A atuação do jogador não está necessariamente relacionado a ter confiança. Também vai ter, mas não somente. Vai ter relação também com as metas planejadas pelo atleta a curto, médio e longo prazos. Porque às vezes, vendo de fora, a gente acha que ele está indo mal, mas não necessariamente está tão fora do que ele planejou.

Cada pessoa tem uma forma diferente de lidar com as adversidades. A psicologia roubou da física o termo resiliência, que quer dizer a capacidade de um corpo de deformar-se e depois voltar à forma de antes. O que isso significa na psicologia? É a capacidade que o indivíduo tem de lidar com uma adversidade, com uma situação fora do planejado ou mais difícil, e a força de ele voltar às metas, aos objetivos e buscar soluções.

No esporte não é diferente. Você vai ter pessoas com menor ou maior resiliência. Isso vai ter influência em como a pessoa lida com as suas frustrações. No esporte, vai ter a ver com a fase ruim do time, ou pessoal. Nesse sentido a gente começa a compor um conceito de confiança um pouco mais complexo. Não é apenas está ou não confiante. Aí que está a grande riqueza e o grande desafio.

Um outro conceito que a pessoa vai ter é de autoeficácia: quanto ela acha que dá conta do serviço. Ela é eficaz para essa tarefa. Assim, como o futebol é coletivo, ela vai ter mais confiança para ousar. Então, ela vai criar mais e se permitir situações assim que, às vezes, no futebol, é o grande diferencial.