O elenco robusto do Flamengo, que o credencia como favorito a todos os títulos em 2024, também poderia significar uma "vantagem" para os temidos jogos em altitudes elevadas: nove jogadores do plantel, quase um time inteiro, já têm experiências de jogar em cidades acima dos 3 mil metros. Porém, o Rubro-Negro terá só três deles à disposição para enfrentar o Bolívar nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), nos 3.600 metros de La Paz, na Bolívia. Gabigol, Léo Pereira, Varela, Ayrton Lucas, Pulgar e Arrascaeta, todos poupados, já vivenciaram, seja por clube ou seleção, esse tipo de partida onde falta oxigênio e sobra velocidade na bola. O atacante, suspenso por tentativa de fraude em exame antidoping, e o zagueiro, com um quadro viral, são desfalques de Tite, enquanto os demais foram poupados pela comissão técnica em função do desgaste. Com isso, os três que sobram para passar suas experiências à garotada são: Rossi, Viña e Bruno Henrique. E com um detalhe: o trio nunca perdeu nessas altitudes elevadas.
O goleiro jogou duas vezes em La Paz pelo Boca Juniors: venceu o The Strongest por 1 a 0 na Libertadores de 2021 e pelo mesmo placar bateu o Always Ready no ano seguinte. O lateral-esquerdo também ganhou atuando pelo Palmeiras: 2 a 1 em cima do Bolívar na edição de 2020. Já Bruno Henrique empatou em 1 a 1 com o The Strongest em La Paz na Libertadores de 2017, quando jogava no Santos, e na edição de 2019 venceu o San José nos 3.700 metros de Oruro, também na Bolívia, já com o Flamengo. Esta, aliás, foi a última vez que o Rubro-Negro esteve em uma altitude tão elevada, e o atacante é o único remanescente daquele time à disposição nesta quarta-feira. Naquela época, o Flamengo era dirigido pelo técnico Abel Braga e foi a campo com Diego Alves, Pará, Léo Duarte, Rodrigo Caio, Renê, Cuéllar, Willian Arão, Diego, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol, enquanto Vitinho, Everton Ribeiro e o volante Ronaldo entraram no decorrer do jogo.
Entre oito e 10 jogadores precisaram recorrer aos cilindros de oxigênio no vestiário do Estádio Jesús Bermudez no intervalo e após a partida. Naquele dia, Gabigol foi o herói ao fazer o gol da vitória no segundo tempo, mas a assistência na medida foi de Bruno Henrique. Em meio à comemoração, o atacante deu entrevista ofegante na saída de campo: - Você tenta puxar o ar, tenta puxar, mas não vem, cara. Mas é superação.
Entre os outros relacionados, Léo Ortiz, David Luiz, Fabrício Bruno, Gerson, De la Cruz e Luiz Araújo já jogaram em altitudes, mas não tão severas assim. Exceto pelo atacante, todos por exemplo atuaram nos 2.850 metros de Quito no Equador. David Luiz e Fabrício Bruno ainda disputaram partidas nos 2.625 metros de Bogotá, na Colômbia, onde Luiz Araújo também jogou.
E o Tite? O técnico do Flamengo também tem experiência em dirigir equipes no "alto da montanha". Tite esteve quatro vezes acima dos 3 mil metros com uma vitória, dois empates e uma derrota, que aconteceu logo na estreia ao perder com o Grêmio por 1 a 0 para o Bolívar em La Paz, na Libertadores de 2003. Dez anos depois, o treinador foi com o Corinthians até Oruro enfrentar o San José e empatou em 1 a 1, naquele jogo que ficou marcado pela morte do garoto boliviano Kevin Espada por um sinalizador. Tite voltou a La Paz já no comando da seleção brasileira para enfrentar a Bolívia pelas eliminatórias em 2017 e não saiu do 0 a 0. A única vitória aconteceu em 2022, quando dirigiu a Seleção na goleada por 4 a 0 sobre a Bolívia em La Paz, também pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Nesta quarta-feira, Tite retorna ao "topo da montanha" precisando vencer para levar o Flamengo à liderança do Grupo E.
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