Rubens Lopes cogita CBF e se cala sobre relação com Marin e Del Nero

11/9/2013 15:50

Rubens Lopes cogita CBF e se cala sobre relação com Marin e Del Nero

Presidente fala da atuação de Eurico Miranda na Ferj, sobre a nomeação do sobrinho como diretor financeiro e da relação com clubes e Maracanã

Rubens Lopes cogita CBF e se cala sobre relação com Marin e Del Nero
Rubens Lopes da Costa Filho assumiu o poder na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) em 2006 e, depois de uma intervenção do Ministério Público, se confirmou no cargo em 2007. Viveu períodos de instabilidade com a saída de dois aliados nos grandes clubes do Rio - Eurico Miranda, no Vasco, em junho de 2008, e Roberto Horcades, no Fluminense, em dezembro de 2010 -, mas hoje cogita ser candidato à presidência da CBF em 2014. O relacionamento com a dupla que domina a entidade, o presidente José Maria Marin e seu vice, Marco Polo Del Nero, não é dos melhores. Prova disso é que preferiu se abster de responder sobre a sua relação com os dois, ou mesmo sobre o alardeado favoritismo de Del Nero para o pleito no próximo ano. Alegando problemas de agenda, Lopes somente concordou em conceder entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por e-mail e respondeu 11 das 19 perguntas enviadas pela reportagem. Posteriormente, a assessoria do dirigente completou mais cinco perguntas de forma breve e três ficaram sem resposta. Em uma das respostas enviadas depois da entrevista de Lopes, a assessoria do dirigente afirmou que a relação entre os presidentes da Ferj e da CBF é "a mais cordial possível".

Arredio também ao comentar a proximidade de Eurico, que novamente atua na Ferj, mas sem cargo oficial, Lopes negou qualquer influência no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ), ao comentar a absolvição de Carlos Alberto obtida no tribunal por sua filha, a advogada Luciana Lopes, que acabou sendo substituída pelo jogador para o julgamento no tribunal superior, o STJD.
Questionado se considera estar exposto a críticas a partir do momento que comparece aos julgamentos e que o TJD-RJ, além do custeio pela Ferj, é presidido por José Teixeira Fernandes - mediador que permitiu o retorno de Lopes ao poder em 2007 após intervenção do Ministério Público na entidade -, Lopes foi incisivo e disparou:

- Tivesse eu o condão de influir no tribunal para obter resultados positivos e não precisaria expor a Luciana à perversidade dos maledicentes, à inveja de muitos e às alucinações dos sociopatas. Ela tem competência para o exercício de sua profissão e não precisa de favores. Precisa sim de que não a persigam por ser minha filha e que lhe deem o mesmo tratamento dispensado aos demais advogados.

Lopes fala também sobre a atual relação com os clubes, Suderj e a concessionária do Maracanã, explica a indicação de seu sobrinho para o cargo de diretor financeiro da Ferj, comenta a cobrança da taxa de 10% para que os clubes cariocas mandem jogos fora do estado e dá as suas explicações para as dificuldades relatadas por clubes das Séries B e C do Rio.

Questionado sobre as manifestações na Copa das Confederações e a possibilidade de se repetirem na Copa do Mundo em 2014, ele se mostrou favorável aos protestos:

- Concordo plenamente com todos aqueles que entendem como absurdo os gastos impostos pelo chamado "padrão Fifa", verdadeiro acinte à população, extremamente necessitada de outras prioridades.
Confira a íntegra da entrevista com Rubens Lopes, presidente da Ferj:

GLOBOESPORTE.COM: O que mudou para a Ferj com o novo Maracanã? Arrecadação, quadro móvel, relação com Suderj e consórcio…
Rubens Lopes: Nada mudou para a Ferj. Independentemente da propriedade ou da administração deste ou daquele estádio, a gestão do evento esportivo (jogo de futebol), segundo as normas desportivas cabe à Federação e assim sempre foi feito e continua sendo feito. As relações com a Suderj sempre foram as melhores possíveis, citando-se os diversos presidentes e Secretários de Esportes como Chiquinho da Mangueira, Eduardo Paes, Emilião, Marcia Lins, Sávio Franco e agora André Lazaroni. As relações com o Consórcio são de início recente, mas boas e seguem a mesma linha do entendimento, facilitada pelo Presidente João Borba e executivo Sávio Franco.

Como o senhor enxerga o fato de clubes do Rio, especialmente o Flamengo, estarem levando jogos com frequência para Brasília, e como ficou a cobrança desse percentual para que joguem fora do estado?

A Ferj não autorizava jogos dos clubes do Rio de Janeiro fora do Estado, quando detentores o mando de campo em competições oficiais. Entretanto em situações de anormalidade e de exceção devido ao impedimento da realização de clássicos ou jogos de grande porte em São Januário, falta da disponibilidade do Maracanã e o súbito fechamento do Engenhão impôs a permeabilidade necessária ao bom senso no sentido de permitir os clubes melhores arrecadações em outros estados, enquanto não se tivesse disponibilidade um grande estádio no RJ. As partidas solicitadas pelos clubes foram autorizadas através de entendimentos muito antes da reabertura do Maracanã. A taxa da Ferj é de 10% nesses casos.

Como o senhor encarou as críticas de Marin à cobrança de 10% ao Flamengo para que jogasse em Brasília? Essa cobrança persiste, qual a razão para ela?

A Ferj se mantém nos limites definidos no Estatuto e no Regulamento Geral das Competições; não temos conhecimento oficial de qualquer crítica do Presidente José Maria Marin a esse respeito até porque seriam descabidas porque sabemos que o presidente da CBF não se envolve em matéria de competência alheia. O exemplo disso é que na partida Santos e Flamengo, em Brasília, o percentual da Federação Paulista foi de 20% da quota destinada à realização da partida.

O Flamengo entregou uma carta com denúncias sobre a operação do Maracanã, como o controle de acesso pelas catracas. Como o senhor recebe essas denúncias e o que a Ferj pode fazer a respeito?
A Federação não arbitra sobre ingressos. Esperamos que o consórcio e os clubes cheguem na melhor solução possível (resposta enviada posteriormente pela assessoria da Ferj).

Clubes do Rio reclamam da falta de limite para os ingressos de gratuidade, que acabam na mão de cambistas em muitos casos. O que pode ser feito pela Ferj para buscar uma solução?
A gratuidade é um direito legal e cambismo é crime. Cabe às autoridades reprimir este último e cabe ao legislativo regulamentar o primeiro. Há mais de dois anos que a Federação tem debatido a necessidade dessa regulamentação, inclusive já tendo elaborado uma proposta nesse sentido, a ser implementada nos limites da competência desportiva. Cabe aos clubes a decisão sobre a matéria.

Eurico Miranda hoje atua diariamente na Ferj. Qual é a função e como é a sua relação com ele?

Eurico Miranda é nosso amigo, desportista e ex-presidente de um filiado da Federação. A exemplo, Antônio Augusto, David Fischel, Ângelo Chaves, Roberto Horcades, Carlos Augusto Montenegro, Patrícia Amorim, Delair Dumbrosck, e muitos outros, a amizade nunca esteve condicionada ao tempo de mandato de cada um e as portas da federação não se fecharam com o término dos mesmos. Não tem função ou cargo, mas já representou a Federação, a nosso pedido, em reunião na CBF e no Ministério dos Esportes.

A coluna Panorama Esportivo, do jornal O Globo, relatou que Eurico foi enviado como representante da Ferj em reunião na CBF para renegociação de dívidas dos clubes e que sua atuação incomodou a cúpula da entidade. O que o senhor pode falar a respeito desse caso?

Foi respondida na questão anterior (resposta enviada posteriormente pela assessoria da Ferj).

Diante do fato citado acima, é a sua intenção ajudar o Eurico a voltar a ser presidente do Vasco?
Não respondida pelo presidente da Ferj.

Como é a sua relação atual com cada um dos grandes do Rio, ressaltando recentes divergências com Fluminense e Vasco?
Há algum tempo que a relação é muito boa, tem se mantido assim e a Federação tem ajudado a todos os clubes, indiscriminadamente.

Não devem ser avaliadas participações de prepostos e subordinados, porque hoje estão neste clube e amanhã naquele outro. Estes apenas defendem os seus lugares. Não houve nenhuma divergência com o Presidente do Vasco, pessoa que tem pugnado pela conciliação em prol do Rio. Com o Presidente do Fluminense, apenas momentânea falta de comunicação, já superada. O Presidente do Fluminense já defendeu a Federação judicialmente e sempre que a matéria jurídica é a de sua especialidade é a ele a quem recorremos. O Presidente do Flamengo é recém-chegado, mas tem se mostrado compreensivo, lúcido, coerente e focado no crescimento do Flamengo e no futebol do Rio de Janeiro. Já em relação ao Presidente do Botafogo as relações institucionais desde há muito foram superadas pela consideração e amizade.

Eleições na CBF serão em abril, antes da Copa?
A CBF vai divulgar no momento oportuno (resposta enviada posteriormente pela assessoria da Ferj).

Como o senhor vê o fortalecimento de Del Nero entre os candidatos? Considera que perdeu força com a saída de Ricardo Teixeira? Acredita que alguém tem condições de vencer Del Nero?
Não respondida pelo presidente da Ferj.


O senhor cogita ser candidato? Do contrário, quem apoiará?
É uma possibilidade.

Como é a relação entre os atuais presidentes da Ferj e da CBF?
A mais cordial possível (resposta enviada posteriormente pela assessoria da Ferj).

Prejuízos, muitos estádios fechados e desistências nas Séries B e C do Rio. Como fazer para mudar? Alguns clubes reclamam especialmente em relação às taxas, além de premiações que têm de ser usadas obrigatoriamente para quitar as dívidas com a entidade. O que o senhor pode falar a respeito disso?
O futebol não é caro. Caro é o futebol profissional em função das exigências da legislação, do transporte, da alimentação dos atletas, da folha de pagamento dos atletas, da folha de pagamento da comissão técnica, do INSS, do FGTS, uniformes, exames médicos, reclamações trabalhistas, despesas médicas. As despesas de jogo, em si, representam um percentual baixo em relação à planilha de gastos de uma equipe de futebol profissional. Com muito poucas exceções, em todos os campeonatos de todos os estados a arrecadação de bilheteria representa pouco, por diversos motivos, mas principalmente pela falta de torcida de cada um dos clubes.

Dessa forma a maior receita vem dos direitos econômicos sobre os atletas cedidos a outros clubes. Quanto aos estádios fechados trata-se de imposição legal, pelo não cumprimento da apresentação dos laudos técnicos exigidos pelo Estatuto do Torcedor e não pela Ferj. Nenhum clube deixa de participar ou desiste de uma competição em razão dos custos das taxas. Esse ano, por exemplo, teve clube que desistiu do campeonato porque não registrou nenhum atleta. A Federação garante e paga à equipe de trabalho de uma partida (arbitragem e quadro móvel) independentemente do pagamento do clube e como ajuda parcelou os débitos em 60 meses.

A Federação não tem o direito de escolher quem vai participar de um campeonato e não tem o direito de convidar esse ou aquele clube. Entendemos que cada clube deveria realizar, previa e criteriosamente, um estudo de viabilidade econômica. A Ferj, este ano, aboliu a obrigatoriedade de participação nos campeonatos das categorias sub-17 e sub-15, exatamente para minimizar os gastos dos clubes e propôs ao Conselho Arbitral uma modificação na formatação do campeonato para torna-lo menos oneroso para os clubes.

A sua filha é advogada esportiva. Sem entrar no mérito de sua competência, ela atua em tribunal custeado pela Ferj, cujo presidente é o mediador que reconduziu o senhor à presidência da Ferj após intervenção do Ministério Público na entidade em 2007. Não considera que o senhor fica exposto a críticas em qualquer julgamento mais polêmico, especialmente por estar presente a alguns dos julgamentos, como o do Carlos Alberto?

763 visitas - Fonte: Globo Esporte


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