O Flamengo divulgou nesta terça-feira o balanço de suas finanças relativas a 2019, mas sem deixar de analisar o atual cenário, com a paralisação do futebol pela pandemia de coronavírus. Com uma receita bruta recorde de R$ 950 milhões e superávit de R$ 62 milhões, o clube destaca em nota no documento que os impactos financeiros relativos à interrupção das partidas são absorvíveis.
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Para chegar a essa conclusão, a diretoria do Flamengo relatou ter realizado um "teste de stress" com os dados atuais da pandemia. É um procedimento realizado por bancos e outras empresas para simulação de risco de impacto em determinado cenário. Foi estimado um período de paralisação por até três meses e, segundo o clube, o único impacto que dificilmente será compensado até o fim do ano será na receita de bilheteria.
O trecho do documento que trata da crise mundial diz ainda que os problemas decorrentes da pandemia "não representam risco de continuidade nas operações":
- Em relação à pandemia do COVID 19 que se alastrou pelo mundo e começou a impactar a região em meados de março, a Administração do CRF fez um teste de stress usando as informações disponíveis e projetando um cenário de interrupção de jogos por até três meses.
- A conclusão é de que os impactos financeiros são absorvíveis e não representam risco de continuidade nas operações. Acredita-se que a situação é transitória e que as receitas do clube, com exceção de bilheteria, não sofrerão alterações significativas neste período, podendo ser compensados ainda ao longo do ano.
O balanço foi auditado pela Ernest & Young. A auditoria deu parecer positivo, mas fez uma ressalva, em relação aos critérios utilizados pelo Flamengo para calcular a capitalização dos gastos feitos em atletas de formação. Diz o parecer:
"Conforme descrito na nota explicativa 8, o Clube possui gastos diretamente relacionados com a formação de atletas, registrados em seu ativo intangível, sob a referência “Atletas em formação”, no montante de R$ 44.123 mil, em 31 de dezembro de 2019. Não obtivemos evidência suficiente que suportasse os critérios de capitalização desses gastos, bem como a mensuração do valor recuperável do referido ativo intangível; consequentemente, não foi possível concluirmos sobre a adequação do referido saldo nas demonstrações financeiras".
O clube incluiu ainda uma tabela com indicadores não financeiros, demonstrando evolução em relação a 2018. Houve aumento significativo no número de sócios torcedores, dado que tem influência direta do desempenho do time em campo, além de maior investimento na base e convocações para seleções nacionais.
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