Flamengo e Grêmio: excelência na gestão, resultados dentro de campo (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)
Flamengo e Grêmio se reencontram no Campeonato Brasileiro hoje (17), às 16h, na Arena do Grêmio, com ambos no G4 e após terem lutado por uma vaga na final da Libertadores. E não é à toa. Em lados opostos no gramado estarão os dois clubes que representam as políticas financeiras de maior sucesso no futebol brasileiro atual. Rubro-negros e tricolores podem estar separados por quase R$ 200 milhões em investimentos, mas liquidaram dívidas e navegam por águas diferentes da maioria dos outros clubes da elite nacional.
É verdade que o Palmeiras também foge do papel médio dos clubes brasileiros. Só que o atual campeão brasileiro tem o aporte financeiro de uma parceira, a Crefisa, algo muito diferente do cenário na Gávea e no Humaitá.
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O Flamengo começou a cuidar das finanças em 2013, e o Grêmio agiu no mesmo sentido dois anos depois. A fórmula para melhorar a condição dos clubes foi a mesma: apertar o cinto e diminuir gastos. Tanto no Rio de Janeiro quanto em Porto Alegre, os times ficaram modestos para compensar gastos anteriores que estouraram as contas.
Eduardo Bandeira de Mello liderou o processo que encarou uma dívida de quase R$ 750 milhões e entregou a gestão a Rodolfo Landim com passivo de cerca de R$ 340 milhões. No meio do caminho, além de reduzir custos, o Fla conseguiu turbinar as receitas com vendas de jovens e o acordo no ProFut — o programa de refinanciamento de dívidas do governo federal.
Romildo Bolzan Jr. assumiu o Grêmio e conduziu o clube a uma era de austeridade e com espaço crescente para jovens das categorias de base. O surgimento de talentos se tornou pedra angular do momento do clube, com titularidade e depois transferências milionárias. "Temos crédito. O Grêmio está seguro financeiramente, mas não tem nada sobrando. Nós cumprimos nossos compromissos e nos mantemos atrás de novos recursos para nos prover", diz Bolzan Jr.
No Fla, a recuperação financeira avançou e os investimentos foram progressivos. Diego, Everton Ribeiro e Diego Alves abriram período de negócios com maior impacto. Neste ano, o clube usou quase R$ 200 milhões nas contratações de De Arrascaeta, Filipe Luís, Gerson, Rafinha, Pablo Marí e Bruno Henrique e deu um salto ainda maior.
O Grêmio investiu muito menos em 2019 e seguiu apostando em jogadores "no desvio" e joias da base. A diferença em relação ao Flamengo também está no resultado prático da política. Em Porto Alegre, já foram conquistados seis títulos desde o início da recuperação financeira. Na Gávea, são apenas duas taças — Copa do Brasil de 2013 e o Campeonato Carioca de 2017.
A dinheirama aportada pelo Flamengo se justifica pelas previsões orçamentárias. De acordo com a peça apresentada no início de 2019, o Rubro-Negro deve ter receita bruta de algo em torno de R$ 750 milhões e superávit de R$ 87 milhões. O Grêmio, por outro lado, teve superávit de R$ 69,8 milhões no ano passado e receita bruta de R$ 326,3 milhões. Em 2019, o orçamento gremista prevê receita bruta de R$ 302 milhões.
Na semifinal da Libertadores, os times fizeram dois duelos muito esperados em todo o Brasil, até por conta de toda a polêmica e 'troca de farpas' antes de a bola rolar, inclusive, entre os técnicos Renato Gaúcho e Jorge Jesus. No primeiro encontro, em Porto Alegre, empate em 1 a 1. No Maracanã, porém, o Flamengo foi superior e goleou por 5 a 0, assegurando vaga na decisão.
FICHA TÉCNICA
GRÊMIO X FLAMENGO
Data e hora: 23/10/2019 (quarta-feira), às 21h30 (horário de Brasília)
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Anderson José de Moraes Coelho (SP)
VAR: Jose Claudio Rocha Filho (SP)
Grêmio: Paulo Victor; Galhardo, David Braz, Pedro Geromel e Cortez; Darlan, Maicon, Alisson, Tardelli e Everton; Luciano.
Técnico: Renato Gaúcho
Flamengo: Diego Aves; Rafinha (Rodinei), Thuler, Pablo Marí e Renê; Piris, Diego e Everton Ribeiro; Arrascaeta, Vitinho e Gabigol.
Técnico: Jorge Jesus
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