Colunista relembra história do Maracanã, que faz 65 anos nesta terça

16/6/2015 15:59

Colunista relembra história do Maracanã, que faz 65 anos nesta terça

Roberto Assaf conta um pouco da trajetória do estádio, inaugurado em 1950 e que foi palco de grandes jogos e eventos durante este tempo de existância

Colunista relembra história do Maracanã, que faz 65 anos nesta terça
O Maracanã, que completa hoje 65 anos de sua inauguração, foi sem dúvida motivo de grande orgulho para o Brasil da época, presidido pelo general Eurico Gaspar Dutra, eleito em 1946. Afinal, o país era essencialmente atrasado, repleto de analfabetos, sem indústrias de base, explorado por estrangeiros, com a riqueza concentrada nas mãos de uma minoria dos cerca de 70 milhões de habitantes. Tanto que o primeiro plano governamental, o Salte, atendendo às metas prioritárias de saúde, alimentação, transportes e energia só foi criado em maio de 1950.

Apesar disso, o estádio não chegou a ser unanimidade, tanto que surgiram críticas à sua construção, representadas pelo vereador Carlos Lacerda, da UDN, que trabalhou contra, ou na pior das hipóteses, que o Maracanã fosse construído em Jacarepaguá, bairro na época distante de tudo. Mas Ângelo Mendes de Morais, o prefeito do então Distrito Federal - o Rio de Janeiro era a capital do Brasil - assumiu a causa para torná-la realidade, numa área acessível a todos.

Como quase sempre ocorre no Brasil, o "Gigante do Derby" - foi construído num terreno onde havia um hipódromo - foi aberto ao público ainda em obras, principalmente em seu entorno, como revelam os registros da época. Aconteceu em 16 de junho de 1950, com o amistoso entre as seleções do Rio de Janeiro e de São Paulo. Didi fez 1 a 0 para os cariocas. Mas os paulistas viraram para 3 a 1.

Meses antes do Maracanã vingar, o assunto principal eram as eleições para a presidência da República, previstas para outubro de 1950, e disputadas por Getúlio Vargas, Eduardo Gomes e Cristiano Machado. E uma pesquisa mostrou que o cinema era a principal diversão do carioca para 30% dos entrevistados, contra 29,2% do futebol, número que cresceu após a inauguração do estádio, gerando, com a proximidade da Copa, uma expectativa formidável, por tudo que representava e pela chance de mostrar ao planeta a nossa hospitalidade.

Vale lembrar que a cidade, além de "maravilhosa", pelas belezas naturais, era efetivamente provinciana, e que a violência urbana praticamente inexistia. Assim, o Rio e o Maracanã acabaram sendo fundamentais para que a Fifa passasse a perna na candidatura da Argentina, que nos superava em vários quesitos: estádios modernos, futebol de alto nível, povo alfabetizado, hotéis de primeira, uma Buenos Aires esplêndida, enfim... O certo é que o estádio e a Copa foram um sucesso.

Em tempo: Getúlio foi eleito dois meses depois com 49% dos votos. E o Mundial, com 13 participantes, foi decidido num quadrangular, por pontos corridos. O Uruguai foi o campeão, ao derrotar o Brasil por 2 a 1, de virada - o time dirigido por Flávio Costa jogava pelo empate - na maior tragédia vivida por lá. A Suécia ficou em terceiro lugar e a Espanha em quarto. A organização mereceu elogios da Fifa.

Em 2010, o Maracanã foi fechado, visando as obras para a Copa de 2014. E as opiniões a respeito da reforma, encerrada em meados de 2013, foram muitas e variadas. Para uma maioria, o estádio ficou belíssimo, com jeitão de Primeiro Mundo, mas perdeu a sua alma, ou seja, não lembra nem um pouquinho o templo da democracia, onde pobres e ricos se misturavam sem qualquer distinção. Para outros, a modernização era absolutamente inevitável, pois estava obsoleto. E há quem ainda prefira discutir se houve superfaturamento e se o dinheiro gasto para tal não poderia ser utilizado em educação e saúde, por exemplo.

Velho ou novo, o fato é que desde 1950 foram muitos os títulos importantes conquistados no Maracanã, palco também de partidas memoráveis e de outros eventos de porte, como as missas rezadas por Papas, os shows dos maiores artistas do planeta, como Frank Sinatra e os Rolling Stones, além de espetáculos dos Harlem Globbetrotters e o duelo entre Brasil e URSS no vôlei masculino.

A relação de destaques no futebol é quase interminável. Logo, bastaria lembrar, para ressaltar a importância do estádio, as façanhas de Pelé, o maior jogador de todos os tempos, por lá. Foi no seu gramado que Pelé marcou pela primeira vez pela Seleção Brasileira, na derrota de 2 a 1 para a Argentina, pela Copa Roca, em 1957, eternizou o chamado "gol de placa", quando o Santos derrotou o Fluminense por 3 a 1, em 1961, ganhou o bi mundial pelo alvinegro praiano em 1963, assinalou o gol número 1.000, com a vitória de 2 a 1 sobre o Vasco, pelo Brasileiro, em 1969, e o do triunfo de 1 a 0 sobre o Paraguai, no mesmo ano, e que garantiu a presença do país no Mundial de 1970, no México, onde ganhou o tri.

Foi lá também que o Rei fez a sua despedida com a camisa verde e amarela, em 1971, no empate amistoso de 2 a 2 com a Iugoslávia, e participou com brilho de outro adeus, o de Mané Garrincha, em 1973, com o resultado de 2 a 1 sobre um combinado de estrangeiros. Isto sem destacar os outros títulos pelo próprio Santos, como o Brasileiro de 1968.

O Maracanã completa 65 anos. De fartas emoções. Sendo assim, vida longa para o Maracanã.

Roberto Assaf

2115 visitas - Fonte: Lancenet


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