O encanto do Planalto Central pelo Flamengo parece mesmo ter diminuído. Depois de seis jogos no Estádio Mané Garrincha (quatro como mandante, um clássico como visitante, mas com renda dividida e um como visitante, sem direito a lucro), o público e, consequentemente, a renda das partidas do time rubro-negro tiveram queda considerável. Tendo como base os borderôs das partidas divulgados no site da CBF, a queda de faturamento do clube foi de quase 83%. De quase R$ 1,2 milhão de receita líquida do primeiro jogo como mandante no estádio, contra o Coritiba, o valor desceu para cerca de R$ 200 mil na partida com a Portuguesa, que contou com apenas 12.511 torcedores.
Embora na estreia do Campeonato Brasileiro o mando de campo fosse do Santos, a grande maioria dos 63.501 torcedores presentes no Mané Garrincha era de rubro-negros. A renda líquida chegou a R$ 4.321.386,59. Os preços dos ingressos variavam de R$ 160 a R$ 400. Por ser o visitante, o Flamengo não teve direito a um centavo sequer. Mas a presença em massa da torcida empolgou a diretoria.

Rapidamente, o clube fechou acordo para mandar ao menos seis jogos em Brasília, uma vez que o acordo com o Consórcio Maracanã S.A. ainda não havia sido assinado. No primeiro jogo, diante do Coritiba, casa cheia com preços cheios de R$ 80 a R$ 200 e promoções para o programa de sócio-torcedor, que ofereciam descontos. 55.110 presentes no estádio, renda bruta de R$ 2.705.050,00 e líquida, já descontadas todas as despesas e penhoras, de R$ 1.163.981,00.

O terceiro jogo do Flamengo no estádio Mané Garrincha não foi como mandante. Mas por ser um clássico diante do maior rival, o Vasco, a casa lotou, com ingressos de R$ 100 a R$ 260. E, devido a um acordo entre os clubes, a receita líquida de R$ 2.113.537,67 gerada pelos 61.767 presentes no estádio foi dividida igualmente. Como ao Flamengo ainda cabia penhora, o valor lucrado pelos rubro-negros foi de quase R$ 900 mil.

No último fim de semana, hora de duelo importante diante do Atlético-MG. Além da derrota sofrida dias antes por 3 a 0 para o Bahia, o torcedor rubro-negro não mostrou o mesmo fôlego financeiro para apoiar o time. O resultado foi uma queda de público e de renda. Com os 31.548 torcedores presentes, com ingressos cheios de R$ 100 a R$ 260, o valor arrecadado foi de R$ 1.987.775,00. Descontadas receitas e penhora, o Flamengo levou para seus cofres R$ 772.571,16.

Diante da Portuguesa, a projeção de arrecadação já foi reduzida pelo simples fato de o anel superior do estádio, de capacidade para 71 mil pessoas, não ter sido aberto. Com o preço mínimo de ingressos a R$ 120 e carga de 27 mil à venda, apenas 12.511 pessoas estiveram no Estádio Mané Garrincha. O resultado foi uma receita bruta de R$ 694.060,00 e um saldo de R$ 200.620,00.

Em seu único jogo no novo Maracanã até agora, o Flamengo teve, também de acordo apenas com o borderô, um lucro de R$ 919.209,00.

Apesar da renda de R$ 3.082.555,00, o clube teve de dividir as despesas e a receita líquida com o Consórcio Maracanã S.A. Por enquanto, não há previsão de retorno do time ao estádio como mandante. Há a possibilidade de que o jogo contra o Grêmio, no dia 24 de agosto, pelo Brasileiro, seja no local. Mas o mais provável, por enquanto, é de que a decisão da vaga para as quartas de final, contra o Cruzeiro, dia 28 de agosto, seja no Rio. Por contrato, o Flamengo ainda deve disputar mais três jogos em Brasília. A escolha das datas, no entanto, cabe ao clube.