Pedrinho entra de mão dada com Léo Moura no último jogo oficial do lateral-direito pelo Fla, antes da ida para os EUA (Foto: André Durão)

O Flamengo perdeu por 1 a 0 para o Botafogo. Mas Pedro Firmo, quatro anos, ganhou uma recordação para o resto da vida. E, pela ingenuidade infantil, sem manchas da derrota. Ao longo do domingo, a ansiedade dominava o pequeno torcedor, que logo se uniformizou, vestiu a camisa 2 e foi para o Maracanã para ser um dos meninos a entrarem em campo com os jogadores. E lá foi Pedrinho de mãos dadas com Léo Moura no dia em que o lateral fez seu último jogo oficial pelo Flamengo. A foto do exato momento em que entram em campo fica para a posteridade.

Foi a estreia de Pedrinho no Maracanã. Por vezes assustado, olhar atento a tudo, resumiu para o pai o momento com apenas uma palavra:

- Foi maneiro.

Carlos Eduardo, o pai, não conteve a emoção com o momento marcante. Ainda mais pelo fato de ter sido o último jogo oficial de Leonardo Moura, ídolo do menino.


Carlos Eduardo não conteve a emoção ao ver filho entrar em campo com Léo (Foto: Arquivo Pessoal)

- Não babei. Eu me emocionei, isso, sim. Mesmo ele sendo tranquilo, pensei que poderia deixar de entrar. O Pedro, por conta própria, tem o Léo Moura como ídolo. A minha geração viu um pouco do Zico, e muito de Pet e Adriano. Mas, para ele, o Léo é o cara - afirmou Carlos Eduardo.

Últimos momentos, provocações e adeus

Antes do início da partida, com a festa de 450 anos do Rio de Janeiro, Leonardo Moura trocou abraços com o goleiro Jefferson. Ídolo da torcida rubro-negra, foi ele quem recebeu o maior carinho em forma de gritos quando os nomes dos titulares foram anunciados no placar do Maracanã. Capitão, há dez anos no clube e com um currículo extenso de títulos, o lateral nem precisaria da braçadeira para orientar os companheiros, especialmente na defesa, que teve uma mudança de última hora: Samir se machucou no início do jogo e foi substituído por Bressan, que logo recebeu dicas de Moura ao entrar no gramado.

Durante o primeiro tempo, o lateral pareceu mais preocupado em não deixar espaço na defesa do que com o apoio ao ataque, sua principal característica. Chegou a impedir um cruzamento rasteiro de chegar aos pés de Bill, que ficaria de frente para o gol, fez desarmes, cercou e procurou sempre dar uma opção para a saída de bola pelo flanco direito. Conseguiu uma ou outra jogada no ataque, mas sem grande destaque.



No segundo tempo, depois do gol do Botafogo, a torcida alvinegra aproveitou para provocar Léo Moura com gritos e palavrões.

Depois do último jogo oficial, Léo Moura terá sua despedida quarta-feira, às 22h, no Maracanã, no amistoso com o Nacional, do Uruguai. O GloboEsporte.com acompanhará a partida em tempo real. E Pedrinho vai estar lá.

- São 10 anos jogando pelo Flamengo, então a emoção é grande de deixar o time que eu mais amo. Mas vou em busca de um novo desafio que apareceu para mim. Lógico que queria sair daqui hoje mais feliz, mas não foi possível.Todos já estão convidados para minha despedida. O último jogo oficial já foi, mas na quarta será o último com a camisa do Flamengo. Vou sentir muita falta do Maracanã, lógico, mas vou com o coração tranquilo. Fiz meu papel - afirmou Léo Moura.


Adeus, Leo: depois do último jogo oficial neste domingo, lateral se despede de vez em amistoso (Foto: André Durão)