Falamos com César Martins: 'Não tenho medo de falar que fui aquém'

14/12/2015 08:34

Falamos com César Martins: 'Não tenho medo de falar que fui aquém'

Zagueiro do Flamengo cede entrevista exclusiva ao LANCE! sobre expectativas para 2016, faz elogios a Muricy Ramalho e admite que não teve um 2015 como esperava pela equipe

Falamos com César Martins: Não tenho medo de falar que fui aquém
César Martins chegou ao Flamengo em julho de 2015 (Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)

César Martins chegou ao Flamengo no início de julho. Em pouco tempo, conseguiu assumir a titularidade, passando a formar a dupla de zaga com Wallace. Entretanto, o jovem jogador, de 22 anos, não foi unanimidade entre os torcedores. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, César Martins admitiu que não jogou em 2015 como esperava, mas vislumbra um 2016 melhor. Com contrato até 30 de junho do próximo ano, emprestado ao Rubro-Negro pelo Benfica, de Portugal, ele quer conquistar a torcida, mesmo a partir de agora tendo a forte concorrência de Juan, que assinou com o Fla na sexta.

– Aqui no Flamengo está sendo uma passagem, para mim, não muito boa, pelo meu futebol. Não tenho medo de falar. Sou um cara que me cobro muito. Em casa, até procuro não sair muito por causa dessas derrotas. Prefiro que eu me cobre, com meus companheiros, amigos e familiares me cobrando também – afirmou César Martins.

Com a camisa do Flamengo, César Martins entrou em campo 23 vezes, com dez vitórias, quatro empates e nove derrotas, fazendo um gol. Confira a seguir a íntegra do que o zagueiro falou para 2016, elogiando o técnico Muricy Ramalho, relembrando a passagem pela Europa e mirando o Rio-2016.

O que você achou da contratação do técnico Muricy Ramalho pelo Flamengo para a próxima temporada?
O Muricy Ramalho é um grande técnico, vencedor já ouvi muito coisa boa de quem trabalhou com ele. Espero que possamos ter um 2016 com títulos, tenho certeza de que vamos aprender muito com ele. Ele dá sempre uma atenção especial para a zaga e isso será bem interessante. Estou ansioso para a próxima temporada.

Por que o ano de 2016 do Fla será melhor que 2015?
Porque vai ser um pouco mais diferente do que ano. Acho que os jogadores que permanecerem vão dar um toque já nos que chegarem, para ser um ano já mais diferente para que agente possa buscar títulos e almejar mais coisas ainda.

A sua chegada ao Flamengo em julho foi como você esperava?
Foi boa. Me receberam bem. Cheguei em uma situação meio complicada e difícil de lidar. Acho que eu consegui lidar com isso e sair bem nas oportunidades que me deram e me firmar no time titular. As vaias que recebi no período eu acho que são normais, são do futebol.

Como foi a sua saída da Ponte Preta, em 2014, para se transferir ao Benfica? Tem alguém especial na história?
Tive uma conversa com meu empresário quando estava sendo trocado, estava jogando a Copa Paulista e ele me disse: “Um dia ainda vou te ver jogar na Champions e vou estar no estádio para te aplaudir”. Foi o que aconteceu, contra o Bayer Leverkusen, se não me engano, no estádio da Luz, e ele estava lá, depois veio conversar comigo e eu falei: “mais um sonho se realizando”. Eu agradeço muito a ele, a todos também que estão por trás, e agora isso já passou, já foi.

O que fez você ser “rebaixado” pelo Benfica para o time B?
Foi por minha lesão. Foi muito complicada, parecida com a do Ederson. Até na hora que ele sentiu a lesão, na semana depois, falei: “cara, é um pouco complicada essa lesão, tentei voltar, mas senti também igual a ele sentiu hoje no treino”. Essa lesão é chata, uma da piores que tem. Mas, graças a Deus, do lado da minha esposa e do lado de muitos brasileiros que estavam lá e se tornaram minha família lá, eu pude passar por cima disso. Lá, quando você se lesiona, para voltar para o time A, eles te colocam para jogar algumas partidas no time B para pegar sequência de jogos. Me colocaram no B para fazer dois jogos. E, depois, já estava no final do campeonato, graças a Deus, fomos campeões. Hoje, estou podendo jogar, podendo estar no Flamengo. Mas triste por um lado, porque esse ano não foi como eu queria, como desejei. Queria que algumas coisas tivessem sido diferentes, mas, infelizmente, não aconteceu. Espero que no próximo ano possa acontecer tudo melhor.

Você considera que ainda está em processo de readaptação ao futebol brasileiro?
Não, não é isso. A questão é que, sem pré-temporada, sem ritmo de jogo, é complicado ir bem.

Liga Portuguesa x Brasileira / Benfica (clube) x Flamengo (clube). Quais são as diferenças?
O Benfica tem uma estrutura muito boa, muito grande, não se compara a nenhum clube brasileiro, é muito difícil chegar aos pés deles lá, até porque é mais fácil por eles têm estádio. Tem um CT muito grande, de última geração... Então, acho que é muito complicado comparar o time, em termos de estrutura, entre o Flamengo e o Benfica. A transição lá é diferente daqui. Aqui, você chega e já pode até ser titular. Lá não. Lá, você tem que entrar em um processo de adaptação. Quando você ficar pronto, daqui a um ou dois anos, você pode ser titular absoluto. O Jardel (zagueiro) faz seis anos que está lá, ficou dois anos e meio só no banco: entrava e jogava, mas voltava para o banco. Depois que o Garay saiu, ele assumiu a titularidade. Queria fazer o mesmo percurso dele, mas eu também queria jogar. Tenho 22 anos, sou novo e é sempre bom estar na atividade. Queria aparecer um pouco mais, e essa vinda para cá, para mim, foi bom. Somente pelo Flamengo. Flamengo não aparece só no Brasil, é no mundo inteiro. É prova de fogo? Não sei. Para mim, foi muito bom chegar aqui e ter uma experiência dessa. Nunca joguei em um time grande no Brasil, e tive o poder de jogar no maior time do Brasil, maior do mundo, que é o Flamengo. Espero que no próximo ano eu possa conquistar a torcida, espero que eu possa adar muitas alegrias a eles, junto com o grupo do Flamengo.

Esse ano teve no Flamengo o caso do “Bonde da Stella”. Assusta o tamanho que as coisas que ocorrem no clube ganham?
É um pouco complicado. Se alguém me ver na frente do condomínio às 10h da noite, e soltar a foto na internet, com certeza, vão falar que estou fazendo alguma coisa, que estou com alguém e vai repercutir isso aí. Eu, particularmente, gosto de tomar vinho. Saio com a minha mulher para tomar vinho no restaurante, ou eu compro e tomo na minha casa para evitar. Mas, quando saio, sempre tomo vinho. Não tenho medo de falar. Se vier tirar foto, pode tirar. Se quiser colocar na internet, pode colocar que eu não vou ligar, pois eu estou na minha folga. Você ir em uma festa de um amigo, para mim não tem nada a ver. Uma pessoa ruim, querendo prejudicar, tira foto e coloca. Eu já fui na casa de amigos depois de jogo. Na minha casa, já foram amigos que tomaram vinho. Meu apartamento era o primeiro e as pessoas olhavam e diziam: “O César está bebendo”. Eu estou na minha casa. Quer tirar foto: Pode tirar. Estou com meus amigos ali. Se eu tivesse em outro lugar... Agora, eu estou com os meus amigos, na minha folga, está tranquilo. A minha consciência é essa. Eu tenho que chegar aqui no outro dia e treinar, jogar e ir bem. Não posso chegar no Ninho do Urubu caído de manguaça.

Você acha que tem o perfil para, dentro de campo, ser um líder do Flamengo, como o Wallace?
Não. Acho que no momento que eu vivo. Tem pessoas que tem mais experiência do que eu. Às vezes, nem os jogadores mais experientes têm a capacidade de ser o líder. Não é o caso do Wallace. Ele é experiente e a liderança dele é top, exemplar. Eu me espelho muito nele quanto a isso. Sobre a minha tranquilidade, é de mim. Eu tenho uma personalidade muito forte, não tenho medo de falar, de me expressar. O que eu tiver que falar, de mim, eu vou falar. Dos outros eu não vou falar porque não cabe a mim. É como eu digo no Flamengo, é a maior pressão que já senti.

O Flamengo precisa contratar zagueiros para o próximo ano (contratou Juan na sexta-feira)?
Particularmente, não. Mas aí a decisão é da diretoria, vem de ordens acima da gente. Acho que, se eles querem, tem que ir atrás mesmo e buscar o que é melhor para o clube.

Rio-2016. É um projeto? Pensa nisso? Já que você tem 22 anos...
Quem dera. Eu, particularmente, penso em ter uma oportunidade, mas primeiro tenho que mostrar no Flamengo. Caso não aconteça, eu não vou ficar frustrado, não vou ficar chateado. Minha cabeça vai continuar boa, vai continuar no Flamengo, como hoje, e estou tranquilo quanto a isso. O que tiver que ser, vai ser.

1239 visitas - Fonte: Lancenet!


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