JOÃO PIRES/LNB

Atual tri brasileiro. Dono dos últimos 10 títulos do Carioca. Campeão sul-americano e intercontinental no ano passado. Esse é o Flamengo. O basquete do Flamengo.

Em um momento que o clube rubro-negro se empenha em reduzir dívidas, os resultados da principal modalidade podem até surgir como um contraponto, mas na própria Gávea está o modelo conhecido como "Orgulho da Nação" e que continua a dar certo quando o assunto é levantar troféus.

"A gente vê o basquete como um exemplo para o futebol em tudo. Sempre se compara. Por que conseguimos um sucesso com basquete e o futebol não conseguiu ainda o mesmo sucesso?", diz Alexandre Póvoa, vice-presidente de esporte olímpicos.

O próprio dirigente aponta que é necessário observar a proporção: o número de concorrentes e grandes equipes no futebol é maior. Mas, como ex-atleta, Póvoa identifica um um pilar fundamental dentro das quatro linhas. "No basquete conseguimos formar um bom elenco, criar uma sinergia com a torcida, a comissão técnica está junta há três anos. E a administração é bem feita. Esse trabalho em grupo é sempre usado para conseguirmos voos maiores também no futebol", explica.

Da mesma forma pensa o técnico José Neto, no comando do time profissional masculino desde agosto de 2012. "Temos jogadores experientes acostumados a jogar em um cenário internacional de alto nível e que estão dispostos a trabalhar como grupo. Agregado a isso está toda uma equipe de trabalho em volta", conta.


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Alexandre Póvoa (2º da esq. para dir.) em evento da NBA

Mas, é claro, que essa união não o único ponto. É necessário investimento. "Você conseguir dinheiro de patrocínio para esporte olímpico é muito difícil. O basquete do Flamengo é um modelo de sucesso no país. E 50% vem da Lei de Incentivo. Não chegaríamos nesse nível sem isso", contabiliza Póvoa, que estima um custo anual de até R$ 9 milhões por ano com a modalidade.

A outra parte vem dos patrocinadores exclusivos. "Fora da quadra a gente não depende do futebol para nada. O esporte olímpico como um todo. O clube voltou a ser pagador de imposto, dar bons exemplos. E isso ajuda muito na venda do produto para patrocínio privado."


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Flamengo é campeão foi intercontinental em 2014

No ginásio, José Neto trabalha para que a modalidade cresça ainda mais no clube e seja referência também em termos de estrutura e desenvolvimentos das outras categorias. A pressão pode não ser a mesma do futebol, mas não quer dizer que a estabilidade seja total.

"Uma vez ouvi: No esporte de alto nível, ganhar não é o mais importante. É o fundamental. Em um clube como o Flamengo, que tem uma cultura do futebol, e no Brasil, em que muitas vezes o êxito está vinculado com a vitória, a gente sabe que se não tiver uma sequência de vitórias a gente corre risco, é normal. É parte de uma cultura", analisa o treinador.

Póvoa resume assim: "Não é o nível de pressão do futebol. Mas se fosse fácil todo mundo fazia: Corinthians Palmeiras, Vasco, Fluminense...".

Também não é tão simples transferir o exemplo de sucesso para os gramados. Mas o modelo veste vermelho e preto e atende pelo nome de "Orgulho da Nação".

Desde que Eduardo Bandeira de Mello assumiu a presidência, no fim de 2012, a nova diretoria trabalhou trabalhou para reduzir as dívidas herdadas e, aos poucos, vem conseguindo a possibilidade de investir mais no futebol. Com a bola nos pés, o time conquistou os títulos da Copa do Brasil de 2013 e do Campeonato Carioca de 2014, mas ainda enfrenta altos e baixos em seu desempenho.

Nos esportes olímpicos, o objetivo era justamente conseguir a independência financeira do futebol, meta que foi atingida com o basquete e virou modelo, dentro e fora das quadras.

O duelo entre Flamengo x Orlando Magic, pelo NBA Global Games 2015, será disputado no próximo sábado às 18h, na HSBC Arena, no Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo dos canais ESPN e cobertura do ESPN.com.br. Os canais ESPN também transmitirão, ao vivo, 50 jogos da temporada regular da NBA 2015/2016, que começa no próximo dia 27.