O Flamengo tem um problema para resolver. E este atende pelo nome de Marcelo Cirino. Afastado e multado pela diretoria por participar de uma festa com mais quatro jogadores do elenco, o camisa 7 se recupera de uma artroscopia no joelho direito e virou uma "pedra no sapato" do Rubro-negro pelo rendimento aquém do esperado na temporada.

Cirino chegou no início do ano e foi visto como uma contratação emblemática pelos valores envolvidos e interesses de outros clubes. O negócio foi viabilizado com o apoio do grupo Doyen, que facilitou o processo, mas tornou-se um problema pelas más atuações e exposição negativa do jogador. Foram 41 jogos oficiais e apenas 11 gols marcados.

O Doyen comprou 50% dos direitos econômicos do atacante por R$ 16 milhões e o repassou ao Rubro-negro até dezembro de 2017. A dívida cresce 10% a cada ano. Ao longo das três temporadas de vínculo, o passivo pode ser quitado pelo Flamengo ou através da venda do atacante. Se negociá-lo, no entanto, o Rubro-negro ficará com 20% e a Doyen com 80% caso o valor seja suficiente para cobrir os custos. Caso contrário, a diretoria ainda terá de ressarcir o fundo de investimentos.

Algumas interrogações perturbam os dirigentes. Vale apostar em Cirino para 2016 ou o ideal é negociá-lo? As possibilidades têm os seus defensores e uma definição será tomada o quanto antes. De qualquer forma, o Flamengo já analisa com outros olhos propostas destinadas ao camisa 7.

Repassá-lo para algum interessado também não está descartado. Desde, claro, que este assuma a dívida restante com o grupo Doyen. Inicialmente, empréstimo sem custo ou troca não fazem a cabeça dos cartolas. Parte da diretoria avalia que o problema seria resolvido apenas parcialmente desta maneira.

A elevada dívida com os investidores e a inconstância de Marcelo Cirino deixam o Flamengo em situação delicada. A administração Bandeira de Mello pretende tomar uma decisão e solucionar o impasse no qual se transformou a então "melhor contratação" do início de 2015.