Estreia neste sábado (14) um novo formato do Mundial de Clubes . A partir das 21h (de Brasília), Al Ahly e Inter Miami fazem a partida de abertura de um torneio pensado pela Fifa como uma espécie de "Copa do Mundo" entre 32 equipes de todos os continentes, algo inédito no esporte. O novo modelo de disputa é bem diferente de outros reconhecidos no passado, desde a Copa Intercontinental até mesmo o Mundial que existiu até 2023, mas que comportava somente os sete campeões continentais de cada ano.
Em uma mudança assim, sempre existem os que aprovam e outros que discordam. Nos últimos meses, o ESPN.com.br falou com ex-jogadores e técnicos que tiveram nomes marcados na história do Mundial em clubes do Brasil e do mundo. A divergência sobre o torneio a ser disputado nos Estados Unidos é grande. Campeão com o Internacional em 2006, Abel Braga não é dos maiores fãs do novo formato. Para o ex-treinador, a disputa mais alongada deixa o torneio "menos charmoso" que seu antecessor.
Raí, campeão com o São Paulo em 1992, na época em que era preciso "apenas" ganhar a final única contra um europeu, se mostrou curioso para ver como será a recepção do público. “Acho que tem um desafio. Esse novo formato vai chamar a atenção dos torcedores. Tem um cansaço não só físico, mas também mental dos atletas. Um formato que a primeira vez vai ser interessante, eu vou estar atento, para os torcedores vai ser bacana”, avaliou. “Mas que tem que ganhar aceitação dos atletas de criar uma tradição para esse tipo de campeonato. Em um calendário que já é carregado, ver se vai trazer consequências que não são boas, jogadores estarão muito cansados, pode ter lesões. Basta ver se vai seguir existindo esse formato para criar uma cultura onde as pessoas vão começar a esperar”.
Tradicionalmente, o Mundial e o Intercontinental eram disputados em dezembro, momento em que brasileiros estavam em fim de temporada, enquanto os europeus viviam seus auges físicos. Agora, essa lógica se inverte – podendo trazer um benefício aos times do lado de cá. Raí vê a diferença diminuir entre times dos dois continentes, apesar de ainda ser grande. E o Mundial no novo formato pode ser uma chance de atrair mais atenção de investidores para o crescimento do Brasileirão .
Apesar do aspecto físico, Diego Ribas, campeão com o Porto em 2004, ainda vê uma dificuldade extra para os brasileiros: mais enfrentamentos contra os europeus. Um caso emblemático é o do Botafogo, que já vai enfrentar Atlético de Madrid e PSG na fase de grupos.
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