Alecsandro comemora seu gol com Cáceres, Marcelo Cirino e Eduardo da Silva (Foto: Fabio Gomes / Ag. Estado)

Os primeiros minutos de jogo até justificaram a fama de caldeirão do Estádio Bento Freitas. Empurrado pela torcida que compareceu em peso, o Brasil de Pelotas foi para cima do Flamengo e botou pressão no adversário. Depois, o ânimo da arquibancada esfriou. E a estratégia de Vanderlei Luxemburgo de escalar um time mais experiente também não demorou a surtir efeito. O quarteto "cascudo" formado por Léo Moura, Cáceres, Eduardo da Silva e Alecsandro ajudou a equipe a se tranquilizar em campo e a ir com calma em busca da vitória. O Rubro-Negro não se desesperou, mostrou uma postura segura e em geral foi pouco ameaçado pelo rival. Saiu do Rio Grande do Sul com um triunfo por 2 a 1 e a vantagem na primeira rodada da Copa do Brasil.

Não foi um primor de atuação, longe disso, mas o resultado foi comemorado por Luxa. Ainda assim, ele se disse frustrado por ter sofrido gol aos 47 minutos do segundo tempo, o que tornou necessário o jogo da volta em meados de março, no Rio de Janeiro.

Preocupado, o treinador vinha pensando nessa viagem a Pelotas há algumas semanas. Ele valorizou as qualidades do Brasil e adaptou seu time à principal arma deles: o jogo aéreo. Treinou isso com afinco na véspera do duelo, no CT do Grêmio. E o Fla resistiu nesse quesito até o fim, quando Paulo Victor saiu mal do gol e Nena empurrou para a rede.

Ao contrário do que vinha fazendo no ataque, onde buscava sempre muita movimentação, Luxemburgo voltou a jogar com um centroavante de ofício, Alecsandro, na companhia de Eduardo e Marcelo Cirino, estes dois pelas pontas. E Alecsandro abriu o placar ao aproveitar falha da defesa xavante, em lance típico de artilheiro. Eduardo, por sua vez, não teve brilho, mas participou bem de algumas jogadas com sua conhecida habilidade.

Na lateral direita, o capitão Léo Moura teve trabalho com o lateral-esquerdo Rafael Forster e foi bem, principalmente nessa parte defensiva. Assim como o volante Cáceres. O mais prejudicado com as escolhas de Luxa foi o setor de meio-campo, que ficou pouco criativo com três volantes, porém ganhou em poder de marcação.

- O elenco já entendeu essa proposta. Fiz uma série de coisas aqui que o pessoal que não vê o dia a dia às vezes se assusta. Coloquei o Cáceres contra o Madureira porque achei que encontraria bola parada aqui, bola na área, e precisava de jogadores mais altos. Tudo isso nós treinamos constantemente. Criamos diversas situações táticas. Estamos no caminho certo, mas tem muita coisa para melhorar ainda - analisou Vanderlei Luxemburgo.

Com o resultado, o Flamengo fará o segundo jogo do confronto com o Brasil de Pelotas no dia 18 de março, no Maracanã. O próximo compromisso da equipe é o clássico com o Botafogo neste domingo, às 16h, pelo Campeonato Carioca.