Perto de ser anunciado como treinador do Flamengo, Paulo Sousa tem um currículo sem brilho. O português não coleciona títulos de primeira linha internacional, Fiorentina e Bordeuax são os clubes de maior expressão que ele dirigiu e seu trabalho na Seleção Polonesa até aqui não é brilhante.

Diante desse quadro, é possível dizer que o Flamengo erra ao escolher Sousa como seu novo técnico? Na opinião deste colunista, não.

Pelo contrário. A escolha é coerente por conta da filosofia de jogo do português e das opções de mercado.

O Flamengo é grande demais para ser refém de Jorge Jesus e do Benfica. Era preciso tomar uma atitude. Dentro das possibilidades oferecidas pelo mercado, a direção rubro-negra optou por um técnico com características compatíveis com a do elenco que ele comandará, caso a contratação seja concluída.

Sousa prioriza a posse de bola e a ofensivdade, o que remete ao melhor do Flamengo recentemente.
Na seleção polonesa, o português comandou o astro Lewandowski. Em tese, comandar os medalhões do Fla não será problema.

A falta de grandes títulos no currículo tem seu lado positivo para o clube da Gávea. Sendo confirmada a contratação, ele deverá chegar faminto por taças com o objetivo de mudar de patamar na carreira.

Até agora, o português ostenta os seguintes títulos: bicampeão da Supercopa da Hungria, campeão da Taça da Liga da Hungria, campeão israelense e campeão suíço.

Na Inglaterra, Sousa dirigiu Queens Park Rangers, Swansea e Leicester. Depois passou por Videoton (Hungria), Maccabi Tel Aviv (Israel), Basel (Suíça), Fiorentina (Itália), Tianjin Quanjian (China) e Bordeuax (França).

Com Sousa no comando, a seleção polonesa terminou a primeira fase da última Eurocopa em último lugar de seu grupo, que tinha Suécia, Espanha e Eslováquia. Nas Eliminatórias da próxima Copa do Mundo, a Polônia está na repescagem, disputada no sistema de mata-mata, após ficar em segundo lugar no grupo liderado pela Inglaterra.

Seu histórico na profissão mostra que Sousa, de 51 anos, ainda busca seu grande momento como treinador internacionalmente. Ao optar por ele, o Flamengo faz uma aposta, o que não é um problema. Afinal, nenhum outro treinador seria garantia de sucesso. Nem Jorge Jesus.