2/2/2015 20:21
Alecsandro revela aflição como goleiro: O que estou fazendo aqui?
Atacante detalha os 20 minutos em que defendeu a meta rubro-negra diante do Macaé e celebra gol de cabeça para o filho Yan, de nove anos: "Ele até chorou"
Alecsandro comemora gol de empate do Flamengo diante do Macaé (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Alecsandro fez o que dele se espera na estreia do Flamengo no Carioca: gol. Reserva neste início de temporada, o atacante substituiu Nixon no intervalo e impediu a derrota para o Macaé, sábado, no Cláudio Moacyr. Nesta segunda-feira, foi o escolhido para atender a imprensa em entrevista coletiva. Mas um dos assuntos menos abordados foi a cabeçada certeira no canto de Ricardo Berna. Único centroavante de ofício no elenco, o camisa 9 se viu bombardeado de perguntas exatamente por cumprir função oposta: a de goleiro. Muito mais bombardeado do que nos quase 20 minutos que teve que conter o ataque macaense.
Substituto de Paulo Victor, que deixou a partida na metade da segunda etapa, por conta de um corte na cabeça, Alecgol praticamente não teve trabalho e tocou na bola somente uma vez, para interceptar cruzamento na área. Nos longos minutos em que ficou na baliza, no entanto, quase se arrependeu da decisão tomada repentinamente e celebrou o fato de não ter sido vazado:
- A ficha caiu depois. Primeiro, o intuito é de ajudar. A ação que tive foi como líder da equipe. Quando cheguei lá, a discussão era de quem ia para o gol. Era o Wallace, o Anderson (Pico), parei e pensei: "Eu tenho que ir". Mantivemos a zaga posicionada, abríamos mão de um atacante, mas continuaríamos com a característica de velocidade. Falei: "Vamos marcar pressão e não deixar os caras chutarem (risos). De fora da área, não ia tomar, mas mais próximo complica". Alguém tinha que ir para o gol. Em alguns momentos, pensei: "O que estou fazendo aqui?". Vi como os goleiros sofrem. Acabou dando tudo certo.
O que mais deixou Alecsandro feliz na noite de sábado no Moacyrzão, obviamente, foi o gol marcado. Não somente por ser o primeiro do ano, mas principalmente por fazer a alegria do pequeno Yan, que ficou em dúvida sobre o futuro do pai no futebol após a fratura na cabeça sofrida na partida contra o América-RN, no Maracanã, pela Copa do Brasil do ano passado.
- Quando mexe com a família é difícil. Meu filho tem nove anos e a primeira coisa que me perguntou depois da cirurgia foi como que eu ia voltar a jogar futebol. Falei que voltaria e faria um gol de cabeça. Tenho que agradecer muito a Deus. Cada dia mais, Ele me prova que sou iluminado. Minha esposa me contou que meu filho até chorou. Depois, quando fui para o gol, continuou chorando (risos).
Para partida de quarta-feira, contra o Barra Mansa, às 22h (de Brasília), no Maracanã, Paulo Victor está vetado, mas Alecsandro dará a vez para César no gol rubro-negro. O atacante, por sua vez, tem boas chances de iniciar como titular pela primeira vez na temporada, uma vez que Vanderlei Luxemburgo cogita poupar a equipe para o duelo de sábado, fora de casa, com o Resende. Em entrevista coletiva, o camisa 9 falou da briga para recuperar espaço no elenco, do jogo confuso em Macaé e condenou a agressão de torcedores rubro-negros a Ricardo Berna.
Confira na íntegra:
Empate com o Macaé
- Uma estreia de temporada é sempre difícil. Nos programamos para tudo, mas mesmo assim o futebol nos surpreende, e é gostoso por causa disso. Cada jogo tem sua história. Foi um começo de temporada difícil. Diante das circunstâncias, foi um jogo bom para nós. Começamos atrás e conseguimos o empate, depois perdemos o Paulo.
Lesão de Paulo Victor
- Foi um lance que estamos acostumados no futebol, mas quando há sangue, corte de cabeça, a preocupação é maior. O Paulo está bem, vai se recuperar e temos goleiro de nível para substituí-lo.
Início de 2015
- No futebol, planejamos algo de uma maneira e acabamos em um caminho diferente. Planejei um fim de 2014 com mais gols e acabei saindo antes. Em 2015, não comecei jogando, entrei em um jogo com um resultado adverso, pude fazer um gol de cabeça e acabei indo para o gol. O 2014 não acabou da maneira que eu queria, mas o 2015 começou como eu queria.
Vaga na equipe
- A vaga de titular tem que ser procurada em todo treinamento. É algo que se conquista nos treinos e confirma nos jogos. Respeito a opção do Vanderlei, que é nosso comandante. Tenho sempre que pensar no grupo. Tenho que procurar contribuir.
Conselhos a Paulo Victor
- No campo, não. Quando o PV se lesionou, foi uma jogada muito rápida e não tinha percebido. O Vanderlei me chamou e fui correndo. O posicionamento do banco em Macaé é ruim. Ele disse que o PV não podia sair, porque já tínhamos feito as três substituições. Fui lá tentar resolver e o PV já tinha saído. Nem vi o corte. Depois, no ônibus, ele estava calmo e falei: "Fica tranquilo, porque quebrar, não quebrou. Quando eu quebrei, 30 minutos depois estava uma dor insuportável".
Função no time
- Não é porque o time é de velocidade que todos os jogadores têm que ser velozes. Nós temos que nos adaptar ao esquema. Dar velocidade ao time é o que? Não tenho a velocidade do Everton, mas posso deixar uma jogada até mais rápida que ele, tocando de primeira. Temos que entender o que o treinador quer. Quando entrei, ele disse que não era para ficar fixo, era para movimentar bem. Também sei fazer isso.
Agressão a Berna
- Soubemos do episódio (com o Berna) só depois do jogo. Um pouco antes, soubemos somente da invasão. Depois, soubemos da declaração do Berna. Sou contra a qualquer tipo de violência, mesmo que tenham dito que foi a nossa torcida. Jamais vou ser a favor de briga ou vandalismo. Se os jogadores do Macaé não tivessem condição psicológica, teríamos o bom senso de não entrar em campo também.
1154 visitas - Fonte: Globoesporte
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