Torcedor-folclórico do Flamengo no Maracanã, contra o Corinthians: partes da arquibancada não encheram Foto: Nina Lima

Se a semana passada foi marcada pelos preços mais caros e pelas reclamações da torcida, agora o clube tenta reaproximar time e torcedores. Além dos ingressos mais baratos nos setores atrás dos gols (contra o Fluminense, domingo), o Rubro-negro volta a fazer um treino na Gávea nesta terça, antes da viagem para São Paulo, onde encara amanhã o Palmeiras.

— A ideia é fazer um calendário até o fim do ano em que o time faça alguns treinos na Gávea. Como no Ninho o torcedor não pode ir e a Gávea está com o gramado e as instalações em boas condições, temos que aproveitar. É uma oportunidade para agradar o torcedor e permitir que o time sinta o calor da torcida — explicou o vice de futebol, Alexandre Wrobel.

Já os preços mais baratos atrás dos gols (R$ 40) foram o meio-termo encontrado para atender aos pedidos dos departamentos de marketing e financeiro, que querem aumentar a arrecadação com bilheterias; e do futebol, que precisa de casa cheia para estimular os jogadores. As vendas começaram ontem, mas apenas para sócios-torcedores e somente pela internet. Já para o público em geral, a comercialização só ocorrerá a partir de quinta-feira.

— Acho que foi um bom meio-termo. Assim conseguimos privilegiar pelo menos o torcedor mais assíduo, que é aquele que fica atrás dos gols — disse Wrobel, encerrando a crise política que havia sido aberta com os preços mais caros.

O time agradece. No último domingo, o resultado do encarecimento dos ingressos teve como consequência um público bem inferior ao que o clássico entre as duas maiores torcidas do país pode proporcionar. O duelo contra o Corinthians registrou público pagante 38,8% menor do que contra o Grêmio, quando os ingressos ainda eram mais baratos.

O baque também ocorreu na arrecadação. Mas foi menor. A renda líquida de R$ 539.362,00 foi 24,6% menor do que a obtida contra os gremistas. Uma punição para servir de lição.