Vendedor de perfumes e cabeleireiro conquistam boleiros em concentrações

4/2/2015 08:03

Vendedor de perfumes e cabeleireiro conquistam boleiros em concentrações

Vendedor de perfumes e cabeleireiro conquistam boleiros em concentrações
Com internet, smartphones, tablets para leitura, aparelhos que reproduzem milhares de músicas e diversos canais em TV à cabo, os jogadores de futebol não podem reclamar dos tempos atuais quando ficam trancados em concentrações. Mas é do contato com outras pessoas que os atletas sentem faltam nas vésperas de jogos. Ou sentiam, antes das chegadas do vendedor de perfumes Jackson e do cabeleireiro Iriri à rotina dos boleiros cariocas.

Sem qualquer ligação inicial com o futebol, os primos de origem humilde conquistaram os jogadores apostando na vaidade da classe. Com tesouras, máquinas e muitos produtos de beleza para venda, Jackson e Iriri arrebataram uma clientela fiel pelos hotéis que servem de concentrações para as equipes no Rio de Janeiro e já fazem parte do dia a dia dos atletas.

Além dos dois, outro amigo da dupla também costuma "rodar" as concentrações atrás de jogadores dispostos a gastar os salários milionários: Wesley, que vende roupas de grifes importadas.

Se antes a timidez tomava conta do grupo, a afinidade atual com os atletas mostra que os tempos são outros. "No começo, chegávamos com nossa malinha, ficávamos no cantinho e passávamos dias sem vender. Pessoal da diretoria nem gostava de nos ver. Era sempre um sufoco para entrar no hotel", relembrou Jackson.

"Agora já chegamos direto, somos amigos dos seguranças, subimos para o quarto e ficamos lá com os jogadores. Sentamos lá, vendemos as coisas, jogamos videogame, escutamos pagode. É uma distração para o pessoal. Infelizmente, eles não têm mais opções. Então, quando vamos lá, é aquela festa", completou o vendedor de perfumes e amigo dos boleiros.

Apesar de bom trânsito com jogadores de todos os quatro grandes clubes do Rio, Flamengo e Vasco acabam tendo a maior ligação com a dupla. "Conhecemos alguns desde novos. O Thalles [atacante do Vasco] nos chama desde a época da base, Samir e Luiz Antônio [ambos do Flamengo] também. E assim acabamos ficando amigos de todos os outros", explicou Iriri.

O cabeleireiro, aliás, tem uma carta ainda maior de clientes. Pela proximidade com alguns jovens, ele chegou a cortar o cabelo de atletas como Neymar e Lucas em equipes de base e já frequentou até a Granja Comary em período de treinos da seleção brasileira.

"Acaba criando uma relação de confiança. E quando um confia, repassa para os outros. Já fizemos serviço para Neymar, Thiago Silva, Fernando e vários outros que passaram pela seleção", contou Iriri.

Nas últimas semanas, a dupla esteve com atletas de Shaktar Donetsk, da Ucrânia, e Shandong Luneng, da China. "Eles vieram para o Rio, e os brasileiros logo nos chamaram. passamos a tesoura neles e vendemos algumas coisas".

Por conta do relacionamento com os cariocas, o cabeleireiro dos boleiros chegou a integrar a seleção do Equador durante a última Copa do Mundo.

"Sempre corto o cabelo dos estrangeiros aqui no Rio. Na Copa, o Erazo [zagueiro do Flamengo] me indicou para o pessoal da seleção dele e fiquei com eles durante todo o toneio.Viajei para o Sul [Viamão] e para a Brasíli", disse Iriri, que teve passagens e hospedagens bancadas pela federação equatoriana.

Tal situação reflete bem a relação de confiança entre as partes. Mas nem tudo é moleza para a dupla. "Tem época que é complicada. Quando atrasa o salário nos clubes, acabamos ficando sem pagamento. E são muitas vezes. Mas confiamos na galera, eles sempre acertam depois", relatou Jackson dos perfumes, entregando ainda os mais "chorões" na hora de pagar.

"Jogador tem dinheiro para caramba, mas sempre pede desconto. O Amaral [volante do Flamengo] sempre fica chorando, pechinchando. O Léo, que era lateral do Flamengo [negociado com o Internacional], também. Sempre pendem para diminuir o preço", revelou.

Entre os mais vaidosos, Luiz Antônio, do Flamengo, e Felipe, que deixou o clube na última semana, se destacam. "O cara compra muito perfume. Já chegou a levar mais de dez de uma vez [cerca de R$ 3 mil em mercadoria]. Mas depois que a mulher dele ficou grávida, ele teve que diminuir. Chegamos lá um dia cheio de perfumes novos, ele ligou pra esposa e ela o proibiu de comprar. Foi engraçado, ele ficou com uma cara fechada. O Thalles [do Vasco] também compra direto".

Os problemas com preços não chegam a ser novidade para este tipo de vendedor. Jackson contou ainda que um rapaz que vendia as mercadorias em outras épocas chegou a tomar um calote do ex-goleiro Bruno.

"Ele comprava muitos perfumes. E sempre pagava em cheque. Quando foi preso, sumiu. E os cheques nunca bateram. O cara perdeu uma grana. Agora não tem mais isso. Estamos sempre em contato e a relação é outra, de intimidade e confiança", encerrou Jackson.

1849 visitas - Fonte: Uol Esportes


VEJA TAMBÉM
- Arrascaeta e Cebolinha reforçam Flamengo para retorno na Libertadores
- Flamengo treina no Rio antes de viagem para São Paulo.
- Flamengo reavalia Viña e De la Cruz para partida contra Bragantino




Instale o app do Flamengo para Android, receba notícias e converse com outros flamenguistas no Fórum!

Mais notícias do Flamengo

Notícias de contratações do Flamengo
Notícias mais lidas

Comentários do Facebook -




Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui ou Conecte com Facebook.

Últimas notícias do Mengão

publicidade
publicidade
publicidade
publicidade

Libertadores

Qua - 21:30 - -
X
Flamengo
Palestino

Carioca

Dom - 17:00 -
1 X 0
Flamengo
Nova Iguaçu