A briga do Flamengo deveria ser de todos os clubes

8/11/2020 09:47

A briga do Flamengo deveria ser de todos os clubes

Um time, qualquer que seja ele, ficar sem dois jogadores como Pedro e Everton Ribeiro numa partida decisiva, de mata-mata, é uma piada

A briga do Flamengo deveria ser de todos os clubes
Flamengo pode não ter Pedro e Everton Ribeiro em duelo decisivo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Vai haver muita polêmica qualquer que seja a decisão da CBF no pedido do Flamengo para que Pedro e Everton Ribeiro possam se apresentar mais tarde à Seleção Brasileira, podendo enfrentar o São Paulo, quarta-feira pela Copa do Brasil. Se a dupla for liberada, a atitude será encarada como mais um gesto de protecionismo ao Rubro-Negro. Se o pleito for negado será um benefício aos paulistas ou uma represália da CBF ao comportamento arrogante que a diretoria do Flamengo tem tomado nos últimos tempos, muitas vezes contrariando ou atropelando interesses da entidade.



Mas tudo isso poderia ser evitado.

O argumento de não liberar os jogadores por se tratar de uma Data-Fifa é ridículo. Sim, é verdade que as Datas Fifa exigem que os clubes cedam seus atletas às seleções nacionais, não apenas em uma eliminatória de Copa do Mundo, como agora, mas também em simples jogos amistosos e caça-níqueis como acontece na maior parte das convocações por aqui. Mas igualmente é verdade que em poucos ou em nenhum lugar do mundo civilizado do futebol, os campeonatos continuam normalmente nessas datas, com a bola rolando independentemente dos desfalques que os clubes possam ter.


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Este é o cerne dessa questão!

Seria impensável obrigar clubes como o Real Madrid, o Barcelona, o Bayern ou o PSG, que têm quase todos os seus jogadores convocados para seleções ao redor do mundo, entrarem em campo sem suas estrelas para disputar jogos das ligas ou das copas nacionais e continentais. Acho que ninguém tem dúvida disso.

Tudo bem, esse e um ano atípico, marcado por uma pandemia que paralisou o esporte mundo afora por cerca de três meses e ainda está longe do fim, em que pesem os esforços da ciência na busca de uma vacina. Mas o problema é que, não fossem o coronavírus e a Covid-19 nada seria diferente. Essa desde sempre foi a prática do futebol brasileiro. Aqui se joga em plena Copa América, Olimpíada, até em Copa do Mundo já se jogou. Desrespeitar os clubes, os jogadores, o torcedor sempre foi a regra do jogo.

No ano passado, sejamos justos, houve até um mínimo avanço nisso, não tivemos jogos em dia de jogos da seleção, mas a paralisação do Brasileirão foi muito menor do que deveria ter sido e do que ocorre em outros países, obrigando por vezes a verdadeiras operações de guerra para fazer com que convocados pudessem entrar em campo com a camisa dos seus clubes.

Enquanto insistirmos nesse calendário jabuticaba, anualizado e discrepante de todo o resto do planeta, enquanto os estaduais e sua inexpressividade continuarem a ocupar preciosos meses do ano não haverá solução.

E convenhamos: vamos esquecer as paixões clubísticas, a zoação das redes sociais e a conversa de mesa de botequim. Um time, qualquer que seja ele, ficar sem dois jogadores como Pedro e Everton Ribeiro numa partida decisiva, de mata-mata, quando está em jogo a disputa de um título nacional e de um prêmio que pode passar de R$ 60 milhões é uma piada.



É nessas horas que uma liga forte e representativa de clubes faz falta. Pois essa não deveria ser uma reivindicação do Flamengo, deveria ser, sim, uma briga de todos os clubes brasileiros. É mais do que um problema pontual. O que se deveria estar buscando é a valorização dos nossos campeonatos, o respeito ao patrimônio de quem realmente faz movimentar a roda do futebol tupiniquim.

Rogério Caboclo, quando assumi a CBF, levantou a bandeira da transformação. Tomou medidas elogiáveis nesses primeiros anos. Mas mudar de vez a relação com os clubes, colocando-os como real prioridade, será o grande diferencial que poderá construir deixando definitivamente no passado a era turva da dinastia Teixeira-Marin-Del Nero.

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373 visitas - Fonte: LANCE!Net


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Ercilio Costa     

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