A ex-presidente do Flamengo, Patricia Amorim, voltou à Gávea. Na noite desta quinta-feira, a agora ex-dirigente teve de dar explicações a uma comissão de inquérito instaurada pelo Conselho Deliberativo do clube para examinar o balanço do ano de 2011 do clube. As contas do segundo ano de gestão de Patricia à frente do Flamengo foram reprovadas pelo Conselho Deliberativo devido à falta de classificação de quase R$ 40 milhões.
Na visão do presidente da comissão de inquérito, Moysés Akerman, Patricia apresentou documentos e deu explicações de forma satisfatória e não indicou má-fé em possíveis falhas. Além da ex-presidente, outros 13 nomes foram ouvidos no processo que já alcança seis meses de atividade. Entre eles, o ex-vice de finanças do Flamengo, Michel Levy.

De acordo com o estatuto do clube, as contas de 2011 deveriam ter sido apreciadas até abril do ano seguinte. Por falta de comprovação de documentos, o prazo foi adiado para ser primeiro avaliado pelo Conselho Fiscal. Na ocasião, o então contador do Flamengo, Rogério Tosca da Encarnação, garante que pediu demissão do cargo por não encontrar documentos que comprovassem um adiantamento de cerca de R$ 7 milhões.

Mas, em fevereiro deste ano, o presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro, Delair Dumbrosck, detectou que existiam despesas de quase R$ 40 milhões sem classificação. Foi decidida, então, a criação de uma comissão de inquérito, com a contratação de uma auditoria independente, para avaliar a situação.

As contas de 2011 geraram grande repercussão no Flamengo depois que, em junho de 2012, o então contador do clube, Rogério Tosca da Encarnação, relatou dificuldades para realizar a contabilidade na Gávea. Ao ESPN.com.br, em dezembro de 2012, Rogério detalhou as dificuldades encontradas e que levaram à sua saída após detectar um rombo de R$ 7 milhões. O então presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, o acusou de negligência.

Ambos também foram ouvidos pela comissão de inquérito ao longo de seis meses. Na próxima semana, os integrantes da comissão presidida por Moysés Akerman devem emitir um parecer sobre a situação e podem sugerir, inclusive, punições para os responsáveis. O Conselho Deliberativo analisará o parecer e pode acatar a sugestão. A hipótese, no entanto, agora parece pouco provável.