Léo Ortiz teve uma estreia com a camisa do Flamengo para jamais esquecer. Primeira vez é sempre especial, mas imagine em noite de Libertadores, com vitória e direito a gol marcado. Para viver tudo isso, ele teve que esperar mais de um mês entre a apresentação oficial, em 8 de março, até a vitória por 2 a 0 sobre o Palestino, na quarta-feira. O ge ficou na cola do zagueiro de 28 anos durante a partida (veja vídeo abaixo) . Falante como um velho integrante do Ninho A espera valeu. O longo período de adaptação permitiu que Léo Ortiz, mesmo sendo uma cara nova no Ninho, participasse intensamente do "jogo falado". Parecia em casa e agia como um dos líderes do grupo. Desde o minuto inicial, comunicava-se intensamente com Léo Pereira. Apontava os espaços para Varela, gesticulava bastante e também tinha em Ayrton Lucas um dos principais alvos de suas orientações. Conhecido pela boa capacidade de sair jogando, Léo, ao observar Ayrton forçar uma bola de pé direito enquanto dava opção na zona central, gritou, levantou os dois braços e mostrou que estava desmarcado para ajudar na construção. - É um perfil que tenho (estar à vontade em campo), no dia a dia até sou um pouco mais quieto, estou me enturmando, mas dentro de campo me sinto à vontade. Tanto na liderança, quanto falando e ajudando todo mundo junto com quem está ali atrás. O Léo Pereira me deu muita moral ali também. Estou muito feliz pela vitória - afirmou em entrevista coletiva. Talento em dia, pudor para chutão em falta Embora seja conhecido exatamente pela grande técnica que possui, Ortiz não teve vergonha de dar chutão ao se ver pressionado. Aos 14 de jogo, cinco minutos após fazer uma linda inversão para Cebolinha, observou um adversário tentar penetrar pelo meio da defesa rubro-negra e o freou com um bico na bola para a lateral. Como estava à vontade em campo para pedir a atenção de Ayrton Lucas, também foi um dos poucos que observou a importância do lateral na jogada do golaço de Pedro. Enquanto todos corriam para abraçar o camisa 9 na comemoração, Ortiz chegou por trás, deu um tapinha nas costas de Ayrton e o abraçou. O 6 do Flamengo , ao observar o enxergar concedido, disparou uma bomba - novamente de pé direito -, e a bola sobrou para o goleador dar um chapéu no goleiro e tocar no fundo da rede. Mãos na cabeça em chance perdida No fim do primeiro tempo, Léo Ortiz já estava em casa. Até viu o primeiro chute do Palestino acontecer às suas costas, mas seguia ganhando duelos aéreos sem grande esforço. Era pouco incomodado também, dada a fragilidade do adversário. Porém, quando exigido, cumprira bem seu papel defensivo. Como o Flamengo empurrava o Palestino para defesa e empilhava oportunidades, o zagueiro começou a ter oportunidades de subir. E, no último lance do primeiro tempo, recebeu um passe açucarado de Luiz Araújo na pequena área e emendou um bonito peixinho. O movimento não saiu perfeito, e o goleiro Rigamonti espalmou. Léo ficou incrédulo. De joelhos, socou o chão e depois levou as mãos à cabeça ao levantar. Como perder a chance de marcar numa estreia com quase 60 mil no Maracanã? Seria a última? Não. A sorte ainda iria sorrir para o gaúcho de 28 anos. Xerife primeiro, depois artilheiro O Flamengo não voltou bem do intervalo. Se era para ter liquidado a fatura na etapa inicial, o inexplicável recuo colocou os rubro-negros em perigo. Quando a vitória ganhou ares de incerteza no Maracanã, o camisa 3 apareceu de forma providencial. Aos 30 minutos do segundo tempo, cortou duas bolas que seriam as últimas ameaças dos chilenos do Palestino. Faltava algo que já fizera duas vezes em 2024 pelo Bragantino e em 14 oportunidades nas cinco temporadas em que defendeu o ex-clube: o gol. Se as oportunidades apareciam, por que não sonhar com as redes no primeiro jogo de vermelho e preto? Já no fim do jogo, com o time bastante modificado, a joia Lorran bateu escanteio. Ortiz, que chegava caminhando lentamente à área, buscou o primeiro pau e desviou como um artilheiro de pé direito. Nos braços do time e da família O gol foi intensamente vibrado pelo camisa 3, que finalizou quatro vezes na partida. Esticou a camisa, foi abraçado pelos companheiros que estavam em campo e depois se dirigiu para o banco, onde tomou uma chuva de cascudos. Cessava-se a ameaça de um tropeço e dava-se início a uma linda festa no Maracanã e em especial para a família Ortiz, que não estava toda presente no Maraca justamente pelo longo período de espera. Embora o pai, Luis Fernando Ortiz, um cracaço histórico do futebol de salão, e a mãe, Juçara, não estivessem presentes, o mais novo zagueiro do Flamengo conseguiu encontrar familiares no meio da multidão rubro-negra, erguer os punhos e abrir um sorrisão para irmã, Fernanda, e o cunhado, Guilherme. - No final, fiz o punho vibrando com minha irmã e o meu cunhado, que foi quem acabou ficando aqui no Rio nesse último jogo. Minha família ficou aqui um mês, um mês e meio. Meu pai, minha mãe, minha avó, minha tia, minha namorada. Mas justo no jogo que eles foram embora, eu estreei e fiz o gol. Acabou sobrando só eles dois lá (risos). Mas com certeza a minha família vibrou junto em casa e sentiram toda essa vibração de dentro de campo. Antes de avistar Fernanda Ortiz no Setor Oeste do Maracanã, Léo Ortiz foi aclamado por sua nova família. Seu primeiro gesto foi se agachar, fazer uma rápida reflexão e levantar para iniciar uma fila de cumprimentos. Apertou a mão dos árbitros, foi abraçado por Fabrício Bruno, por outros companheiros de defesa e depois foi efusivamente festejado pelos uruguaios Varela e De la Cruz. Aplaudiu a torcida e distribuiu mais alguns cumprimentos até se deparar com a irmã e melhor amiga, Fernanda, para erguer os punhos para ela e sorrir a alegria de uma noite perfeita. Com vitória, gol e grande atuação. Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv
Léo Ortiz abraça Ayrton Lucas no gol de Pedro em Flamengo x Palestino — Foto: Fred Gomes
Léo Ortiz por pouco não marca o primeiro gol pelo Flamengo, contra o Palestino — Foto: André Durão
Léo Ortiz se desespera com gol perdido em Flamengo x Palestino — Foto: Fred Gomes / ge
Léo Ortiz também não se privou de falar com a arbitragem e reclamou após De la Cruz ser agredido no círculo central — Foto: Fred Gomes / ge
Léo Ortiz comemora gol em Flamengo x Palestino — Foto: André Durão
Léo Ortiz em Flamengo x Palestino, no Maracanã — Foto: André Durão
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