Concessionária quer cláusula de rescisão sem multa (Foto: Cleber Mendes/L!Press)

Alguns entraves fazem a renegociação do contrato de concessão do Maracanã se arrastar há meses. Segundo o jornal 'o Globo', uma delas é que a concessionária Maracanã S. A quer incluir uma cláusula de rescisão sem multa se não atingir projeção de lucro na gestão do estádio. A proposta está nas mãos do Governo ainda estuda as estimativas de lucro sugeridas e se aceitará a cláusula de saída, o que tem ajudado a postergar o acordo.

A renegociação do contrato vem desde quando o ex-governador Sérgio Cabral vetou a demolição do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamare, o que transformou o modelo de negócio, rebaixando as projeções de receita. Com a queda do potencial de receita, já que o projeto inicial previa até a construção de um shopping no local do estádio de atletismo, a Maracanã S.A. busca a reforma do acordo com o Governo do Estado, que já indicou que algumas reivindicações da concessionária serão aceitas.

Segundo a publicação, a primeira proposta de mudança foi a uma redução dos valores de contrapartida que era obrigada a investir pelo contrato original, que passou de de R$ 594 milhões (que incluía melhorias no entorno e até a construção de um presídio estadual) para cerca de R$ 120 milhões no contrato revisto. Porém, o valor de outorga que a concessionária paga anualmente ao estádio será mantido em R$ 5,5 milhões.

Outra cláusula proposta pela concessionária é a revisão do contrato trienal, que foi aceita pelo Governo.

O motivo de a Maracanã S. A. propor a cláusula de saída é que a operação do estádio tem dado prejuízo. Em 2013, a gestora do estádio teve prejuízo operacional de R$ 43 milhões, que pulou para R$ 60 milhões em 2014.

Sem poder poder explorar comercialmente as áreas do Célio de Barros e do Julio Delamare, a concessionária ainda vem sofrendo com o alto custo da manutenção dos jogos, que estão saindo mais caros do que o previsto no plano de negócios original. Fora isso, ainda não consegue boas receitas com a exploração de áreas como marketing e venda de camarotes.

A Maracanã S.A. também está pensando em 2016, já que o estádio será fechado por causa da Olimpíada. O Comitê Rui-2016 quer receber o estádio em fevereiro para começar a instalar as estruturas para os Jogos, que começa em agosto.