Fla suporta 'clima de Libertadores', mas perde a linha com árbitro

13/2/2014 09:48

Fla suporta 'clima de Libertadores', mas perde a linha com árbitro

Com exceção de Amaral, rubro-negros não se abalam com pressão no Nou Camp e não se desentendem com rivais. Irritação aparece só em marcações de Buitrago

Fla suporta clima de Libertadores, mas perde a linha com árbitro
Onde tem fumaça...: O 'clima de Libertadores' no duelo entre Flamengo e o León, no México (Foto: Editoria de Arte)


Catimba, pressão da torcida, árbitro com assinalações polêmicas, nervosismo e marcação pesada. Os ingredientes já fazem parte do clichê de toda análise a respeito da Libertadores, e estiveram presentes na estreia do Flamengo na competição, com derrota por 2 a 1 para o León, nesta quarta-feira, no México. Apesar da expulsão de Amaral logo aos 12 do primeiro tempo, o Rubro-Negro se portou bem diante de um cenário desfavorável dentro e fora de campo por quase todos os 90 minutos. Com um time experiente, marcou forte, fez cera e cobrou bastante do juiz, personagem que mais tirou o time do sério.

Apesar da atmosfera contrária, nada irritou mais os rubro-negros do que o colombiano José Hernando Buitrago. Foram por conta de decisões do árbitro os momentos de maior descontrole dos jogadores, que se portaram bem diante da inquieta torcida do León e não tiveram maiores problemas no contato direto com os atletas rivais. Uma cena que exemplificou bem o tom pacífico da disputa aconteceu ao apito final, quando seguidores do time da casa gritaram o nome de Felipe, melhor do Fla em campo, e receberam suas luvas de presente.
NERVOS À FLOR DA PELE? SÓ COM BUITRAGO

O goleiro, no entanto, foi um dos que mais sofreram durante os 90 minutos. A cada tiro de meta cobrado, vaias tomavam conta do estádio, seguidas de um xingamento. O Nou Camp não estava completamente cheio, mas quem marcou presença parecia estar disposto a tirar no grito o León da má fase que se encontra no Campeonato Mexicano. Desde o apito inicial, o Flamengo não teve sossego a cada toque na bola, enquanto os donos da casa eram empurrados por coros de "Leóoooooon! Leóooooon".

O Fla, entretanto, parecia não se abater e trocava passes com tranquilidade. Tanto que, logo aos quatro minutos, Hernane acertou o travessão em cabeçada após cruzamento de Everton. Mesmo fora de casa, a partida começou equilibrada em panorama que durou apenas 12 minutos. Inflado pelo "clima de Libertadores", Amaral exagerou em dividida e levou o cartão vermelho. De imediato, a torcida reagiu: "Fora! Fora! Fora!".

Em desvantagem numérica, o Flamengo se fechou em seu campo e quase sempre tinha todos os jogadores atrás da linha da bola, na intermediária defensiva. Mesmo sendo justa, a expulsão inflou a equipe contra Buitrago, e cada dividida mais forte por parte dos mexicanos resultava em questionamentos dos jogadores. André Santos e Wallace, por exemplo, cobraram o vermelho para Nacho González depois de disputa aérea com Samir. O árbitro colombiano ignorou.

Neste momento, o time rubro-negro parecia muito nervoso, e alguns jogadores ampliavam o movimento, deixando o pé em algumas disputas. Com um a menos, o Fla também passou a fazer valer um artifício comum a Libertadores: a cera. Cada falta ou tiro de meta era cobrado com lentidão, e os torcedores locais não perderam a oportunidade de vaiar. Sem espaços, o León apelava para chutes de fora, e o sistema de som incendiava o torcedor ao anunciar cada escanteio. Em um deles, foi marcado pênalti de Hernane, cobrado e convertido por Boselli. Festa para os leoneses.

Na comemoração, sinalizadores foram atirados na área onde estava o goleiro Yarbrough, além de muito papel higiênico. Do outro lado, onde a rede tinha sido balançada, Wallace tentava tirar satisfação com o juiz pela marcação da penalidade, mas foi acalmado por Cáceres. O Flamengo tinha os nervos à flor da pele, e Buitrago era o alvo.

Wallace, por sinal, parecia um dos mais indignados com colombiano. Tanto que até mesmo no gol de empate, marcado por Cáceres, o zagueiro foi tirar satisfação. O árbitro assinalou de maneira confusa a validação do gol, e o camisa 14 correu para questionar uma suposta anulação. Depois de toda comemoração, acabou repreendido à espera do reinício do jogo.

Passados os 45 minutos iniciais, o Flamengo foi para o intervalo em igualdade após uma montanha russa emocional e jogou a pressão para o outro lado. Antes muito apoiado, o León foi para o intervalo sob uma mistura de vaias e incentivo.

FLA INVERTE PRESSÃO, MAS SOFRE GOL COM INCÊNDIO NA COMEMORAÇÃO

Enquanto os times estavam no vestiário, uma festa brasileira tomou conta do Nou Camp. Primeiro, Tita, com passagens marcantes pelas duas equipes, foi homenageado. Em seguida, o sistema de som ensaiou tocar "Ai, se eu te pego", de Michel Teló, mas foi reprovado pelas arquibancadas. Este era um sinal do nervosismo que os mexicanos sentiam com o empate mesmo com um homem a mais em campo.

No retorno para o segundo tempo, os torcedores que vaiavam a cada toque do Flamengo na bola estavam em silêncio e somente a torcida organizada atrás do gol de Felipe seguia cantando - como aconteceu durante os 90 minutos, por sinal. Nem mesmo a pressão do León diante de um Rubro-Negro acuado animou o torcedor, até que André Santos cometeu pênalti em Arizala. Momento de recomeçar a festa? Seria, se Boselli acertasse a segunda cobrança. Ao tentar uma cavadinha, o argentino facilitou a missão de Felipe e passou a ser alvo de uma torcida que via na Libertadores um filme frustrante que tem vivido no campeonato local.

A esta altura, o Flamengo administrava bem a pressão e a partida. Era nítido que a cera fazia parte da estratégia rubro-negra, e tinha efeito duplo: fazia o tempo passar e irritava os mexicanos.

Este cenário permaneceu favorável aos cariocas até os 22 minutos do segundo tempo, quando Arizala aproveitou bate e rebate na área para colocar o 2 a 1 no placar. O Nou Camp extravasou. Na comemoração, um sinalizador foi jogado na área de Felipe, que relutava em aceitar o gol sofrido abrindo os braços. Com a área limpa para reinício do jogo, o artifício pirotécnico gerou fogo atrás da baliza. Preocupado, o León solicitou, através do sistema de som, que não fosse mais utilizado este tipo de objeto.

Em vantagem, o torcedor local relaxou, e voltou a ter a postura do primeiro tempo. A cada toque rubro-negro na bola, vaias. A cada oportunidade, xingamentos. A certa altura, a polícia precisou se juntar para fazer a proteção a Lucas Mugni em cobrança de escanteio, evitando ofensas maiores. O Fla, por sua vez, se portava bem e se mandava em busca do empate.

A igualdade não veio, mas o rubro-negro volta para o Rio mais calejado a respeito do que terá pela frente. Com exceção de Amaral e algumas contestações a Buitrago, o elenco se portou bem diante do "clima de Libertadores".

- Hora nenhuma (senti nervosismo). O time jogou uma partida muito boa. A postura do Flamengo foi excelente para um jogo da Libertadores - analisou Jayme de Almeida.

Os números também mostram um Flamengo equilibrado no contato direto com o time adversário. Apesar de ter recebido quatro cartões amarelos e um vermelho, contra só um amarelo do León, o time carioca cometeu 17 faltas e recebeu 20, além de ter dado um banho nos desarmes e roubadas de bola: 45 a 24.

Agora, o Flamengo retorna para realidade do futebol brasileiro, enfrenta o Vasco, domingo, no Maracanã, pelo Carioca. A disputa sul-americana só voltará à tona no dia 26, diante do Emelec, no Rio de Janeiro. Mas aí, quem vai ter que segurar os nervos diante do "clima de Libertadores" são os equatorianos.

773 visitas - Fonte: GE


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