Nada pode ser tão ruim que não consiga piorar. Parece que esse é o novo (ou velho) lema da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). Numa decisão curiosa, a entidade máxima do futebol fluminense divulgou que os mandos de campo nos clássicos serão por um critério inusitado: campeão (Vasco) e vice-campeão (Botafogo) serão os mandantes a não ser em partidas entre si.

Tudo isso está previsto na regra da competição, divulgada no ?site da federação. Curiosamente, tanto Vasco quanto Botafogo aparecem como aliados nas últimas rixas políticas envolvendo o presidente Rubens Lopes, Flamengo e Fluminense. Não à toa, a dupla Fla-Flu tem capitaneado a criação da ?Primeira Liga, competição a ser realizada já no primeiro semestre de 2016, com aval da CBF e interesse da televisão.

A medida de se estabelecer o mando de campo (parágrafos 5º e 6º do art. 18 - vide abaixo) acarreta numa vontade especial do presidente do Vasco, Eurico Miranda. Desde que o cartola reassumiu o poder no clube cruz-maltino, vem tentando de todas as maneiras estabelecer um lado fixo para a torcida do clube no Maracanã, apesar de não ter contrato com o consórcio e de possuir também um estádio só seu.

Pelo andar da carruagem, o campeonato, que está cada vez mais deficitário, assim continuará, daí para pior. Relegando a discussão de lado da torcida a uma mera frivolidade, uma vez que as torcidas não têm se interessado muito pela competição. Determinar qual o lado delas não será tão importante nos próximos anos. Afinal, moscas não têm times.