Rodrigo Caetano faz balanço positivo à frente do Fla e mira 'resultado no campo'

16/12/2015 07:42

Rodrigo Caetano faz balanço positivo à frente do Fla e mira 'resultado no campo'

Diretor-executivo avalia trabalho no clube, faz planos para o futuro e diz: Guerrero só sai mediante o pagamento de multa

Rodrigo Caetano faz balanço positivo à frente do Fla e mira resultado no campo
Rodrigo Caetano mostra otimismo com o futuro do Flamengo
Foto: Bruno de Lima


Rio - Há um ano e uma semana no Flamengo, o diretor-executivo de futebol Rodrigo Caetano faz balanço positivo de seu trabalho no campo administrativo, em entrevista ao O DIA, na tarde desta terça-feira, na Gávea. No período, aprendeu a lidar com o modelo de gestão do clube, no qual divide decisões e responsabilidades. Agora, deposita na conclusão do Ninho do Urubu a esperança de colher frutos esportivos. Para isso, busca no mercado suprir a necessidade do elenco de um meia de criação, apontada pelo novo treinador, embora admita que seja artigo raro no mercado. Ele afirma que os episódios de indisciplinas não podem se repetir e garante que Guerrero só sairá do clube mediante o pagamento da multa de R$ 77 milhões.

Qual o balanço que você faz deste primeiro ano de Flamengo?

Rodrigo Caetano: Um ano de muito aprendizado, de conhecer o clube, as pessoas, a forma como funciona. Apesar de os resultados de campo não terem sido o que nós planejávamos, na parte administrativa muita coisa caminhou. Conseguimos não só manter o orçamento que nos foi definido, como, principalmente, fazer uma redução brusca de atletas que não seriam aproveitados, o que gerou uma economia de R$ 8,5 milhões ao ano. A gente conseguiu melhorar os processos do departamento de futebol. Mas precisamos aprimorar. E, o mais importante de tudo, fizemos o diagnóstico do que nos falta. O Flamengo fez contratações importantes no ano, jogadores que todos os clubes do Brasil gostariam de ter, até mesmo de fora, e que por um motivo ou outro tiveram uma irregularidade aqui. E nós entendemos que essa irregularidade é porque nós precisamos investir na infraestrutura física, em tecnologia e em equipamentos para que, não só os grandes jogadores, mas qualquer atleta consiga ter um aumento de performance. Agora, precisamos transformar tudo em resultado dentro de campo.

Como está o planejamento para 2016?

Hoje, a gente tem muito claro quais são os objetivos do Flamengo, tanto em nível esportivo quanto administrativo. Desde que o Muricy assumiu, fizemos reuniões com todo o grupo de trabalho, não só com ele, como staff, parte técnica, médica, fisioterapeutas, preparadores físicos, para deixar tudo alinhado para o início da temporada, dia 6. Muitas vezes, imagina-se que a função do executivo é só contratar jogador. Tenho que levantar mais informações sobre os jogadores e possibilidades. Na tomada de decisão, participam técnico e demais membros da diretoria. Mas a questão da gestão, de ter as áreas todas integradas, esse é um trabalho de responsabilidade do executivo, e estamos tentando aprimorar no período que antecede a pré-temporada.

Haverá alguma cartilha a ser seguida, depois dos problemas com os jogadores que chegaram a ser afastados?

Já tinha. Sempre teve. Tinha antes da minha chegada, nós mantivemos, todos sabem. Recebem junto do contrato de trabalho quais são as normas e procedimentos. É um manual de conduta que é sempre revalidado na pré-temporada. Todos sabem. São normas internas. Dizem que faltou comando. Tivemos um episódio que foi externado e teve dimensões muito maiores. Foi uma decisão em conjunto. Eles sabiam de seus deveres, e espero que não se repita, mas acabou rotulando jogadores que fizeram muito pelo Flamengo. Tem que entender que no Flamengo tudo é maior, e nesse episódio ficou bem nítido que os cuidados também têm que ser maiores.

Olhando para trás, pensa que a diretoria tomou a atitude certa naquele episódio?

A decisão foi tomada por todos nós, desde início ficou estabelecido que seria uma decisão interna, e acabou que tomou proporções prejudiciais a todos. Foi um fato isolado, no ano todo. Teve outro de uma foto que foi muita crueldade. Aquele dia era folga, durante o dia, aniversário de um deles. Temos que trabalhar melhor, e os jogadores se conscientizarem que, todos nós, lamentavelmente, somos policiados o tempo todo. Tem que saber que a marca que carregamos é muito grande, gigante e a responsabilidade, maior ainda. A diretoria tem por obrigação preservar a imagem da instituição. E os jogadores têm que entender isso. Que sirva de lição para todos nós.

Não é contraditório a diretoria pregar novos paradigmas e ceder tanto a pressões externas, tanto nesse caso como nas trocas de técnico?

Estou há 13 anos nessa função e eternamente aprendendo, fora 23 anos no campo. Tenho certeza de que esses três anos serviram de aprendizado para todos nós. Estou há um ano no clube. A ideia é que também no departamento de futebol se tenha estabilidade e tranquilidade para se trabalhar. Pelo que eu venho observando, é o que deve ocorrer. A gente espera. Sabemos que o futebol é medido por resultados, mas isso é consequência de ter sequência de trabalho. Espero que ocorra a partir do ano que vem.

Como tem sido o início de trabalho com Muricy? Como foram as primeiras impressões?

Melhor impossível. Tivemos contato desde a nossa ida a São Paulo, quando fomos conversar sobre a negociação. Além de ser um profissional consagrado, vitorioso, que dispensa comentários, é muito receptivo em relação a trabalhar em equipe. Ele tem me passado que ficou extremamente surpreso, positivamente, com a equipe que o Flamengo tem de profissionais. Está empolgado, acreditando muito no trabalho, naquilo que pode ser construído no Flamengo e que ele vai fazer parte dessa construção. Vem com essa vontade toda e vai ter, da parte do Flamengo, facilitadores para que tenhamos sucesso no campo também.

Ele falou sobre contratar um meia de criação. Será uma saga eterna? Existe esse artigo no mercado?

Estamos trabalhando. Tínhamos algumas situações que tinham sido encaminhadas, mas que só validamos depois de ter sido oficializado e de ele chegar ao Rio. Seguimos na montagem do elenco, temos tempo pela frente. A busca maior é mais no setor de meio-campo. No entendimento do Muricy, temos bons atacantes, mas temos meias também que ele acredita: o Alan Patrick. com quem estamos em vias de renovar, e o Ederson. E claro, buscando mais no setor, porque se faz necessário. Depois de conhecer bem a equipe na pré-temporada, se houver necessidade de mais alguma posição, vai nos passar. Mas o desejo de um meia com essa característica não é só do Flamengo, mas de todos no Brasil como um todo. Acho que formato que as equipes têm adotado acaba eliminando esse jogador. Ele se adapta a outras funções. Acredito que seja por isso

Há alguma proposta pelo Guerrero? Ele fica?

Nada. A multa é de US$ 20 milhões (R$ 77.394.000,00). Só sai pela multa. Fizemos um contrato para ele cumprir. Caso ocorra qualquer coisa diferente, tem a multa, que vale para os dois lados. Quando contratamos um jogador, e ele não rende, o clube paga a cláusula indenizatória, ou permanece com ele. O que posso dizer é que, até agora, nenhuma oferta chegou. Teve uma consulta logo no início, mas não era de clube chinês.

Você fez um mea-culpa em relação ao rendimento dos jogadores, em nome do clube. Por que a questão da estrutura é tão importante?

Temos que fazer uma avaliação bem mais ampla, atacar no que diagnosticamos de diferencial a favor de outros clubes e prejudicial a nós. O Campeonato Brasileiro com 38 rodadas exige muita recuperação e prevenção de lesões. Não adianta termos os melhores profissionais se não tivemos o melhor equipamento. Temos que procurar os equipamentos necessários para que nossos atletas estejam no ápice. Principalmente em relação à recuperação e à prevenção de lesões. Já temos garantia por parte direção de que ela não vai medir esforços para finalizar o CT este ano, mas já no final de janeiro teremos uma estrutura, que foi emergencial, mas bastante importante, que vai dar outra condição aos nossos atletas e, consequentemente, a expectativa boa para terem desempenho melhor. O Fla ficou duas rodadas no G-4 e depois teve uma queda. Essa irregularidade se deve muito, na nossa visão, a isso. Faz muita diferença.

A participação intensa da diretoria tira a sua autonomia? Você às vezes se sente atropelado?

Quando vim para o Flamengo, já sabia que o modelo era esse, no qual as decisões são compartilhadas. O dia que eu entender que isso atrapalha meu trabalho, não estarei mais aqui, assim como quando eu não der resultado, vão me tirar. Isso funciona assim em qualquer governança, seja de clube ou empresa. Procurei me adaptar. É diferente dos clubes pelos quais passei, mas com certeza esse modelo será aperfeiçoado para que as coisas andem bem. Acredito que será aperfeiçoado, mas não é de todo ruim para o executivo. Divide decisões, responsabilidades, e acaba protegendo todas as partes. Estou um pouco mais acostumado. As divergências são normais. Muitas vezes, a sua ideia não prevalece, mas no momento em que a decisão é conjunta, passa a ser minha também.

Você admitiu que houve uma reunião com os representante do Lavezzi, do PSG. Tem chance? E outros nomes?

Sempre tive a postura, uma cautela absurda, algo que carrego comigo desde início carreira. Já vi muita coisa acontecer no futebol. Lamento muito que as informações vazem, e aqui vaza demais. Espero que melhore nos próximos anos. Não é querer, ou não, dar informação. É que a informação equivocada aumenta a dificuldade, traz concorrentes, modifica o preço, só traz prejuízo. A nossa postura é oficializar tudo e, depois de tudo sacramentado, com contrato assinado, para ter garantia, anunciamos. Quem não foi confirmado é apenas uma possibilidade. Neste momento a gente descarta o Lavezzi. Era nossa obrigação sentar e conversar, ouvir as partes, já que o jogador manifestou o interesse de voltar para a América do Sul, via no Flamengo uma grande vitrine, mas para se tonar realidade a distância é grande, até porque os números são bastante representativos. Neste momento está descartado. Se algo mudar...

Renovações

Os que nós comunicamos que não teriam o contrato renovado foram Ayrton, Marcelo, Armero e Almir. Com os demais, há conversas, estamos avaliando (o clube anunciou, na noite desta terça-feira a renovação com Sheik por um ano).

1098 visitas - Fonte: O Dia


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