Jorge Jesus comanda o Flamengo contra o Emelec Alexandre Vidal/Flamengo

Jorge Jesus se antecipou e quase na madrugada desta quarta-feira fez o anúncio de sua permanência no Flamengo por mais um ano em um perfil na rede social. O anúncio repentino do treinador não estava nos planos e pouco agradou, além de ter surpreendido muitos no clube.



E por um motivo: até então a diretoria não havia recebido de volta, assinado, o contrato enviado ao técnico onde constava uma multa de 500 mil euros (cerca de R$ 2,9 milhões) em caso de término do vínculo em data anterior à decisão do próximo Mundial de Clubes.



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Do lado do treinador, que inicialmente desejava uma cláusula de rescisão sem ônus, a negociação é dada como concluída. O clube rubro-negro, no entanto, garante que só assinará a sua parte caso no documento recebido conste a multa de 500 mil euros e informou a decisão por escrito ao estafe do técnico por meio do presidente Rodolfo Landim.

A diretoria entende que se houve a decisão do técnico de anunciar o acerto em redes sociais é porque concordou com os termos e devolverá o contrato com o aval para a multa, em comunicado oficial. A expectativa é de que um novo encontro entre o técnico e o presidente ocorra até no máximo sexta-feira para que tudo seja sacramentado.

A insatisfação por parte do clube em relação à ação do Mister se deve também ao fato de que os canais de comunicação oficiais perderam grande oportunidade de impacto com o anúncio em primeira mão.

No contrato atual, válido até 19 de junho, Jorge Jesus e Flamengo firmaram que em dezembro de 2019 existia chance de interromper o vínculo, sem ônus para nenhum dos lados, mediante uma "cláusula de satisfação". Ou seja, sem multa caso um dos lados decidisse encerrar parceria de forma antecipada.

Era uma medida de segurança diante de possibilidade de o português não se adaptar ao futebol brasileiro. Desta vez, Jesus quer repetir a fórmula, algo negado pelo Flamengo frente à possibilidade de perder o técnico multicampeão sem nenhuma contrapartida financeira.

Quem acompanha o negócio de perto entende que as conversas já avançaram de tal maneira que uma reviravolta de última hora é muito improvável no caso.

O Flamengo buscava amarrar um contrato até o fim de 2021. Jesus e seu estafe, diante da indefinição do calendário, acenaram com a possibilidade de permanecer menos tempo, até o fim de 2020. O meio do caminho foi encontrado com um acordo válido até junho de 2021.

Na parte financeira, de novo um meio-termo. Jesus externou o desejo de ser valorizado com 50% de aumento, como havia informado o comentarista dos canais ESPN Mauro Cezar Pereira. Já com o cenário econômico agravado pela pandemia do coronavírus, o clube indicou o desejo de manter os valores do atual contrato. O reajuste acertado é de cerca de 10%.



Os bônus por conquistas, polpudos, estão mantidos e o euro será cotado no câmbio da data do pagamento, sem congelamento. Jorge Jesus se apressou, mas o Flamengo mantém o compasso de espera para, enfim, dar o desfecho a uma das mais longas novelas recentes do Ninho do Urubu. Resta a resposta oficial, e não em redes sociais, do técnico.