Vinicius Castro/ UOL
Cristóvão Borges volta ao Flamengo depois de 11 anos e tem dura missão pela frente

O sereno Cristóvão Borges inicia nesta quinta-feira (28) a passagem como técnico do Flamengo. Ele volta ao Rubro-negro 11 anos depois do trabalho como auxiliar de Ricardo Gomes. A vida profissional mudou muito desde então. Atualmente, Borges figura no grupo dos principais treinadores do país e acertou com o clube da Gávea por um salário "padrão Luxa".

Quando passou pelo Flamengo, em 2004, Cristóvão não teve sorte ao lado do amigo Ricardo Gomes. O período turbulento fez a dupla permanecer apenas de agosto a outubro na Gávea. Apesar do tempo curto, o técnico costuma dizer que o clube foi um local no qual se sentiu muito bem para desempenhar a função.

Voltar ao Rubro-negro sempre foi um sonho de Cristóvão. O perfil tranquilo e de raros conflitos públicos com as diretorias dos clubes pesou consideravelmente na escolha do Conselho Gestor. A calma para administrar os problemas e a amizade que costuma estabelecer com funcionários e jogadores foram qualidades destacadas desde o início pelos dirigentes.

O questionamento de membros influentes da gestão e até de conselheiros da oposição está na "bagagem" profissional. Muitos dizem acreditar que o técnico não tem perfil para suportar o tradicional caldeirão rubro-negro mesmo com as passagens por Vasco, Bahia e Fluminense.

Ainda assim, Cristóvão Borges assinou contrato até o final do ano com praticamente o mesmo salário do antecessor. Vanderlei Luxemburgo tinha vencimentos de cerca de R$ 400 mil, enquanto o novo comandante firmou compromisso por aproximadamente R$ 350 mil mensais.

Apaixonado por música e pelas demais artes, o estudioso Cristóvão se estabeleceu no mercado de forma diferente a da maioria dos treinadores. A simplicidade com a qual conduz o dia a dia ainda causa estranheza no "mundo da bola", mas é desta forma que o técnico pretende dar novo rumo ao Flamengo e escrever uma história de sucesso 11 anos depois.