O Flamengo tem vivido momentos de intensa comparação entre dois de seus grandes nomes: Jorge Jesus e Filipe Luís. Ambos marcaram eras distintas no clube e conquistaram títulos relevantes, mas o debate sobre quem deixa um legado mais profundo é uma questão que não cessa.

Jorge Jesus, o treinador que quebrou um jejum de 38 anos sem conquistar a CONMEBOL Libertadores, trouxe um estilo de jogo que encantou a torcida rubro-negra. Seu trabalho em 2019, quando o Flamengo conquistou não apenas a Libertadores, mas também o Campeonato Brasileiro, foi caracterizado por um desempenho superior e uma estética apreciável em campo, levando muitos a considerarem sua equipe como uma das mais memoráveis da história do clube.

Por outro lado, Filipe Luís, que começou sua trajetória como jogador do Flamengo e agora ocupa o cargo de treinador, trouxe uma proposta sólida e conquistou títulos importantes, incluindo o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. A comparação entre as duas eras não é simples, já que o atual treinador enfrenta adversários que, em muitos casos, estão mais preparados do que no passado, um reflexo do legado deixado por sua antecessora.

Os comentários de especialistas nesse assunto variam. Bruno Vicari, por exemplo, argumenta que, apesar das conquistas de Filipe Luís, o Flamengo de Jorge Jesus ficou marcado por um encantamento único que encantava os torcedores. Já Ubiratan Leal observa que, embora o time de 2019 tenha sido mais espetacular, o contexto atual exige respeito pelo trabalho de Filipe Luís, que, mesmo enfrentando lesões e problemas de elenco, tem mostrado competência.

Mário Marra acredita que ambos os treinadores estão em níveis equivalentes, mas sugere que Filipe Luís tem a chance de superá-lo dependendo do desempenho na Copa Intercontinental. Outros, como Gustavo Zupak, reconhecem o impacto transformador de Jorge Jesus na história do Flamengo, apontando que seus feitos foram mais significativos em termos de revolução no clube. No entanto, a lista crescente de conquistas sob o comando de Filipe Luís também não passa despercebida.

Ainda existe um equilíbrio entre os títulos e a qualidade do futebol apresentado. Rodrigo Bueno destaca que, se Filipe Luís conquistar a Copa Intercontinental, poderá conquistar uma glória similar à de Jorge Jesus, especialmente considerando que se trata de um título de relevância mundial. Vitor Birner pontua que a dificuldade em fazer uma escolha definitiva para um vencedor se dá pela combinação de títulos e qualidade de jogo, ambos de grande importância para os torcedores.

Celso Unzelte, por outro lado, enfatiza que o Flamengo de Filipe Luís ainda não superou o de Jorge Jesus, principalmente em termos de qualidade de jogo. Ele aponta que o elenco atual, embora talentoso, não conseguiu replicar o mesmo nível de encantamento que a equipe de 2019 proporcionou. Por fim, Raphael Prates sugere que, enquanto o critério de títulos pode estar a favor de Filipe Luís, o encantamento do time de 2019 ainda predomina na memória coletiva dos torcedores.

Com a disputa pela Copa Intercontinental no horizonte, o próximo passo para Filipe Luís é claramente traçado: conquistar novos títulos e solidificar sua posição na história do Flamengo.