Cristiano Ricardo esperou por 31 anos para tentar ver o Flamengo ao vivo e a cores pela primeira vez. Sem chances de acompanhar o time do coração em Recife, ele apostou tudo numa viagem de ônibus a Lima, no Peru, onde a equipe rubro-negra enfrenta o River Plate pela final da Libertadores. A longa espera faz a viagem rumo à capital peruana parecer fácil. Não é. Resignado, o pernambucano, que é operador de máquina e está de licença do trabalho, encara a longa distância quase calado, em uma poltrona comum, sem conforto.
Ele não tem ingresso para o jogo do próximo sábado (Flamengo x River, pela decisão da Libertadores), mas encarou três dias de ônibus, de Recife ao Rio de Janeiro. Na capital fluminense, dormiu em um banco da rodoviária à espera do horário da saída do coletivo de Lima. "Era proibido deitar para dormir, não teve jeito", disse. Como a viagem até a maior cidade peruana vai durar cinco dias, Cristiano completará oito dias na estrada. Depois, terá pela frente mais oito dias para voltar para casa.
As dificuldades não param por aí. Para conseguir o dinheiro das passagens para os quatro trechos, cerca de R$ 2,6 mil, Cristiano vendeu uma televisão e um rádio. Com isso, obteve cerca de R$ 2 mil. O restante veio de suas economias. O valor parece alto, mas, se comparado às tarifas aéreas, não é. O flamenguista cotou preços depois da mudança de sede da final -- de Santiago para Lima. Ele gastaria R$ 2,4 mil só de ida.
Não daria para vir de avião. Quando o Flamengo garantiu a vaga na final, decidi vir. Era um sonho meu. Ninguém sabe quando isso vai acontecer de novo".
Para realizar o sonho, Cristiano teve de deixar para trás dois filhos, um menino de três anos, no "caminho para ser rubro-negro", e uma menina de oito, que está indecisa quanto ao clube de coração. "Foi complicado me despedir deles. O menino chorou quando subi no ônibus", afirmou.
Em Lima, Cristian terá de resolver outro problema: procurar ingresso a partir da véspera do jogo.
"Uns amigos meus estão tentando fazer uma vaquinha para me ajudar. Se não conseguir, vejo num bar", destacou.
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Isso mostra o tamanho do Flamengo. Não é só um clube, é uma religião
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Poxa como faco para ajudar essa pessoa? Estou resignado pela vontade para realizar um sonho