O incêndio que causou a morte de dez atletas da base do Flamengo em 2019 completa seis anos neste sábado. O clube prepara uma homenagem para os garotos do Ninho no clássico contra o Fluminense. Na parte da manhã será realizado um culto ecumênico no Ninho do Urubu, em evento fechado para familiares, funcionários e diretoria. Mais tarde, às 16h30, o time entrará em campo com um patch especial na camisa, exibindo a mensagem “Nossos 10!”. Uma exibição no telão do Maracanã marcará o momento em que os torcedores participam da homenagem.

Um incêndio de grandes proporções atingiu o Ninho do Urubu no dia 8 de fevereiro de 2019. Dez pessoas morreram, todos jogadores da base do Flamengo entre 14 e 16 anos. Três jovens ficaram feridos. No momento do incêndio, havia 26 garotos no alojamento. Em nota oficial, o Flamengo informou na terça-feira que celebrou um acordo com os pais do goleiro Christian Esmério , única família das dez vítimas fatais do incêndio que ainda não tinha sido indenizada e processava o clube na Justiça. Até hoje, nenhuma pessoa foi punida criminalmente pelo ocorrido.

O assunto foi tema da entrevista coletiva de Filipe Luís após a goleada sobre a Portuguesa, na quarta-feira, em Uberlândia (MG). - Eu tenho um conexão forte com esses meninos. Tem um memorial no Ninho e eu sempre vou lá. Não estava aqui (na tragédia), mas eu sou pai. E eu me sinto como pai de um desses dez meninos. Entregar esses meninos para jogar futebol com sonho e pegar num caixão... Nenhum dinheiro e acordo vai fazer a dor dos pais passar, mas o que podemos fazer é dar carinho e suporte e dizer que também sentimos essa dor. Tenho filhos, sei da dificuldade que pode ser isso. Ninguém deseja passar por isso. Meu apoio a todas as famílias, vou estar sempre lembrando lá. Vai ter uma missa, estarei lá vendo os pais. Sinto que eles estão comigo, não sei como explicar. Comecei na base e deu tudo certo na base. Tenho essa crença. Espero que possam ter os corações confortados.

Desde 2019, a torcida do Flamengo canta em todo minuto 10 dos jogos uma música como forma de luto pelos dez meninos do Ninho e para não deixar as mortes caírem no esquecimento. Em 2022, três anos depois do incêndio, considerado a maior tragédia da história rubro-negra, o clube inaugurou uma capela ecumênica no CT como forma de homenagem às famílias. Em 2024, foi lançado o livro "Longe do Ninho", de Daniela Arbex, que conta a história dessa tragédia. Em todo dia 8 de fevereiro desde o incêndio, o Flamengo organiza uma celebração no Ninho do Urubu. Alguns pais costumam comparecer.

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