Pela primeira vez na história do NBB um estrangeiro foi eleito o MVP (jogador mais valioso) da temporada. David Jackson, da Winner/Kabum/Limeira, ficou com a honraria. Sem fugir à regra, os finalistas Flamengo e Paulistano/Unimed têm como destaques dois atletas do exterior: o argentino Laprovittola e o norte-americano Desmond Holloway, respectivamente.

As equipes decidem o título do NBB 6 no próximo sábado, a partir das 10h10 (horário de Brasília). O encontro será na HSBC Arena, na Barra de Tijuca, no Rio de Janeiro. Do lado rubro-negro, o armador Nico Laprovittola, em sua primeira temporada no NBB, foi eleito o melhor de sua posição e o segundo melhor jogador da competição. Ele é também o quinto atleta que mais acerta arremessos de 3 pontos, com média de 2,63 por jogo.

Holloway, responsável por 30 pontos no jogo que garantiu a classificação do Paulistano à final, foi eleito o terceiro melhor ala do torneio e ocupa a mesma posição na lista de acertos em lances livres, com média de 5,37 por partida.

Os destaques vindos do exterior vão além dos finalistas e do MVP. Nomes que, a princípio soam estranhos aos ouvidos brasileiros são comuns na parte de cima dos rankings de qualquer fundamento. O norte-americano Robert Day, do Unitri/Magazine Luiza, por exemplo, é o líder nos arremessos de três pontos, com média de 3,41 acertos por partida.

Nas assistências, o argentino Maxi Stanic, do Palmeiras, foi o segundo mais eficiente, com 7,19 passes decisivos de média. Além disso, liderou as estatísticas de roubos de bola, com média de 2,29.

O dominicano Manny Quezada, do São José/Unimed, atingiu a incrível marca de 50 pontos em uma partida nas quartas de final contra o Uniceub/BRB/Brasília. Devon, norte-americano do Sky/Basquete Cearense, foi o rei das enterradas, em concurso realizado no Jogo das Estrelas. Além deles, Shamell (Pinheiros/Sky), Marcus Goree (Brasília) e Espinoza (Macaé) também tiveram do NBB.

Ataques eficientes - Para garantirem as melhores campanhas da temporada regular (Flamengo em primeiro e Paulistano em segundo), cariocas e paulistas demonstraram um grande poder ofensivo.

O Flamengo teve a segunda maior média de pontos entre todas as equipes (83,9). Marcelinho Machado foi o responsável por liderar o ataque rubro-negro, com média de 17,4 pontos por jogo. Marquinhos, que ficou fora de parte da temporada por lesão, com 15,8 pontos por partida, e Laprovittola, com média de 14,9, também merecem destaque neste fundamento.

No Paulistano, os números apontam para uma dependência maior do craque da equipe, que teve a terceira maior média de pontos (82,9) do torneio. Coube a Holloway, anotar 18,1 tentos por jogo que ficou em quadra. Dawkins, com 12,1 pontos de média e Pilar, com 11,2, ficam distantes dos números do camisa 22.

Contragolpes como tática para vencer o Flamengo - Em dois jogos na temporada regular contra os flamenguistas, o Paulistano não conseguiu vencer, sendo derrotado por 22 pontos, no Rio de Janeiro, e por 31 pontos, em São Paulo. Mas os contragolpes podem ser um trunfo do Paulistano para surpreender neste jogo único que decidirá o campeão do NBB.

A equipe tem a terceira melhor média de roubadas de bola do NBB (10,21) e, além disso, tem a melhor relação bolas recuperadas/erros da competição, com praticamente uma bola roubada para cada erro que comete (0,99).

Os números do Flamengo não são tão bons. O Rubro-negro ocupa apenas a oitava colocação no ranking dos roubos de bola, com média de 9,33 por jogo. A relação com os erros é de 0,87.

Arremessos de longe e garrafão dominado para evitar surpresas - O histórico de decisões do NBB aponta para um favoritismo das equipes que dominam os garrafões. Em 11 dos 16 jogos decisivos da história, a equipe que conseguiu mais rebotes, obteve o triunfo.

Se depender dos números da temporada regular, o Flamengo pode contar com este favoritismo, já que é a terceira melhor equipe em rebotes (36,73), com seu pivô Olivinha sendo o terceiro melhor no fundamento, individualmente, com média de 8,2 por jogo.

O Paulistano é apenas o oitavo neste fundamento, com média de 34,21 rebotes por jogo. Holloway, o melhor da equipe, com média de 5,10, é apenas o 24º da temporada.

Outro fator que pode decidir a favor do Flamengo são os arremessos de três pontos. O especialista Marcelinho Machado, dono do terceiro melhor aproveitamento no fundamento (média de 3,2), ganhou a companhia do argentino Laprovittola nesta temporada. O armadora certa 2,63 arremessos por duelo e é o quinto melhor entre todos os jogadores.

César, que tem média de 2,05 arremessos certos por partida, é o melhor do Paulistano. O fundamento não é um dos pontos fortes do time, apesar de ter sido decisivo no jogo contra o São José, quando a equipe acertou 12 chutes de fora longa distância.

Fator casa e retrospecto - Por fim, o fator casa e o retrospecto podem pesar a favor do Flamengo. A equipe carioca atuou 34 vezes na HSBC Arena e foi derrotada em apenas três oportunidades: um aproveitamento superior a 91%.

Na atual edição do NBB, jogando em casa, o desempenho do Flamengo é de 16 triunfos e quatro derrotas: 80% de resultados positivos. O que pode preocupar o torcedor é a queda do time nos playoffs, em que este rendimento é de apenas 50%, com dois triunfos e dois reveses. Por sua vez, o Paulistano também apresenta um bom desempenho jogando longe de seus domínios. Fora de casa, a equipe da capital paulista venceu 12 de seus 20 jogos, com um aproveitamento de 60%.

Para pôr à prova a boa campanha fora, o Paulistano terá que superar um retrospecto dos mais desfavoráveis. São 15 jogos contra o Flamengo na história do NBB, com 14 triunfos para os rubro-negros.