu com o Timão? Foi questão salarial? Chicão se sentiu desprestigiado? Acho que é bom ele esclarecer tudo na coletiva que dará no Flamengo, assim como os dirigentes do Corinthians devem se pronunciar sobre o caso, pois a torcida não para de lamentar a saída.

Abaixo, lembro o que cada um falou nos últimos tempos sobre o assunto:

ROBERTO DE ANDRADE, DIRETOR, NO INÍCIO DE JULHO

“Tudo pesa: história, idade, maneira de ser do atleta, necessidade de ficar… Mas o Corinthians também tem limite. Tomamos conta do dinheiro do clube mais do que do nosso. Sobre o meu dinheiro, não dou satisfações. Já sobre o do clube, damos a milhões de pessoas. Procuramos o que é melhor para o clube.”

CHICÃO, NO MEIO DE JULHO

“(A Renovação) Está do mesmo jeito, o clube fez uma proposta, conversei, me deixaram tranquilos para resolver o que quero. Vamos conversar agora para ver o que resolvemos. Isso (um ano e meio de renovação) depende deles, estou bastante tranquilo, sei do meu potencial e vou continuar fazendo o meu trabalho. O que tiver que ser, será.”

DUÍLIO MONTEIRO ALVES, DIRETOR, NO FIM DE JULHO

“Na verdade o que a gente passou nas conversas é que não temos pressa. Ele tem contrato. Queremos o melhor para o clube e ele para ele. Discutimos tempo de contrato, valores, não chegamos a um acordo. Ainda não nos entendendos. Sim, o clube quer, mas depende das condições. Tem de ser bom para os dois, ainda não chegamos nesse meio termo. A gente aguarda para chegar nesse acordo.”

MÁRIO GOBBI FILHO, PRESIDENTE, NO INÍCIO DE AGOSTO

“Fizemos uma proposta, ele está vendo, temos cinco meses pela frente e o desfecho sairá na hora certa.”

CHICÃO, NO INÍCIO DE AGOSTO

“Estamos conversando, mas está difícil. Não tenho certeza de nada, assim que tiver uma definição eu passo. Não são cinco dias, são cinco anos e meio no clube, fazendo um grande trabalho. Podia ter saído em 2011, mas fiz meu trabalho, voltei… Esse ano sofri uma lesão no joelho e nas costas que me atrapalharam bastante. Vou continuar trabalhando, pois todo mundo sabe qual é minha vontade.”

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Declarações depois que a saída do Corinthians e o acerto com o Flamengo foram definidos…

EDU GASPAR, GERENTE, NO INÍCIO DE AGOSTO

“Explicamos para o atleta as necessidades a curto, médio e longo prazo. Nós explicamos que a médio e longo prazo ele não seria útil. Era a ideia não só de uma pessoa, mas de um conjunto de profissionais. Tomamos decisões e chegamos a essa conclusão. Passamos a ele com a maneira que conversamos internamente. Se a gente escondesse alguma coisa, aí sim, seria injusto.”

CHICÃO, NO INÍCIO DE AGOSTO, AO DIÁRIO DE S.PAULO

“Eu saio triste pelo jeito como fui tratado pela diretoria, mas ao mesmo tempo feliz pelo desafio de jogar em outro grande clube, como o Flamengo. Ganhei absolutamente tudo e merecia mais consideração. Eu sempre disse nas minhas entrevistas que queria ficar. Não estou saindo porque quero, mas por opção do presidente Mário Gobbi, do Edu, do Roberto de Andrade e do Duílio.”