O Clube de Regatas do Flamengo foi condenado a pagar uma indenização de R$ 6 mil a um jovem atleta, que relatou ter sido agredido nas dependências do clube em 2022. O incidente ocorreu durante um momento de “batizado” na equipe de judô, onde a vítima, na época com apenas 14 anos, teria sofrido espancamentos de colegas de equipe.

A decisão foi proferida pela 18ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que deliberou de maneira unânime, reconhecendo a falha do clube em garantir a segurança dos seus atletas. O relator do caso, desembargador Paulo Wunder, enfatizou que o Flamengo, como uma importante instituição de formação de atletas olímpicos, tem o dever de zelar pela integridade dos jovens competidores.

Em resposta à condenação, o Flamengo declarou que respeitará a decisão judicial e reiterou seu repúdio a qualquer forma de violência, especialmente aquelas que envolvem menores de idade. Além disso, a diretoria do clube informou que realizará uma apuração das responsabilidades e intensificará suas campanhas educativas entre atletas e funcionários.

Os eventos que culminaram na condenação do clube foram registrados em 19 de março de 2022. O caso foi inicialmente reportado na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha, e posteriormente transferido para a 15ª DP, situada na Gávea, onde está a sede do Flamengo. Conforme o boletim de ocorrência, o jovem atleta sofreu lesões causadas por uma “ação contundente”, sendo descritas como agressões que incluíam enforcamento com quimono, tapas e chutes.

Ainda segundo as informações coletadas, o agressor identificado é Daniel Nazaré, um judoca de 21 anos, que já havia treinado com a vítima anteriormente. O exame de corpo de delito realizado pelo Instituto Médico Legal confirmou as lesões, que incluíam equimoses e escoriações na cabeça do jovem. O atacante dos incidentes teria agido durante um treino, realizando brincadeiras que rapidamente se tornaram agressivas.

Ainda que o jovem atleta tenha praticado judô desde os 3 anos e estivesse sob a faixa roxa, as agressões que sofreu o levaram a ser atendido no Hospital Getúlio Vargas, onde foram realizadas tomografias que, felizmente, não mostraram qualquer alteração significativa. O incidente expõe a necessidade urgente de uma maior atenção à segurança e ao bem-estar dos atletas em treinamentos e competições.