Em nota oficial nesta sexta-feira, o Flamengo anunciou que pretende disputar uma possível licitação para administar o Maracanã. Em entrevista ao "Seleção SporTV", o presidente Eduardo Bandeira de Mello mostrou confiança que o Rubro-Negro pode tornar o estádio rentável, apesar dos prejuízos que o atual consórcio vem acumulando.

- É perfeitamente viável, o Maracanã sempre encheu com a torcida do Flamengo. Nós estamos fazendo um planejamento para valer, profissional. Tudo isso pode ser colocado para o governo do estado do Rio de Janeiro, para que ele possa fazer uma licitação, com um consórcio com o Flamengo possa ser o vencedor - disse Eduardo Bandeira de Mello.

- A ideia é que o Flamengo possa participar da gestão, já temos o nosso plano bastante avançado, temos parceiros identificados. Temos certeza de que conseguiremos transformar o Maracanã em um empreedimento atrativo. Mas respeitamos as visões contrárias. O Maracanã não pertence ao Flamengo, pertence ao governo do estado, que tem todo o direito de fazer com o estádio o que entender que for melhor. Mas temos uma excelente relação com o governo do estado e temos certeza de que podemos chegar a um bom termo para todo mundo - afirmou o presidente do Fla.

Eduardo Bandeira de Mello afirmou que o Fluminense seria um parceiro bem-vindo nessa licitação, já que os dois clubes têm boa relação.

- Seria um prazer, se o Fluminense quiser, entender que é um bom negócio. Queremos que seja um bom negócio para todo mundo. Temos uma ótima relação com o Fluminense e ele é muito bem-vindo nesta empreitada.

O presidente rubro-negro afirmou que a intenção da nota oficial desta sexta-feira não foi entrar em confronto com o consórcio atual, mas apenas divulgar uma posição oficial do Flamengo.

- A renovação não vai acontecer. Não queremos nenhum tipo de confronto, hostilidade e nem ser agressivos. Acredito que não fomos na nota oficial. Queremos simplesmente divulgar a posição do Flamengo, para que os outros interlocutores possam se programar. O Flamengo não pretende renovar seu contrato com o concessionário e nem assinar com nenhum outro nessas bases, no caso de a concessão ser repassada. O Flamengo entende que tem condições de participar da gestão do estádio.

Entendemos que o Flamengo hoje vive um outro momento, já reunimos um conjunto de parceiros que podem nos ajudar a gerir o Maracanã. E fazer o Maracanã voltar a ser um templo do futebol e ajudar a transformar o futebol carioca em algo mais rentável e mais atrativo no ponto de vista técnico e financeiro.

Eduardo Bandeira de Mello afirmou que, quando assinou o contrato atual com o consórcio, em 2013, o clube não estava em boas condições financeiras. Por isso, aceitou condições menos favoráveis, na sua visão. Agora, no caso de o Flamengo não vencer esta licitação, o Rubro-Negro não assinará sem ter participação na gestão.

- Não há hipótese de jogar, a menos que seja oferecido outro tipo de situação. Se for alguma coisa parecida com o que temos hoje, não há condição. Vamos imaginar no futuro que o Flamengo possa finais de campeonato, jogos de grande apelo, no Maracanã. E mande seus outros jogos em outro lugar. Isso é uma questão para ser definida mais para a frente. O Flamengo tem que participar, não faz sentido um estádio ser administrado sem que os clubes sejam protagonistas.

- Dificilmente, uma empresa, um consórcio consiga transformar o Maracanã em um empreendimento rentável, atrativo, sem a participação do Flamengo. A menos que o Maracanã virasse um palco de shows, um shopping center, alguma coisa assim. Enquanto estádio de futebol, eu entendo que não é possível fazer alguma coisa atrativa sem a presença do Flamengo. Se alguém entender de outra maneira, e empreender outro tipo de atividade no Maracanã, só nos resta desejar boa sorte e seguir o nosso caminho.

A diretoria do Flamengo ainda pensa na possibilidade de construir um estádio de maior porte, ou então uma arena menor, para partidas menos importantes, e usar o Maracanã em grandes confrontos.

- Essa é uma das alternativas possíveis. O Flamengo pode partir para a construção de um estádio próprio, na faixa de 50.000 torcedores. Pode partir para um estádio menor e fazer mais jogos em um estádio do porte do Maracanã. Todas as alternativas estão sendo consideradas e vão ser tornadas públicas no momento certo - disse Eduardo Bandeira de Mello.