No último dia 8 de dezembro, o Flamengo formalizou um pedido à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o intuito de melhorar e padronizar os gramados utilizados no futebol brasileiro. O clube apresentou a proposta do "Programa de Avaliação e Monitoramento da Qualidade de Gramados do Futebol Brasileiro", que contém sugestões destinadas a elevar a qualidade dos campos e fazer com que o futebol nacional se aproxime dos padrões das principais ligas do mundo.

O documento apresenta uma comparação com as principais ligas europeias, onde é proibida a utilização de gramados artificiais. O Flamengo destaca que nenhum país campeão do mundo aceita "gramados de plástico", sendo essa uma prática apenas do Brasil. O clube ressalta ainda que não apenas ele, mas diversos jogadores de destaque do futebol brasileiro, também se manifestam contrários a esse tipo de superfície nos campos de jogo.

Além disso, o Flamengo argumenta que proibir gramados sintéticos não é suficiente. O clube defende a necessidade de estabelecer um padrão mínimo de qualidade para gramados naturais, seguindo normas rigorosas já adotadas pela FIFA e pela UEFA, porém adaptadas às particularidades do futebol brasileiro. Para o Campeonato Brasileiro de 2026, cinco clubes têm gramados sintéticos: Palmeiras, Botafogo, Atlético-MG, Chapecoense e Athletico-PR.

Entre os pontos abordados no documento, o Flamengo destaca que os gramados artificiais não proporcionam condições ideais para o futebol de alta performance. O clube aponta que, segundo levantamento próprio, na temporada de 2025, nenhum jogo da primeira divisão em ligas da Europa foi realizado em gramado artificial.

Os jogadores, segundo o Flamengo, têm se manifestado publicamente contra o uso de gramados sintéticos, e há um risco iminente de que atletas de elite, tanto brasileiros quanto estrangeiros, considerem não atuar no futebol brasileiro devido às condições dos campos. Adicionalmente, foram apresentados estudos que indicam que as superfícies sintéticas são prejudiciais à saúde, aumentando o número de lesões.

Considerando que um dos principais argumentos utilizados para a adoção de gramados artificiais é a redução de custos, assim como a realização de eventos fora do futebol, o Flamengo sugere um período de transição. O clube propõe que, na Série A, os gramados artificiais sejam substituídos até o final de 2027, e na Série B, até o final de 2028, permitindo assim um tempo adequado para adaptação.

Durante esse período de transição, o Flamengo acredita que a qualidade dos gramados sintéticos deve ser aperfeiçoada e sugere a definição de um padrão mínimo de qualidade que inclua critérios como tipo de fibra, altura da grama, densidade dos pontos e outros aspectos técnicos relevantes. O clube reitera que não basta apenas proibir os gramados de plástico; é fundamental estabelecer um padrão mínimo de qualidade também para os gramados naturais.

Com o objetivo de garantir que todos os estádios ofereçam condições justas e uniformes para as partidas, o Flamengo propôs um robusto conjunto de padrões técnicos para avaliação da qualidade dos gramados, incluindo testes específicos que assegurem uma superfície adequada para a prática do futebol.

Essas propostas fazem parte da resposta formal do Flamengo ao pedido da CBF para contribuições relacionadas ao Regulamento Geral de Competições (RGC) e ao Regulamento Específico de Competições (REC) do Brasileirão de 2026. Agora, o Flamengo aguarda a formalização do grupo de trabalho que irá aprofundar a discussão sobre o tema.