Centroavante ou 2º atacante? Carreira prova que Guerrero não é homem-gol

4/11/2015 08:31

Centroavante ou 2º atacante? Carreira prova que Guerrero não é homem-gol

Agora em dificuldade no Fla, peruano, que tem o hábito de sair da área, já jogou pelas pontas e até hoje faz variadas funções com a camisa da seleção de seu país

Centroavante ou 2º atacante? Carreira prova que Guerrero não é homem-gol

Da média de um gol por jogo registrada nas três primeiras partidas pelo Flamengo à de 0,25 (quatro em 16 partidas), Guerrero deixa a dúvida na torcida rubro-negra: é homem-gol ou não? Em 13 anos como profissional, foi às redes 144 vezes em 426 confrontos, número baixo (média de 0,33).

Porém, o peruano nem sempre atuou centralizado. No Bayern, o compatriota Pizarro era a referência, e ele tinha que sair da área. Pela seleção peruana, acumula funções, desde a meia à ponta esquerda. Em Hamburgo, sempre foi 9, algo que se repetiu no Corinthians até 2014, ano em que Mano Menezes o estimulou a buscar os lados do campo. Hoje pouco acionado na Gávea, segue buscando a bola nos cantos e na intermediária. Para explicar a carreira do atleta de 31 anos, o GloboEsporte.com ouviu jornalistas que o acompanharam desde o Peru ao Alvinegro do Parque São Jorge.

*Estatísticas retiradas do site ogol.com.br
*Os gols pelo Bayern B não foram considerados pela reportagem

BAYERN (2003 a 2006)

Guerrero, em ação pelo Bayern em 2005 (Foto: Reuters)

Guerrero estreou profissionalmente com a camisa dos bávaros em 3 de dezembro de 2003, com apenas 19 anos. O Bayern venceu o Hamburgo por 3 a 0, e o peruano entrou aos 29 do segundo tempo. Foram somente 45 jogos em três temporadas (2004 a 2006). Ralf Itzel, jornalista alemão que participou da cobertura da última Copa do Mundo por Globo e Sportv, explica que o flamenguista atuou muito como segundo atacante diante da presença de Pizarro, ora pelas pontas ou mais recuado.



- Se lembro bem, no Bayern era mais um "joker" (curinga), um jogador que entra do banco. Jogava como segundo atacante, muitas vezes atrás do Pizarro, também peruano e que era o mais forte dos dois. Guerrero não fez um grande sucesso no Bayern, mas também não era ruim - opinou Itzel.

HAMBURGO (2006 a 2012)

Guerrero viveu momentos bons no Hamburgo (Foto: Getty Images)

O camisa 9 do Flamengo trocou de casa na Alemanha em 2006, ano em que passou a defender as cores do Hamburgo. Segundo o jornalista Kai Schiller, do diário local Hamburguer Abendblatt, o atleta foi centroavante por lá e obteve grande destaque no início da temporada 2009/2010, com cinco gols nos seis primeiros jogos. Uma lesão no joelho esquerdo, porém, o atrapalhou.

- Pelo Hamburgo jogava um pouco como Lewandowski faz agora no Bayern. Foi novo para o Hamburgo. Tentava jogar de costas para o gol, mas também voltava um pouco mais para tentar participar do jogo. Fez muitos gols no início da temporada 2009/2010. Era um dos principais jogadores do time, mas teve que parar por cinco meses e nunca mais foi o mesmo. Ainda jogou bem, mas não como era - explicou o jornalista.

Schiller narra também que o peruano protagonizou alguns casos de indisciplina pelo Hamburgo.

- O escândalo mais conhecido é o de uma partida contra o Hannover (2010). Ele ficou muito aborrecido com um torcedor e jogou uma garrafa nele (atitude que rendeu punição do próprio clube de cinco jogos de suspensão a Guerrero). Depois (em 2012), fez uma falta grave no goleiro do Stuttgart (Sven Ulreich) e acabou suspenso por oito rodadas.



Também não pegou bem na Alemanha o fato de Guerrero, após a operação no joelho esquerdo, ter retardado muito seu retorno à Europa. O medo de avião, potencializado pela morte de seu tio José Manuel González, ex-goleiro da seleção peruana, em acidente aéreo, motivou a "novela". Um psicólogo do Hamburgo foi enviado ao Peru para resolver a questão e, após relutar muito, o centroavante retornou.

CORINTHIANS (2012 a 2015)



Guerrero atingiu o ápice de seu futebol no Parque São Jorge. Chegou para ser a referência e, menos de cinco meses após a estreia (entrou no fim da vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro), fez o gol mais importante da história alvinegra, que garantiu ao Corinthians o título mundial de 2012, no triunfo por 1 a 0 sobre o Chelsea.

No total, foram 52 gols divididos em 128 jogos com a camisa corintiana (média de 0,4). Justo no ano em que trocou São Paulo pelo Rio viveu sua melhor média no ex-clube: 10 em 19 (0,52). E alcançou tais números em nova função, estimulada por Mano Menezes na temporada passada. O comandante anterior pediu que o peruano passasse a sair mais da área, e Tite manteve a orientação. Na época da mudança, Guerrero aprovou.

- Gosto de me movimentar. Não há como as bolas sempre chegarem à frente. Então tenho de procurar a bola e fazer minhas próprias jogadas. Temos jogadores de muita qualidade que sabemos que podem nos deixar na cara do gol, como o Jadson, mas às vezes os times estão bem fechados e aí é impossível receber bons passes. Me acostumei a jogar assim e é assim que o professor Mano quer. Aqui no time do Corinthians todo mundo tem que marcar gol. Antes eu era centroavante. Mano não quer centroavante. Isso é algo que está mudando no futebol. Até os laterais vão à frente para fazer gol. Então espero ter possibilidade de fazer gols, mas também posso fazer jogadas e dar passes para meus companheiros - afirmou, em setembro de 2014.



Setorista do Corinthians pelo GloboEsporte.com e envolvido com a cobertura do clube mais popular de São Paulo há sete anos, Carlos Augusto Ferrari destrinchou as fases de Guerrero com a camisa alvinegra.

- Com o Tite, no ano do Mundial, ele era centroavante mesmo, não tinha muita liberdade para se movimentar. Com o Mano no ano passado, ele saía muito mais, caía pelos lados. Quando o Tite voltou, continuou mais solto. Claro, era a referência do time na área, mas quando o jogo ficava muito marcado, o Tite o soltava para que ele saísse da área. Aí entravam (na área) Jadson, Renato Augusto e Elias - explicou.

PERU (2004 a 2015)

Guerrero contra o Chile (Foto: Reuters)

Um dos maiores ídolos da história do Peru, Guerrero faz jus ao apelido de "El General" e atua como um líder em campo. Faz as funções de centroavante, mas volta para buscar a bola, e consequentemente, torna-se um meia. Também cai muito pelo lado esquerdo e auxilia os colegas a marcarem seus gols.

- Na seleção, tem a camisa 9, mas não joga enfiado na área rival. Volta muito e gosta muito de jogar aberto pela esquerda. Inclusive, de ponta esquerda, dá muitos passes para gols, mas também faz gols como um autêntico 9. Há um gol contra o Uruguai, na Copa América de 2011, que é o mais claro exemplo disso. Faz uma diagonal rapidíssima. Ele não é goleador, mas tem estilo de goleador. Não é um 9 que resolve tudo. Pode atuar melhor com Kayke. Danilo (do Corinthians) foi o 10 que o melhor entendeu - explica Omar Paredes, jornalista do diário peruano "Depor".

Guerrero é um herói local e na última Copa América (2015) repetiu o que já havia conquistado na edição (2011) e terminou como artilheiro, com quatro gols, um a menos do que havia anotado quatro anos antes.

No último dia 13, na derrota por 4 a 3 para o Chile, fez seu 26º gol pela seleção igualou o principal jogador nascido no país andino, Teófillo Cubillas.



1451 visitas - Fonte: GE


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