Restaurante de palmeirenses oferece refúgio ao antigo cliente Guerrero

20/10/2015 13:20

Restaurante de palmeirenses oferece refúgio ao antigo cliente Guerrero

Restaurante de palmeirenses oferece refúgio ao antigo cliente Guerrero
Alexandre e José se habituaram a servir Guerrero no restaurante peruano (fotos: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Paolo Guerrero já tem um refúgio em São Paulo para esquecer as inevitáveis vaias que ouvirá em Itaquera no domingo, quando enfrentará o Corinthians a serviço do Flamengo. No Itam Bibi, um restaurante peruano com decoração predominantemente verde está de portas abertas para voltar a acolher o centroavante antes e após a partida.

“Com certeza!”, empolgou-se Alexandre Miqui, proprietário do La Mar, com saudades da época em que tinha Guerrero como cliente habitual. As visitas do peruano foram praticamente mensais enquanto ele esteve em São Paulo e cessaram a partir da transferência para o Rio de Janeiro. “O jogo contra o Corinthians é uma boa oportunidade para ele voltar. Até mesmo porque a gente vai torcer pelo Flamengo”, provocou, com um sorriso no rosto.

Palmeirense que deixou o fanatismo no passado, Alexandre tinha liberdade para fazer esse tipo de brincadeira quando o La Mar atendia a Guerrero, apesar de considerar o ex-corintiano “uma pessoa muito reservada”. Bem diferente do chef José Clotanildes, que não se intimidou para logo corrigir uma piada: “Corintiano, eu? Está louco!”.


Até o palmeirense dono do La Mar já tietou Guerrero ao encontrá-lo (foto: Acervo Pessoal)

Natural de Balneário Camboriú, José viu a sua paixão pelo Palmeiras ficar mais aflorada quando se mudou para São Paulo, para voltar a viver com a esposa Patricia. Ele é um dos poucos funcionários do La Mar – atualmente, dois deles são peruanos – que jamais quiseram tirar uma fotografia ao lado de Guerrero. A primeira pose poderia vir caso o jogador resolvesse comemorar gols sobre o Corinthians no restaurante.

“Já pensou? Vamos ganhar no domingo e festejar no La Mar!”, convocou José, embora desconfiado da participação de Guerrero na partida, válida pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. “Ele não vai ser muito bem recebido em Itaquera. Para cá, pode vir, que está tranquilo. Mas não sei nem se vai jogar, né?”, comentou.

Guerrero talvez não tivesse tanta tranquilidade se o chef do La Mar ainda fosse Fábio Barbosa, que, assim como o atleta, trocou recentemente de emprego ao ser tentado por uma proposta profissional vantajosa. O antigo responsável pela cozinha do estabelecimento “era corintiano roxo”, nas palavras de José. Ao ponto de ter criado um cebiche alvinegro quando uma emissora de televisão do Peru foi gravar uma reportagem no restaurante.

Tradicional prato peruano que tem o peixe cru como base, o cebiche era o pedido mais comum de Guerrero no La Mar. Para degustá-lo, ele abria mão até do costume de seus compatriotas de não comer a iguaria à noite. “Estando no Brasil, ele agia como os brasileiros”, contou Alexandre Miqui.

Quando decidia variar, Guerrero “curtia bastante”, na lembrança de José Clotanildes, o lomo saltado (cubos de filé mignon salteados com cebolas e tomates na panela wok). “A gente prepara esses pratos com o mesmo cuidado para todo o mundo”, ressalvou o chef. Para acompanhar, o atacante geralmente bebia um suco de laranja sem gelo.

“A gente sempre notou no Guerrero uma preocupação muito grande com a alimentação, com a questão da saúde. E ele vinha aqui e comia sossegadamente, sem oba-oba. É claro que existia bastante assédio, mas ele sempre foi muito solícito com isso. As pessoas, corintianas ou não, pediam um monte de selfies, e ele atendia”, recordou Alexandre.

O dono do La Mar conhece bem a idolatria por Guerrero. Sandra, a esposa de Alexandre, é filha de Dora, uma peruana de Huancayo. “Com a família delas, aprendi que todos no Peru veneram muito as suas referências. É assim com o Guerrero, com o Gastón Acurio (reconhecido chef que criou o La Mar original, em Lima), com o Mario Vargas Llosa… São todos bastante cultuados. Então, para qualquer peruano, o sucesso que o Guerrero faz no futebol sempre será motivo de orgulho”, comentou.

Esse sentimento já foi maior ainda entre os parentes peruanos de Alexandre, que adotaram o Corinthians para torcer no Brasil. Com a ida de Guerrero para o Flamengo restou resignação entre eles. “Eles gostavam do Guerrero. Gostam ainda, né? Mas eu, como palmeirense, prefiro assim. Apesar de não estar em uma fase boa, esse é um jogador que faz a diferença. Como amante do esporte, fico feliz que ele tenha permanecido no Brasil. É uma pessoa que leva muito a sério o futebol. Como dono do La Mar, estou triste porque as visitas à casa se tornam mais raras. Só que ele tem o nosso endereço”, avisou, rindo.

Neste fim de semana, o trajeto até o restaurante peruano do Itaim Bibi seria muito mais apetitoso para Guerrero do que o caminho em direção ao estádio de Itaquera. No La Mar, os únicos tomates que lhe atirariam, e no prato, seriam aqueles do lomo saltado. E com todo o cuidado de uma franquia do seu compatriota Gastón Acurio.


O cebiche clássico e o lomo saltado eram os pratos prediletos de Guerrero no La Mar (fotos: Divulgação)
“A gastronomia para o peruano é como o futebol para o brasileiro. Se aqui somos 200 milhões de técnicos, lá são quase 40 milhões de chefs. O Gastón já nos alertava que os nossos mais exigentes clientes seriam os peruanos porque, para eles, qualquer mexida nas receitas é um sacrilégio”, afirmou Alexandre, ressaltando a diversidade climática do país de Guerrero como pródiga para a produção de ingredientes e temperos. “Para você ter uma ideia, há mais de 3.000 tipos de batatas no Peru.”

O que seduz mesmo o chef José Clotanildes, com a experiência de ter trabalhado em um restaurante tailandês, são as pimentas. “Os peruanos sabem extrair a picância e deixar algo mais suave, saboroso. Isso dá riqueza aos pratos”, enalteceu.

Mais rico desde que se mudou para o Flamengo, Paolo Guerrero também tentará suavizar o seu retorno a São Paulo diante do Corinthians. Se não acertar na receita, ele poderá contar com a guarida do alviverde La Mar para amenizar a ardência de Itaquera e evitar uma indigestão. “Está mais do que convidado para voltar aqui”, repetiu o proprietário palmeirense.

634 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva


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