Tiagão é marcado pelo rubro-negro Olivinha (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Quando o Flamengo vencia por seis pontos a pouco mais de um minuto do fim, era nítida a reação dos torcedores na arquibancada e dos jogadores em quadra. No entanto, por ironia do destino, o único torcedor rubro-negro que não transmitia a tranquilidade estava do outro lado da quadra com a camisa do Basquete Cearense. Ex-camisa 10 do clube da Gávea, irmão do capitão Marcelinho, acabou fazendo a diferença nos dois últimos quartos e, com uma cesta a três segundos do fim, fez dois dos seus 23 pontos, os quais deram a vitória por 67 a 66 ao time comandado por Alberto Bial, pondo fim a uma invencibilidade de dez jogos do Flamengo.

Atual vice-líder do NBB, atrás apenas do Bauru, o Flamengo volta a jogar no sábado, às 17h30, contra o Vitória, novamente no Tijuca. Já o Basquete Cearense entra em quadra na sexta, às 19h30, contra o Macaé, em Macaé (RJ).

O JOGO
Com exceção dos primeiros quatro minutos, quando o Flamengo marcou forte, abriu 8 a 0 e deu a impressão de não teria maiores dificuldades para chegar à sua 11ª vitória consecutiva, o primeiro quarto foi todo do Basquete Cearense. Depois de um início ruim, o time do técnico Alberto Bial fez 20 a 1, abriu oito de frente e obrigou José Neto a parar o jogo e mudar todo seu elenco. Marcelinho, que voltou a começar entre os titulares, era o retrato da má pontaria rubro-negra.

Em cinco arremessos, quatro da linha de três, nenhum convertido. Rafael Mineiro também errou os quatro primeiros chutes que tentou, e Marquinhos acertou um em dois tentados e terminou o período com dois pontos. Meyinsse, com quatro pontos, e Gegê, com uma bola de três em uma, foram os que se salvaram. Enquanto isso, do lado cearense, Davi Rossato e o ex-camisa 10 da Gávea Duda, com cinco pontos cada, comandaram a vitória parcial por 21 a 14.

O Flamengo voltou para o segundo quarto com Gegê, Jason Robinson, Ronald Ramon, JP Batista e Olivinha - que completou 8.000 minutos em quadra na história da competição -, e assim fez 9 a 2 nos quatro minutos iniciais e deixou tudo igual. Os visitantes não se intimidaram, fizeram quatro pontos seguidos e pularam na frente de novo. Mas o Flamengo não queria deixar o placar escapar outra vez, e com uma cesta de Olivinha e uma quase ponte aérea de Rafa Luz com Marquinhos empatou de novo.

Assim como Neto, Bial também mudava bastante seu quinteto. Talvez por isso a equipe cearense tenha conseguido suportar o ritmo alucinado dos cariocas. Se sobrava emoção e suor nas duas defesas, falta qualidade nos ataques. Enquanto os donos da casa chutaram 32,7% e fizeram apenas 32 dos 98 pontos tentados no primeiro tempo, os visitantes foram menos piores e converteram 31 dos 73, com um aproveitamento de 41,2%. Mas como basquete não é matemática, o Flamengo foi para o intervalo vencendo por 32 a 31 apesar dos números.

O terceiro quarto começou como terminou o segundo. Um equilíbrio enorme, tanto no placar, como, principalmente, nos erros nos arremessos de quadra. A única exceção era Duda. Com três bolas de três seguidas, o camisa 10 da equipe cearense era a principal preocupação da defesa carioca. A pontaria do ex-rubro-negro animou Audrei, que acertou sua primeira de longa distância no jogo e levou a vantagem dos visitantes para quatro pontos. Marcelinho descontou quase no estouro do cronômetro, e a vantagem do Basquete Cearense ficou em dois ao fim do período.

Com uma jogada de três pontos, Audrei pôs o visitante cinco pontos à frente logo no primeiro ataque do último período. Até então zerado nas bolas de três, Marcelinho acertou a primeira quando mais precisava e deixou tudo igual a sete minutos do fim. Mas o capitão rubro-negro queria mais. No lance seguinte, o ala roubou a bola na defesa, fez linda jogada individual e pôs os tricampeões na liderança novamente. Quando parecia que os torcedores rubro-negros saíram em festa do Tijuca, Duda acertou um chute para dois pontos e definiu a partida.