Eleição no Flamengo: candidatos declaram valores modestos para financiar campanhas e contam com voluntários e guerra digital

18/10/2015 14:25

Eleição no Flamengo: candidatos declaram valores modestos para financiar campanhas e contam com voluntários e guerra digital

Eleição no Flamengo: candidatos declaram valores modestos para financiar campanhas e contam com voluntários e guerra digital
Com um passivo de R$ 697 milhões de acordo com o balanço de 2014, o Flamengo, a cada três anos, vê homens disputarem o poder — o posto de salvador da nação. Em novo processo eleitoral, dois candidatos de oposição tentam destronar Eduardo Bandeira de Mello. Uma campanha que requer suor e também muitos reais.

Wallim Vasconcellos, Cacau Cotta e Eduardo Bandeira de Mello alegam ter feito parcerias e contam com doações para os custos. Numa caixa preta, o trio anuncia gastos modestos, conta com “ajuda” e diz que os correligionários fazem o trabalho voluntário. Pessoas ouvidas pelo Jogo Extra, com participação nesse e em outros pleitos, afirmam que os custos girarão entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão para cada um.

De vaquinha a doações suntuosas, Bandeira enxuga uma campanha que custaria R$ 230 mil e anuncia previsão de R$ 150 mil. Os principais financiadores são os vice-presidentes Flávio Godinho, Plínio Serpa Pinto e o candidato a vice-geral Maurício Gomes de Mattos. Além deles, o ex-candidato Jorge Rodriguez é um braço forte.

— Vou doar sim, mas não me sinto confortável em abrir o valor, por questões de segurança — justifica Maurício, advogado renomado e ex-presidente do Conselho de Administração.

Na média, os atuais vice-presidentes desembolsarão R$ 20 mil, segundo a assessoria da campanha. Bandeira tem ainda uma soma de R$ 50 dada por 150 voluntários para garantir despesas menores até o lançamento da campanha, no dia 22. O candidato confirma ter só R$ 100 mil contratados até o momento.

— Nem todas agências de publicidade que trabalharão para a reeleição da chapa azul foram contratadas — explica Flavio Godinho, indicando gastos elevados.

Wallim também alega não ter fechado um valor, mas equipara-se a Bandeira em R$ 150 mil previstos. Além do próprio candidato, todo o grupo dissidente vai doar dinheiro e tempo da vida de executivo, entre eles Rodrigo Tostes e o vice Rodolfo Landim. Nenhum quis abrir a quantia. Nem Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Uma agência de publicidade de um apoiador da chapa fará serviço voluntário. Wallim reclama que Bandeira está usando a máquina do clube em seu benefício.

— Tem nos preocupado a utilização da estrutura do clube para aumentar a divulgação deles — afirma.

Cacau Cotta prevê R$ 80 mil para custear a campanha. E discrimina os R$ 38,5 mil gastos até aqui. São R$ 10 mil do próprio bolso e o mesmo valor do vice Paulo César Ribeiro, além de quantias menores de outros conselheiros.

— A inexistência de um sistema de controle dos gastos de campanha coloca todo o processo sob suspeição — lamenta o opositor.

Prática comum nas eleições do Flamengo é descartada pelo trio: o apoio de empresários de futebol que, com a vitória, adquirem o retorno do valor através de negociações com seus jogadores.

Foco no digital e dificuldade de transparência

Na era da informação e da internet, o foco das campanhas dos presidenciáveis são os sócios e torcedores nas mídias digitais. A estratégia torna ainda mais difícil o trabalho da Comissão Eleitoral, presidida por Moisés Akerman, com auxíio de Gil Bernardes na Assembléia Geral e Bernardo Amaral no Conselho de Administração. Perfis em Twitter, Facebook e grupos de WhatsApp se disseminam para apoiar e difamar candidatos.

O vice de comunicação de Bandeira, Antonio Tabet, mantém reuniões regulares com os chamados influenciadores digitais, torcedores com perfis populares nas redes, em busca de apoio.

Ex-presidentes que participaram de processos eleitorais contam que tudo mudou, especialmente o valor gasto em campanhas, hoje mais profissionais. Porém, as quantias divulgadas foram consideradas baixas pelo ex-presidente Hélio Ferraz.

— Acho que é mais do que isso — disse: — Normalmente os amigos se juntavam e faziam uma verba de campanha para camisa, impressos, envolvia mais mobilização, telefonema, pesquisa. Os militantes já estão nas redes — explicou o ex-presidente.

Luiz Augusto Veloso, que comandou o clube em 1993 e 1994, torce por mais transparência que há 20 anos:

— Era outro mundo. Podemos evoluir na questão da transparência dos recursos — disse o ex-dirigente.

Economia é maior que 70 cidades do Rio

Se o Flamengo fosse um município do Rio, teria uma receita só menor do que 20 cidades do Estado. A comparação é entre o último orçamento, de 2015, de R$ 365 milhões. Setenta cidades dentre os 91 municípios fluminenses possuem orçamento menor.

Além da própria cidade do Rio de Janeiro, lugares como São Gonçalo, São João de Meriti, Teresópolis, Volta redonda, Angra dos Reis, Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos, Duque de Caxias, Itaborai, Itaguai, Macaé, Magé, Rio das Ostras, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Petrópolis tem mais dinheiro.

O desafio de gerir uma receita de tamanha proporção será ainda maior a partida do próximo triênio. Apesar da dificuldade financeira que passam todos os clubes em razão da crise econômica do país, o departamento financeiro e de marketing do Flamengo esperam alavancar as receitas. Já há previsão de aumento nos contratos de televisionamento. Os patrocinadores ainda estão em negociação, mas a intenção é pelo menos manter o montande que hoje torna a camisa do clube a mais valiosa do Brasil, com quase R$ 100 milhões em patrocinadores.

O orçamento de 2016 ainda não foi votado pelo Conselho Deliverativo. Com eleições marcadas para o dia sete de dezembro, o assunto ainda não foi para a pauta, o que deve acontecer nas próximas semanas.

Os candidatos ainda não declararam como pretendem administrar os recursos. Os focos de todos, no entanto, passam pelo reforço do time de futebol, a finalização das obras do Centro de Treinamento Ninho do Urubu, a renegociação com o Maracanã para o mando de jogos e o projeto de um estádio próprio. Além disso, as discussões sobre o projeto de sócio-torcedor e o que fazer com alguns patrimônios do Flamengo estão em pauta e serão necessários recursos para dar andamento aos demais esportes do clube.

745 visitas - Fonte: Sportv


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