(Fotos: Wagner Meier/ LANCE!Press)

A vitória no Fla-Flu, o título do "Superclássico" e a classificação para a semifinal da Taça Guanabara seriam motivos para comemorar, mas o auxiliar técnico Deivid, que substituiu Vanderlei Luxemburgo à beira do campo, fez questão de destacar o trabalho do comandante rubro-negro. Antes do jogo, os atletas de Flamengo e Fluminense posaram para a foto com a mão na boca. No fim da partida, o troféu não foi erguido pelo Flamengo , como forma de protesto.

“Foi um jogo difícil e quero deixar bem claro que o técnico é o Vanderlei. Os jogadores entenderam a forma como foram os treinos e como ele queria que atuássemos. Esta vitória mostrou que nosso elenco é muito forte, porque não jogamos com sete jogadores e vencemos. Temos uma comissão técnica muito boa e trabalhamos em prol da melhor equipe. Vanderlei trabalha para que possamos jogar na nossa excelência e este grupo mostra que vai brigar por coisas grandes”, disse Deivid.


Luxemburgo terminou entrevista sexta-feira com esparadrapo na boca
Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação

São 14 anos trabalhando com Vanderlei Luxemburgo, tempo suficiente para transformar a amizade em conhecimento da forma como o técnico gosta que suas equipes atuem. Mesmo assim, Deivid garante que o treinador o deixou à vontade no clássico.

“Ele me deixou à vontade e falou para que eu tomasse as decisões que eu quisesse. Falou com os jogadores que seria uma partida muito difícil e eles foram muito comprometidos. Durante a semana, trabalhamos muito o que o Vanderlei gosta de fazer e não mudei em nada. Botei o Sávio aberto, como ele sempre faz. Tirei o Jonas porque ele tinha amarelo e fiquei com medo de ele ser expulso”, explicou o auxiliar, que avisou que não vai abandonar o parceiro Luxemburgo.

“Vanderlei está me preparando e estou fazendo uma faculdade com ele. Aprendi com ele como atleta e agora como auxiliar. Estou muito feliz no Flamengo e trabalhar aqui mexe comigo. Sempre gostei desta pressão e da adrenalina. Vou dar tempo ao tempo porque as coisas vão chegar”, ressaltou Deivid, que olha para frente e sonha em assumir um time.

“Sonho um dia ser treinador, mas estou gostando de ficar ali fora. Voltei a ter aquele friozinho e levantei taça, que é sempre muito bom. Quem trabalha no Flamengo, como atleta ou jogador, sabe da pressão, que é boa, mas é gostosa”, destacou Deivid.

Expulsão de Fred

O cartão vermelho dado ao capitão Fred, aos 28min, mudou o panorama da partida. Mesmo vencendo por 1 a 0, naquele momento do jogo, o Fluminense não conseguiu criar oportunidades capazes de alterar o placar do jogo. No entanto, Deivid não tirou os méritos da vitória rubro-negra.

“A saída do Fred ajudou, mas começamos pressionando o Fluminense. Tinha colocado no hotel que se marcássemos bem o Gerson, Wagner e o Kennedy, a bola não chegaria no Fred. O time jogou postado, como time grande que busca algo mais. Não podemos tirar o foco da vitória porque jogamos com propriedade de quem quer algo maior. O Fred já tinha o cartão amarelo e levou o segundo”, destacou Deivid.


Atacante do Fluminense levou dois cartões amarelos em 31min e se revoltou
Foto: Pedro Martins/Agif / Gazeta Press

Sem polêmicas

O auxiliar do técnico Vanderlei Luxemburgo não quis entrar em polêmica com a Federação e nem avaliar a arbitragem no clássico, que gerou muita discussão e insatisfação do atacante Fred, que considerou que o Campeonato Carioca acabou e os clubes precisam pensar em alguma solução.

“Não acho que o Campeonato Carioca acabou. Temos que jogar e ir em busca da nossa meta, que é ser campeão. Sabemos separar bem este jogo da discussão fora de campo. Temos nosso jurídico e o que aconteceu durante a semana, não influenciou em nada no clássico”, garantiu Deivid.


Jogadores de Flamengo e Fluminense protestaram contra a Ferj antes do clássico
Foto: Dhavid Normando / Futura Press