Marcelo Cirino, atacante. Leia mais Pedro Martins/AGIF

Marcelo Cirino ainda não está totalmente fora dos planos do Flamengo, mas negociá-lo aparece como interessante alternativa. Mesmo após ter sido afastado, multado e reintegrado pela diretoria, o camisa 7 não perdeu espaço no mercado e segue visado por outros clubes. Nos últimos dias, o São Paulo iniciou conversas com o estafe do jogador de 23 anos para saber qual a possibilidade de contratá-lo para 2016. O negócio é complexo, pode acontecer, mas o Flamengo espera ser devidamente compensado para liberar o jogador.

A forma como Cirino está amarrado ao Flamengo é incomum e exige que o São Paulo negocie com quatro partes diferentes caso queira contratá-lo. O atacante pertence ao Atlético-PR, com o qual tem contrato até o fim de 2019, e tem acordo de empréstimo válido até o fim de 2017 com o Flamengo. Seus direitos econômicos estão divididos entre o Atlético-PR (50%) e o grupo Doyen (50%), que o levou ao Flamengo. Neste momento, segundo apurou o UOL Esporte, o São Paulo só teve conversas iniciais com o estafe do jogador e o Doyen.

Quem acompanha a possível negociação de perto crê que a única forma possível de se concretizar é rompendo o acordo de empréstimo entre Flamengo e Atlético-PR. O clube carioca paga 500 mil euros (R$ 2 milhões) por ano ao Atlético-PR pelo empréstimo, além dos salários do jogador - cerca de R$ 200 mil mensais. Uma das possibilidades imaginadas é que o São Paulo assuma o empréstimo e a dívida de 1 milhão de euros (R$ 4 milhões) com o Atlético-PR. Além disso, seria necessário compensar o Flamengo financeiramente para se desfazer do atleta.

Ainda assim, o São Paulo precisaria negociar com o Doyen para concretizar a transferência. O grupo de investimento pagou R$ 16 milhões por 50% dos direitos econômicos de Cirino no fim de 2014 e costurou o empréstimo do atleta ao Flamengo com cláusulas que o protegem. O Flamengo precisa vender o jogador por pelo menos 3,5 milhões de euros (R$ 14,4 milhões, hoje) até o fim do empréstimo ou quitar a dívida do Doyen para adquirir os direitos econômicos. Segundo previsto no acordo, o Flamengo terá direito a 20% da receita de transferência caso uma eventual venda ultrapasse o valor de 3,5 milhões de euros. A existência de todo esse acordo obrigaria, então, que o São Paulo negociasse com os investidores para herdar ou remodelar o acordo.

O São Paulo vive atualmente momento financeiro delicado e estuda a possibilidade de ceder um jogador ao Flamengo como pagamento pelo rompimento do empréstimo. Uma das ideias cogitadas é envolver o atacante Ewandro, 19, curiosamente emprestado atualmente ao Atlético-PR, clube que detém 50% dos direitos de Marcelo Cirino. A diretoria do São Paulo admite que tem interesse na contratação de Cirino, mas trata o negócio ainda como possibilidade distante.

O Flamengo, nesse momento, não está disposto a aceitar trocas como compensação para romper o empréstimo do atacante. A diretoria entende que Cirino, caso saia, tem de servir como aporte para que o clube consiga se remontar para 2016.

Segundo o estafe do jogador, Santos, Cruzeiro e Internacional também demonstraram interesse nos últimos dias. Marcelo Cirino passou por uma artroscopia no joelho há três semanas e é possível que só volte a atuar em 2016. Ele fez 11 gols em 41 partidas na atual temporada.