A vitória do Flamengo por 3 a 0 sobre o Fluminense, no último domingo, no Maracanã, foi marcada por críticas à Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), pela expulsão polêmica do atacante Fred e por acontecimentos curiosos nos bastidores.

Um deles envolveu o vencedor do clássico. Com o triunfo sobre o rival, o Rubro-negro conquistou o Torneio Superclássicos, que soma apenas os pontos dos duelos entre os quatro grandes do Campeonato Carioca. A taça foi entregue aos representantes do clube e ignorada.

Não houve volta olímpica e pose para fotos. Um funcionário do Flamengo levou o troféu ao vestiário diante das reclamações de dirigentes da Ferj e de fotógrafos incrédulos. Na sala de imprensa, a taça permaneceu no chão e nem sequer foi exposta na mesa durante a entrevista coletiva do auxiliar técnico Deivid.

Foi uma decisão do clube pautada pela divisão no futebol carioca e também como forma de manter a concentração para a reta final da competição. O Flamengo ainda enfrenta o Nova Iguaçu, quarta-feira, às 22h, no Moacyrzão, e pode conquistar a Taça Guanabara antes do início da fase decisiva.

Os protestos rubro-negros contra a federação também estiveram nas roupas dos dirigentes. Eles assistiram ao clássico com camisas pretas estampadas e a seguinte inscrição: Censura nunca mais. Eu quero o futebol carioca mais forte e mais vitorioso.

Se do lado rubro-negro houve protestos de diversas formas, os tricolores apresentaram a irritação do atacante Fred com a expulsão no primeiro tempo e as críticas do presidente Peter Siemsen. Os ânimos acirrados dos integrantes do clube das Laranjeiras ultrapassaram o campo de jogo e a área de entrevistas.

Durante o segundo tempo, o vice-presidente de futebol Mário Bittencourt se exaltou ao ser provocado por torcedores do Flamengo que estavam no setor das cadeiras cativas. Houve xingamentos, gestos obscenos de ambas as partes e até ameaças de agressão apesar da distância.

O clima tenso diminuiu aos poucos com o apoio do staff do Fluminense instalado em uma das cabines de transmissão. Os sorrisos rubro-negros e a ressaca tricolor marcaram a saída do Maracanã. O centenário clássico colecionou mais histórias para o repertório e expôs novamente a tradicional rivalidade.