O Campeonato Carioca ainda nem começou e já está dando o que falar. Federação, Flamengo e Fluminense não se entendem em relação aos valores fixos e promocionais dos ingressos estabelecidos pela entidade. E a questão financeira não para por aí. De acordo com matéria publicada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira, independentemente do valor do bilhete, ao decidir pela meia-entrada universal, prejudicando os programas de sócio-torcedor da dupla Fla-Flu, a Ferj mantém seu lucro devido às cobranças estipuladas nos borderôs dos jogos – taxa de 10% por jogo sobre a renda da bilheteria no Estadual e pagamento de um valor fixo para despesas operacionais de quadro móvel, que podem chegar a R$ 20 mil.

Ainda segundo a reportagem, em 2014, a Ferj ganhou R$ 2,32 milhões com arrecadação de bilheteria, valor superior ao recebido pelos quatro grandes clubes. O campeão Flamengo faturou R$ 1,22 milhão. O Vasco ficou com cerca de R$ 614 mil. O Fluminense levou R$ 363 mil, e o Botafogo amargou um déficit de R$ 486 mil.

Em 2013 o cenário foi parecido, e junto com a Cooperativa de Árbitros de Futebol do Rio de Janeiro (Coopaferj), a Federação ficou com R$ 1.499,771, bem mais que os clubes, que ainda sofreram penhoras para quitar dívidas acumuladas, arrecadaram naquele ano.
E os valores pagos pelos clubes à entidade que comanda o futebol carioca vão além da esfera estadual. Em 2013, foram pagos R$ 6,16 milhões somente de despesas e taxas cobradas pela Ferj em competições organizadas pela CBF, como o Brasileiro e a Copa do Brasil.

O jornal O Globo cita ainda que fontes ligadas aos clubes questionam a falta de transparência da Federação e alegam que não houve repasse dos recursos arrecadados com a venda das placas de publicidade estática nos estádios, que seria de cerca de R$ 5 milhões, e a dos naming rights do campeonato à empresa de bebidas Guaravita.