Enquanto não viaja ao Brasil para começar de fato o trabalho como diretor de futebol do Flamengo, José Boto iniciou à distância os estudos, contatos e participação no planejamento rubro-negro para 2025. O dirigente português se sente à vontade no mercado brasileiro. Ele ainda tem agenda a cumprir com o Osijek, da Croácia, e o combinado é que chegue ao Rio de Janeiro depois do Natal para assumir o futebol do Flamengo. A adaptação não deve ser problema. Quem acompanhou a carreira de Boto de perto nos últimos anos o classifica como especialista no mercado brasileiro, o que condiz com sua atuação como scouting. Ele foi responsável pela contratação de vários jogadores do país nos últimos anos. - Do ponto de vista cultural ele conhece muita coisa porque já foi ao Brasil muitas vezes, são muitas viagens ao Brasil, desde quando trabalhava no Benfica. Tem um contato muito forte com o mercado brasileiro e conseguiu contratar muitos talentos do Brasil. Acredito que dessa rede de contatos possa ter surgido a relação com a nova diretoria do Flamengo. Ele não vai ficar surpreso com nada, a forma como a torcida e o ambiente em torno do futebol gira. É um especialista no mercado brasileiro - disse, ao ge, Blessing Lumueno, auxiliar técnico do Chaves, de Portugal, e amigo de Boto. Quando Boto deixou o Shakhtar Donetsk, ao fim de 2022, o elenco do clube ucraniano tinha 12 jogadores brasileiros - no ano passado, ele revelou, em entrevista a um canal de youtube português (veja mais abaixo na matéria), ter grande rede de contatos no Brasil. Os outros estrangeiros do Shakhtar eram um de Portugal e um de Burkina Faso. O restante do plantel era formado por atletas ucranianos, o que ajuda a explicar outra característica do dirigente: a aposta na base. - Ele é um apreciador de talentos e sempre apostou no mercado brasileiro, porque acredita que é onde estão os melhores talentos do futebol. Não é alguém que vai mudar toda a concepção do clube, mas alguém que vai apostar no talento desenvolvido dentro do clube e, eventualmente, dentro do Brasil. Aposta muito no desenvolvimento das comissões técnicas das categorias de base para que os jogadores consigam, sem perder aquilo que os tornam diferentes, rapidamente chegar à equipe principal. Além de toda parte de estruturação, acho que ele vai mudar algumas coisas nas categorias de base para que surjam ainda mais talentos - afirmou Blessing. - Ele consegue trabalhar com todo tipo de mercado. Eu acredito que a grande base dele vai ser no Brasil, porque é o mercado que ele mais gostou de trabalhar e que ele mais acredita. Acredito que a grande força dele vai estar no mercado interno e nas categorias de base, o mercado de fora acho que vai ser exceção - completou o auxiliar técnico.
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José Boto ajuda o Flamengo na montagem da equipe que tocará o departamento de futebol. Além do coordenador da base, o português também vai trazer um profissional de scouting, setor que o consolidou como dirigente na Europa nos últimos anos. O diretor trabalhará com uma equipe reduzida e pessoas com quem ele confia, seguindo o modus operandi dos clubes em que atuou. O treinador Filipe Luís deverá ter participação ativa no planejamento junto com Boto, ainda mais que, num primeiro momento, a previsão não é de grandes mudanças no elenco. O dirigente costuma ter paciência com os treinadores e apostar em trabalhos mais longevos. Boto iniciou a carreira como treinador de times do sub-15 ao sub-19, com passagens por equipes portuguesas como Sacavenense, Alverca e Loures. Em 2007 ele foi para o departamento de scouting do Benfica, que estava sendo implementado naquela época, e passou a coordenar a pasta em 2010. Em 2018 foi convidado a chefiar o departamento de scouting do Shakhtar Donetsk. No fim de 2021 assumiu a direção desportiva do Paok, da Grécia, e chegou ao Osijek no ano passado
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